9ª CRÔNICA de TF no livro Lobisomem de Serrinha, a nuvem de fogo e o fim do mundo, no wattpad
O jornalista Tasso Franco publicou neste domingo a 9ª crônica no seu livro Lobisomem de Serrinha, a nuvem de fogo e o fim do mundo no aplicativo wattpad com o tema "Lubi vai lançar um candidato a presidente da República caminhoneiro". Veja crônica abaixo e leia todas as 9 crônicas no wattpad.
LOBISOMEM DE SERRINHA PRETENDE LANÇAR CAMINHONEIRO A PRESIDÊNCIA
Quando digo a vocês que o mundo está se aproximando do fim tem muita gente que não acredita. Creio que Michel de Nostredame só errou na data prevista para 1999, o que não aconteceu, mas, diante dos acontecimentos que estamos a acompanhar em nossa República, não demorará.
Eis que, sabeis vós porque deu-se conhecimento público e notório, numa reunião da Corte Republicana, o Messias pronunciou ao menos 34 palavrões, uma autoridade mulher ameaçou prender prefeitos e governadores; outra que cuida da educação do nosso povo enjaular ministros da Corte Suprema da Justiça; e um terceiro defendeu passar uma boiada onde se passa um boi na área do meio ambiente.
E, em sequência a esses fatos inusitados e reprováveis, na Bahia, nossa autoridade maior da Corte Estadual antecipou os feriados do São João e ao 2 de Julho para 25 de 26 de maio, e o alcaide da capital de todos os baianos, o dia santificado de Nossa da Conceição da Praia, que se dará a 8 de dezembro, para 27 de maio.
Isso obrigou-me a fazer minha fogueira junina numa segunda-feira dedicada a São Gregório VII, a comemorar o aniversário de minha querida Ester Loura sem envergar meu terno de linho para assistir ao desfile dos heróis de nossa independência, visto que a garbosa senhora nasceu a 2 de Julho. E a enviar mensagem pelo zap a Sêo Franco que comemora a 8 de dezembro os 15 anos do Bahia Já, escrito passado dia 27 de maio.
Nossa Senhora da Conceição como narra a história era o título da nau capitânia que trouxe a Bahia, em 29 de março de 1549, o governador geral do Brasil, Thomé de Souza, para fundar a cidade do Salvador, daí que a basílica da Conceição nasceu dessa união, recebendo ainda o pós-nome de Praia. O templo foi erguido próximo a prainha existente nos primórdios da cidade da Bahia quando o mar batia na encosta.
Se vocês acham que é pouco o que está a acontecer em nossa República, o Coronavirus chinês já matou mais de 30 mil brasis e os institutos internacionais apontam que, diante da subnotificação esses números seriam, ao menos, 90 mil dos nossos, sem que até hoje haja um entendimento entre as Cortes Republicanas, a do Planalto sediada no Goiás Velho fazendo uma coisa; a de São Paulo outra; a da Bahia diferenciada dos dois e assim por diante.
E mais, fala-se, por denúncias do Ministério Público Federal de possíveis superfaturamentos em compras de medicamentos e instalações de hospitais de campanha em alguns estados, em especial no Rio de Janeiro.
Ainda bem que em nossa aldeia está tudo sob controle, só teríamos 2 óbitos, o mercadinho de Sêo Elizeu está funcionando, tudo o que de mais precisamos somos atendidos pelos serviços da internet e pra não dizer que ficaremos de fora dessa patuscada tupiniquim, há informes dando conta de que o evento do Bacalhau da Barão, que há 10 anos acontece na semana santa, estaria sendo programado para 15 de novembro, data da Proclamação da República, quando Dom Pedro II exilou-se na Europa e o marechal Deodoro da Fonseca assumiu o poder, 6 dias após o baile da Ilha Fiscal quando houve uma festança comandada pelo Visconde de Ouro Preto, o mineiro Afonso Celso de Assis Figueredo.
Em sendo assim, haveria um desfile figurativo a sair da Praça Luís Nogueira em direção a Barão de Cotegipe, à frente Jota CUC vestido à semelhança do marechal Deodoro, e no açude da Bomba estará ancorada um vapor à semelhança do usado por dom Pedro II e pela princesa Isabel e o conde D'Eu, dona Zeliude Rosa representando Isabel, vestida à caráter, Franga Tumé, representando dom Pedro II e o Bonitão do Rock, o conde D'Eu.
No baile da ilha fiscal foram servidos lagostas e camarões, mas, no Bacalhau da Barão, mantida a tradição será servido somente bacalhau a martelo ainda não se sabe se doado pelo empresário dona da festa dos vaqueiros ou por algum político, havendo dúvidas se o mesmo será encontrado nos supermercados nessa época do ano, e não sendo se providenciará traíras negras do açude da Cabeça da Vaca e lagostins do peixão de Sêo Auri.
Estava, pois, a preambular nessa escrita quando o telefone toca e era o nosso homem das leis, Tolentino Caneco, informando que, de forma democrática, transparente, translúcida e plena, o eleito para substituir Alirio Vermelho, que Deus o tenha em sua glória, no nosso Conselho Político foi Toinho do Caminhão nobre representante dessa categoria que engrossará nossas fileiras com seu saber, uma vez que essa turma laboral, mais do que nunca, ganhou força e expressão na República.
Só astuciando que, historicamente falando, tivemos bravos e denotados caminhoneiros, a seguir, alguns deles também lembrados à minha memória com a ajuda de Luciano Bacelar e Jorge Mattos: Luizão, Liovaldo Pinho, Carlos Tamborete, Israel Lopes, Didi, Lourinho, Vando Meia Língua, Seni, Zitinho, Sinfrônio, Zuminha, Galo Carreteiro, Ireninho, Amaral, Daniel Lopes, Tuta, Zelito Macedo, Jorjão de Maria, Lúcio, Chiquinho Tomé, Mindú, Mário Lucio, Lúcio Macedo, Gese Pinho, sendo que este último tinha um carinho especial por seu caminhão mais enfeitado do que a penteadeira da finada Ana do Salão.
E outros que fui tirando da cachola e eram bravos e reais como Zé de Bilia, Fia, Salvador de Zitinho, Albino do Matão, Paulo Coutinho, Sêo Vilela, Zé Roberto, Dedé da Maísa, Genival Lima o Dadá Caga Cebo, Zé Piçá, Zé Bagaço e Careça de Pìçá. Gente que desbravou o Brasil, que ia buscar madeira no Belém e ficava 15 dias fora de casa comendo poeira e atravessando buracos, que levava couro de boi da Serra para São Paulo, que trazia doces e marmelos de Santa Catarina, que abastecia nossos postos de gasolina com viagens a Mataripe e se não fossem eles, o que seria da Serra se a linha do trem faliu e os pneus de borrachas foram o progresso do Brasil.
E quero confidenciar aos amigos leitores que tem surgido sugestões por parte de alguns confrades, do filósofo Pato de Almeida, do artista dos pincéis Bino Carneiro, do nosso conselheiro Pinguinha Flores Pompeu, que nosso Conselho Político, nossa Suprema Corte, lance um dos nossos caminhoneiros, vivos os que ainda estão visto porque alguns que citei já foram para a outra morada, todos para o reino dos céus, como candidato a presidente, em 2022, ano em que se espera aconteçam as eleições.
O que acho justo e coerente, sendo que vamos pensar nesse caso, estabelecer uma prévia e daí tirar uma lista tríplice para que seja escolhido o melhor para Pindorama e para a nossa Serrinha que, nunca deu um presidente, e o último baiano que aqui esteve, em campanha, foi Ruy Barbosa, na campanha civilista de 1915 descendo na gare do trem e desfilando por nossa urbe numa carroça enfeitada como no tempo de Elizabeth I.
E, em sendo assim, nomeei o filósofo Pato de Almeida para coordenar tal demanda, o barbacoa Pinguinha Flores para contactar o Partido Imperial da Serra (PIS) a fim de conseguirmos a legenda, o empreendedor Toinho do Caminhão, o qual não poderá concorrer, para cuidar das finanças do candidato, e abriremos a porfia da indicação de nomes assim que seja autorizada pela Justiça Eleitoral na fase de pré-candidatos.
Isso posto e devidamente alinhavado fui jantar com a Ester Loura, minha esposa louvada e adorada, que lhe narrei o sucedido e ela ao servir nossa sopa de legumes apimentada com duas folhinhas de cansanção e gafanhotos colhidos na aguada do Oséas benzeu-se diante da uma imagem do Cristo e disse: - Qualquer nome que seja apresentado não vai a lugar algum.
Acrescentei: - A categoria dará a resposta nas urnas. Somos milhões em toda República.
- Nem Sêo Luizão, que tudo resolvia enquanto vivo esteve entre nós, dava nó num pingo d'água para atender aos seus clientes, salvaria vocês do naufrágio, completou.