Jolivaldo Freitas é jornalista
Claro que você chicleteiro vai discordar, mas vi Bell e vi Chiclete (quem segue Bell in solo ainda é chicleteiro? Ou chicleteiro segue o Chiclete mesmo sem Bell?. E apenas uma pergunta Socrática) e acho que os irmãos, assim como os filhos da banda Oitosetenove poderiam colocar a viola no saco e se picar. Como dizia um antigo apresentador de TV: “Pegue seu banquinho e saia de fininho”.
Bell e Chiclete estão decadentes e nem adianta um tocar mais acelerado o que o outro todo o repertório, pois são herdeiros da herança musical que construíram juntos e que, por causa da briga das esposas se separaram, é o que dizem. Se eu fosse Bell teria saído no auge da glória e ficaria em casa tomando as centenas de garras de vinho que sobraram da loja que não deu certo no bairro da Graça.
Por falar em bairro da Graça – e olha que alertei na Tribuna, no Metro1 e em comentário na Rádio Metrópole para que o município não deixasse correr solto – recebi email de morador do bairro desancando a Sucom, Neto e o secretário Silvio Pinheiro, em termos que eu não ouvia desde que frequentava a casa da luz vermelha de dona Dinha boca de sapo - e não me perguntem o porquê de boca de sapo.
O morador, escrevendo em nome de diversos outros, me diz que a Sucom deu uma rápida passada no local onde os trios estacionam antes de irem para a ruas, no terreno do antigo Barracão da Graça. Veja os termos (tirando os
maus termos) em trechos do email:
“A p. da Sucom deveria se organizar. Custava colocar um agente para dizer aos músicos que não equalizassem ou passassem o som já que estamos fora do circuito. Fui lá falar e dos vinte trios que abordei somente seis sabiam que ali era zona de silencio, mas mesmo assim como não tinha ninguém do organismo arrebentavam a baqueta nos bumbos...”
A missiva observa que teria sido melhor ir para os circuitos, pois lá quando o trio passa fica silencia longo tempo até outro aparecer. No caso do estacionamento dos trios, observa, tem durante o dia e noite e madrugada o silvo do caminhão indo de ré, o contrarregra que some e o técnico fica chamando pelo microfone, buzina dos caminhões, som terrível de dezenas de geradores funcionando ao mesmo tempo, poeira, fumaça, bateristas e guitarristas.
De tanto receber denúncias eu mesmo estive no local, pois já defendo os idosos e doentes da área há anos pois já passei pelo problema, e realmente não achei ninguém da Sucom. Descobri que um velho conhecido o Marcos
Fróes, que cuidava da saída dos trios era quem de vez em quando lembrava e pedia para o pessoal segurar o reggae, bem como um agente da Saltur que identifiquei como Júnior Passos, que nada tinha a ver com a Sucom mas na ausência dela alertava sobre passagem de som. A prefeitura deveria pagar os salários deles em dobro
senão o vexame seria maior.
O meu missivista boca suja me garante que todos os trios, dezenas deles, que passaram por lá fizeram algum tipo de barulho até mesmo depois da meia-noite ou chegando de madrugada. E citou os piores, aqueles que lascaram a boca do balão: Top 69, Tchaco, Papalégua, Dystak, Banana, todos aqueles puxados pelo caminhão Tato ou o Ospal, Malê, Mirella Bastos, um que ostentava o nome de Leandro Guerrilha, Clube do Samba, o de Zezé de Camargo, Ilê, Estrelar, Luandê, Pablo, Sarajane. Albatroz, Mundo Negro, dos Ambulantes, Tornado, Ed City, Boka Loka, Bankoma, Magia, Ju Moraes, Twist e mais uma cacetada. A vantagem é que quem mora na Graça, Vitória e Ladeira da Barra e gosta de Carnaval curtiu de graça da sacada ou janelas do fundo. Perdoe a graça caro leitor vitimado.
Mas excetuando esta pendenga o que gostei do Carnaval foi a música do gordinho gostoso e ostentador, que redimiu na avenida os barrigudos que não tiveram vergonha de mostrar as panças. Gostei também de ACM Neto ter
tido a coragem de resgatar o Igor Kannário que foi um show à parte. E achei muito fraca este ano a Mudança do Garcia, que está cada vez mais petista e pecêdubê. Daí parecia que foi proibido protestar. Uma ou outra placa lembrando do mensalão, petróleo e outros lão.
Mas, quem passou vergonha mesmo foi o dono de camarote. O do Reino foi autuado duas vezes e uma por absoluta falta de higiene. O da Brahma foi feito a facão e não aguentou uma chuvarada de nada, um risco para quem pagou caro. Depois se queixam da decadência no Carnaval. Ninguém gosta de sofrer um 171. Mas bom mesmo foi a Cápsula do Amor. Era só entrar e botar pra f. Como a Sucom botou no pessoal da Graça. Ano que vem os moradores vão buscar antes da festa o apoio da Defensoria Pública e o do MP. Quem mandou não fazer
isso logo este ano. Agora “chorem na minha...”, como cantava antigamente, no bom tempo da decadente Axé, o Saiddy Bamba.