“Parabéns, Salvador. Todas as suas ruas, cores e sorrisos são muito especiais para mim. Como representante da população da terceira maior capital do país, temos uma responsabilidade muito grande neste processo de resgate da autoestima dos moradores de Salvador e na condução da nossa cidade a dias ainda melhores”.
Esta foi uma das muitas manifestações dos vereadores soteropolitanos para marcar a passagem dos 467 anos da capital baiana, nesta terça-feira, 29. Assim como o presidente do Legislativo, Paulo Câmara (PSDB), autor das palavras acima, vários colegas não deixaram por menos.
Na opinião de Paulo Magalhães Júnior (PV) a população cidade recebe grandes presentes, como a reconstrução da Estação da Lapa e a duplicação da Baixa do Fiscal, com o prefeito ACM Neto pautando seu trabalho por intervenções de natureza estrutural e social.
“O nosso maior problema é administrar a agenda de entrega de obras, que tem sido quase que diária, e que não se resume ao aniversário da cidade, mas vem ocorrendo ao longo dos meses. Temos que pensar que se tratam de investimentos que projetam a cidade em todo o Brasil, capacitando-a para atrair turistas e investidores, e valorizando a autoestima do seu povo”, disse o verde.
Através das redes sociais, o vice-presidente Geraldo Júnior (SD), demonstrou toda a sua gratidão: “Salvador, onde nascemos, crescemos, conseguimos desenvolver amor, carinho e paixão, lado a lado, dia a dia. Mais do que o lugar onde nascemos é o local onde adoramos viver. Parabéns”.
Cobranças
Conforme a líder da bancada da oposição, Aladilce Souza (PCdoB), o melhor presente para a metrópole são investimentos em políticas sociais para enfrentar a desigualdade social e econômica: “Salvador tem grande potencial, mas infelizmente essa gestão não tem tido a sensibilidade para enfrentar esses problemas básicos, que reflete na violência”.
Ela cutucou o prefeito ao afirmar que ele “tem tomado medidas que levaram a cidade ao patamar de pobreza com políticas públicas que não funcionam. A atual gestão se preocupa muito com o marketing e embelezar algumas áreas da cidade, mas não se preocupa com o básico”.
A líder do PT na Câmara Municipal de Salvador e presidente da Comissão de Reparação da Casa, Vânia Galvão, além de parabenizar o município pelo aniversário, também aproveitou para também cobrar políticas sociais: “É preciso comemorar sim, mas antes é necessária a promoção de políticas públicas no sentido de democratizar os acessos a serviços e programas que reduzam as diferenças sociais e ampliem as possibilidades de melhoria de vida dos cidadãos. A prefeitura deveria usar sua capacidade de atrair investidores, como dizem, para a realização de ações que reduzam a pobreza e as diferenças urbanísticas entre as regiões periféricas e as economicamente mais ricas”.
Cidade pobre
Silvio Humberto (PSB) não vê “motivos para sorrir”, pois ainda persistem os mesmos problemas de séculos passados: “Salvador é uma cidade pobre, arrecadação tributária que anda as últimas. A gestão diz que fez uma reforma, mas não resolveu. Não podemos depender só turismo e construção civil. Tanto que no PDDU falta uma visão de futuro. Uma cidade de serviço precisa investir nas pessoas. A população mora mal, tem péssima educação e saúde. A qualidade de vida é muito ruim. Algo que é comum em outras metrópoles como ter ônibus com ar condicionado, aqui se faz uma festa”.
Luiz Carlos Suíca (PT) fez campanhas nas redes sociais para homenagear a data. Para ele, a grande demanda dos soteropolitanos é com a saúde, embora destaque a educação, infraestrutura, moradia, segurança e acesso a bens e serviços como fundamentais para seguir no caminho do desenvolvimento.
“A situação local é muito precária. Aflige a todos os baixos investimentos públicos na saúde e o resultado são as unidades com graves problemas estruturais, falta de profissionais e pouca cobertura. Apesar dos investimentos recentes dos governos petistas na construção do Hospital do Subúrbio, inauguração do HGE 2 e na implementação do Mais Médicos, a população sofre muito com leitos insuficientes e inadequados nos mais diversos equipamentos públicos de saúde”, salientou.
Falta de creches
Gilmar Santiago já se anuncia como pré-candidato à prefeitura pelo PT e defendeu uma nova política de desenvolvimento: “Salvador é a cidade das mulheres e tem uma população majoritariamente negra. No entanto, historicamente mulheres e negros não são prioridades para as administrações municipais. É essa a nova centralidade necessária para um desenvolvimento igualitário”.
A seu ver a falta de creches impede as mães de trabalhar e compromete o futuro da juventude, já ameaçado pela concentração de renda e pela falta de oportunidades: “É a capital do desemprego e das mulheres chefes de família, vive em função da orla, da região do Itaigara/Iguatemi e da Paralela. Essas áreas concentram 80% da economia da cidade. A política da atual administração é de aumentar ainda mais essa concentração. Queremos uma inversão de prioridades”.