Edvaldo Brito defende baianas de acarajé: 'Não se reloca nem se reduz uma prática religiosa dessa forma'
Ascom EB , Salvador |
10/09/2013 às 08:25
Vereador diz que é preciso analisar as questões culturais e religiosa
Foto: Valdemiro Lopes
O vereador Edvaldo Brito (PTB) colocou-se em defesa da preservação da cultura das baianas de acarajé e da venda de quitutes tradicionais em tabuleiros nas ruas de Salvador.
O assunto foi apresentado pelo presidente do coletivo de entidades negras Associação Beneficente Axé Abassá de Ogum, Marcos Rezende, durante a tarde desta terça-feira (9), em sessão ordinária da Câmara Municipal. De acordo com o representante, a tradição soteropolitana está ameaçada por conta das novas normas decretadas pela Prefeitura e pela intenção de subtrair o número de baianas na orla de Salvador.
"Quando se discute a tradição do acarajé, não posso deixar de me sentir tocado pessoalmente. Aqui vou sempre defender as baianas de acarajé. Quando menino fiz acarajé. Tive uma tia de Iemanjá, uma tia de Xangô, uma tia de Iansã e uma tia de Oxum que vendiam acarajé. Não é de um quitute apenas que estamos falando. É de algo muito mais importante que é a religião dos terreiros. Sou, sim, homem de axé, homem de orixá, e portanto defendo o acarajé como algo importante em nossa liturgia. Algo importante em nossa vida de axé. Não se reloca nem se reduz uma pratica religiosa dessa forma", defendeu Brito.
Outros pontos do decreto do Executivo que são contestados pelas baianas são a obrigatoriedade de montar toldos móveis e a não permissão de pontos fixos de tabuleiros na cidade.