Colunistas / Crônicas de Copacabana
Nara Franco

TRILHA QUE LEVA AO FORTE DO LEME

O Forte protegia e protege a entrada da Baía de Guanabara por trás de um dos morros mais conhecidos da cidade, o Pão de Açúca
17/04/2024 às 09:49
 Coloque sua roupa mais confortável, encha a garrafinha d'água, capriche no protetor solar e encare uma trilha cercada de verde e ar puro. Além das praias, o Rio de Janeiro tem montanhas, rios e cachoeiras. Montanhas levam às trilhas e na ponta da praia de Copacabana, no bairro do Leme, um caminho seguro e tranquilo leva ao Forte de Duque de Caxias ou Forte do Leme. 

A grande pedra que emoldura a praia tem lá no alto uma grande bandeira do Brasil e pela trilha chega-se ao local, que fica dentro de uma escola do exército. Mas o Forte não é apenas um local turístico. É também um local histórico. A iminência da invasão espanhola pelos idos de 1777 fez com que o Vice-Rei D. Luis de Almeida de Portugal ordenasse a construção do Forte da Vigia, que em 1789 foi guarnecido pela Companhia dos Dragões de Minas, onde servia Tiradentes. 

O Forte protegia e protege a entrada da Baía de Guanabara por trás de um dos morros mais conhecidos da cidade, o Pão de Açúcar. Lá do alto, vê-se, além de toda a praia de Copacabana, o Morro da Urca, o Pão de Açúcar, Niterói e as Ilhas Cagarras. A vista é de tirar o fôlego. Após a Proclamação da República o forte mudou de nome e ficou conhecido como Forte do Leme. Em 1935, foi rebatizado e hoje - oficialmente - é o Forte Duque de Caxias. 

Mas não se engane porque ninguém saberá informar onde fica o local. É Forte do Leme. O projeto do Forte, cuja trilha tem entrada gratuita e é fechada em dias de chuva, ficou a cargo do Coronel Engenheiro Augusto Tasso Fragoso. Depois dos 800 metros de subida leve, de mata fechada com borboletas e micos, chega-se ao Forte, que conta com quatro obuseiros giratórios Krupp em dois poços escavados na rocha, protegidos por casamatas de concreto. Tudo desativado, mas disponível à visitação. 

Detalhe histórico: no levante tenentista de 1924, a artilharia do forte disparou contra o Encouraçado São Paulo. Já na Revolução de 30, o Forte participou da interceptação do navio alemão Baden, que tentava abandonar o porto do Rio de Janeiro sem permissão. 

Hoje, o Forte é uma ótima opção de passeio para um público diverso: famílias, crianças, adolescentes, casais, muitos estrangeiros. Para chegar basta chegar à ponta da praia do Leme, onde há uma praça e entrar na instalação do exército. Depois da descida, aproveite a famosa mureta do Leme, onde há diversos quiosques, uma vista linda e a estátua em homenagem à escritora Clarice Lispector.