A empresa Comlurb desenvolve uma série de atividade de reciclagem e conscientização que não chegam ao grande público.
Todo dia saio para passear com minhas duas cadelas vira-latas. Encontro meus amigos e amigas, também donos de cachorros, trocamos umas ideias, falamos sobre bichos (claro) e outros temas. Recentemente, todos notamos um fenômeno curioso. Sumiram as lixeiras de Copacabana. Tínhamos que andar duas ou três quadras com saquinhos de cocô até achar uma lixeira.
Reclamação geral. Na praia, a mesma coisa. As lixeiras ficaram por conta dos barraqueiros, que passaram a improvisar baldes para armazenar o lixo da praia. Até me bateu uma tristeza porque a Comlurb sempre foi uma empresa referência. Trabalhei na Prefeitura do Rio em dois períodos e sempre fui fã da Comlurb. A empresa desenvolve uma série de atividade de reciclagem e conscientização que não chegam ao grande público.
Na sexta-feira, vejo no noticiario local que o prefeito Marcello Crivela veio ao bairro entregar novas caçambas de lixo e novas papeleiras (aquelas que ficam fixas nos postes). Fico sabendo o real motivo do sumiço: traficantes estão roubando as caçambas para colocar gelo e cerveja nos bailes funk.
Se o Rio de Janeiro fosse inventado não seria tão absurdo. Que tipo de bandidos nós temos que não podem comprar um freezer, uma geladeira, um simples isopor para armazenar gelo e cerveja? O crime organizado do Rio de Janeiro tinha que ser olhado com mais atenção. Ao menos, podia ter consciência social e largar esse ranço de pobre.
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A mais nova do novo governador é acabar com o baile funk nas favelas. Se os traficantes estão roubando caçamba de lixo para fazer de freezer assim na cara dura, imaginem o que virá quando o baile acabar? O baile é a única diversão do jovem da favela. Tem seus excessos. Mas a politica de segurança não deveria começar o bolo pela cereja.
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Entre uma noticia surreal e outra, espero que as lixeiras voltem de verdade. Uma coisa que me incomoda muito é lixo na rua. Vi no Instagram do prefeito ACM Neto o estado da praia de Piatã pós dia de sol. Vergonhoso. Fosse prefeita, eu não limparia a praia obrigando as pessoas a frequentar un lugar sujo. O ex-prefeito Eduardo Paes, certa vez, empilhou todo o lixo produzido en um fim de semana na praia e chamou o carioca de porco. Ninguém reclamou. A carapuça serviu como uma luva. Somos porcos, sim. Queremos sempre a salvação desde que o santo seja do outro. Temos a cidade que merecemos.
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Terminando a crônica com uma boa notícia. Os ensaios abertos das escolas de samba voltaram esse ano. Sobre eles falo nas próximas crônicas.