O vereador Waldir Pires (PT) quer homenagear o economista baiano Rômulo Almeida, na passagem de seu centenário, dando seu nome à praça pública localizada entre as ruas Guillard Muniz, Alexandre de Humboldt e das Angélicas, na Pituba. No projeto de lei apresentado à Câmara de Salvador, o petista lista os cargos ocupados pelo profissional ao longo de sua vida pública e suas contribuições para o desenvolvimento do estado, em especial da capital baiana.
Para o edil a participação do de Rômulo foi notável na idealização do Polo Petroquímico de Camaçari, do Porto e do Centro Industrial de Aratu, “que hoje são as bases da indústria baiana e que levou o Estado para a era da industrialização”. Além disso, destaca o planejamento e desenvolvimento de obras importantes para a Bahia, a exemplo da Chesf e da BR-116 (Rio-Bahia), bem como a participação, na década de 1950, da criação da Petrobras.
Extenso currículo
O homenageado nasceu em Salvador no dia 18 de agosto de 1914 e faleceu em Belo Horizonte, no dia 23 de novembro de 1988. Em 1933 formou-se pela Faculdade de Direito da Bahia, mas logo passou a atuar nas áreas de planejamento e desenvolvimento econômico, revelando-se como importante político, economista e professor brasileiro. Em 1946 atuou como assessor da Comissão de Investigação Econômica e Social da Assembleia Nacional Constituinte.
No início dos anos 1950, como economista da Confederação Nacional da Indústria filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). No segundo governo Vargas, em 1951, integrou o Gabinete Civil da Presidência da República, tendo sido encarregado de organizar a Assessoria Econômica da Presidência da República. Após o suicídio do presidente, em 1954, demitiu-se do cargo.
Em outubro de 1954 elegeu-se deputado federal pela Bahia, pelo PTB, deixando o mandato para assumir o cargo de secretário da Fazenda da Bahia. Em 1955 criou e presidiu a Comissão de Planejamento Econômico (CPE) e em 1957 o Fundo de Desenvolvimento Agroindustrial da Bahia, até ser nomeado vice-presidente da Rede Ferroviária Federal. No período de 1957 a 1959 reorganizou o Instituto de Economia e Finanças da Bahia e nesse último ano, já durante o governo de Juracy Magalhães, foi secretário para Assuntos do Nordeste.
Representou também a Bahia na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Posteriormente, nomeado secretário de Economia, elaborou o projeto da Companhia de Energia Elétrica da Bahia (Coelba). Após o golpe militar de 1964 filiou-se ao MDB, tornando-se o primeiro presidente na Bahia. Com a extinção do bipartidarismo em 1979 e a consequente reformulação partidária, vinculou-se à corrente trabalhista liderada por Leonel Brizola. Quando este perdeu a sigla do PTB para Ivete Vargas, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Em 1982 compôs a chapa majoritária da Oposição, encabeçada por Roberto Santos, na condição de candidato a vice-governador, ao lado de Waldir Pires, candidato ao Senado. “Fomos esmagadoramente vitoriosos em Salvador e amplamente derrotados no Estado, com o regime da vinculação dos votos imposto pela Ditadura Militar ainda no poder”, relembra o vereador.
Almeida foi professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia, da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, do Curso de Planejamento do Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp) e da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (Ebap-FGV).
Waldir Pires ressalta ainda que, na condição de diretor da Fundação Casa Popular, “comandou o primeiro órgão federal brasileiro na área de moradia, com a finalidade de centralizar a política de habitação”. Presidente de honra do PMDB baiano, em 1985, foi nomeado, no início do governo José Sarney, diretor de planejamento da área industrial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).