Esporte

JUIZ PREJUDICA BAHIA E VASCO VENCE DE VIRADA 3X1, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

Sem Jean em campo o Bahia não resistiu ao Vasco e Juba ainda fez um gol contra. Quando o time tá de azar acontece de tudo.
ZedeJesusBarreto ,  Salvador | 24/09/2025 às 22:10
Vasco 3x1 Bahia
Foto: Rafael Rodrigues


A expulsão do meio-campista Jean Lucas ainda na primeira etapa, contestadíssima, quando o Bahia vencia o jogo, foi fundamental para a vitória do Vasco (3 x 1 ), em São Januário. O jogo ficou desigual. Os cariocas empataram ainda na primeira etapa e viraram no segundo tempo, ganhando pontos para fugir da zona da degola com a ‘ajudinha’ da arbitragem, apito e VAR. O Tricolor bem que lutou até o final, mas não suportou a pressão e ainda sofreu um gol contra, de puro azar de Juba.  Mesmo com a derrota o Bahia dorme até o fim de semana no sexto lugar, com 37 pontos. O Vasco chegou aos 27, subiu na tabela de classificação, agora em 13ºlugar.   

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Em São Januário/RJ

- Jogo atrasado (16ª rodada), o Vasco de Fernando Diniz em fase de recuperação, o time vem de um empate 1 x 1 com Flamengo no Maracanã, tem 24pontos ganhos e ocupa a 16ª posição; luta para se afastar do grupo de baixo. O Bahia é 6º colocado, com 37pontos, briga para voltar ao grupo dos 4 primeiros.

- Bom e entusiasmado público nas arquibancadas, relvado nos trinques, muita rivalidade, noite com tempo instável.

- O time carioca da Cruz de Malta com uma vistosa beca branca, mangas e detalhes em creme brilhoso; O Esquadrão baiano com seu uniforme tri-colorido.


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Com bola rolando...

- Começo pegado, marcação curta e dura, os cariocas fazendo pressão sobre a arbitragem desde o primeiro minuto. Os vascaínos ensaiando as bolas alçadas para o artilheiro cabeceador Vegetti, o Bahia evoluindo com troca de passes, no chão. Jogo ofensivo, de parte a parte, equilíbrio de ações. Aos 11’, numa cobrança de escanteio da direita, fechado, quase o Vasco abriu o placar.

 - Os cariocas com as linhas de marcação mais adiantadas, tomando as iniciativas.

- Gol! 1 x 0 Bahia, Sanábria, aos 30min, roubando bola do zagueiro, na área inimiga, encobrindo o goleiro. Esperto o argentino.    

  VAR! Numa disputa de bola no meio campo, Jean Lucas escora o adversário com braço pra trás, o vascaíno encena e o árbitro, vendo o vídeo, sob pressão, expulsa o meia Jean Lucas, interpretou como cotovelada no rosto do adversário. Absurdo. O Bahia ficou com um atleta a menos em campo. Daí, aos 40’, após cobrança de escanteio, o jogador David, do Vasco, atinge com a mão, de propósito e sem bola, o rosto de Gilberto que caiu; e os baianos pediram que o árbitro também fosse ver o VAR e punisse o vascaíno, por agressão. Confusão, o árbitro envolvido por atletas dos dois times, minutos de bola parada. O árbitro ignorou a jogada, usou de dois pesos e duas medidas. E tudo mudou a partir daí. Ficou uma disputa desigual.

Os treinadores trabalharam. Diniz põe David, atacante de força, no lugar do apoiador Lucas Freitas, iria pra cima. Ceni tirou o centroavante William José e pôs o apoiador Acevedo, para recompor o meio-campo. Daí...

- Gol do Vasco, 1 x1, Coutinho. Bola cruzada da direita, descaindo, Coutinho fechou na pequena área, junto com Gilberto, lerdo, e só empurrou pra dentro. Cadê o goleiro?  

Um final de primeiro tempo com Bahia pressionado, o Vasco inteiro em cima, querendo decidir logo, pressão total.   

 

Uma primeira etapa com duas leituras: antes e depois da expulsão de Jean Lucas, numa decisão mais que rigorosa, foi um a disputa de bola normal. Em seguida, houve um lance de agressão, mão no rosto, em favor do Bahia, e o soprador de apito ignorou. Com um a mais e o Bahia atordoado em campo o Vasco empatou, cresceu. E teria a vantagem numérica em campo durante a segunda etapa, decisiva.

 

Segundo ato – Ceni tirou Gilberto, já com cartão amarelo, colocou SantiÁrias, mais inteiro. O Vasco mantendo a pegada forte, agressivo. O Bahia, com um a menos, mais postado, apostando num contragolpe. Pressão total do time da casa, usando a força, alçando bolas, seguidamente.

 - Gol! 2 x 1 Vasco, Puma Rodrigues, escorando escanteio cobrado pelo alto, da direita; Gabriel Xavier vencido pelo alto, no corpo e Ronaldo só espiando. Aos 15min. De tanto insistir nas bolas levantadas... o desempate, a virada carioca, na tora.

De novo o VAR! Numa bola dividida perto da área carioca, Sanábria atinge o tornozelo de Puma e o VAR pede atenção da arbitragem que vai ao vídeo mas decide não expulsar o atacante argentino, que logo foi substituído.

 Aos 20’, Ceni mandou a campo Tiago e Nestor, renovando fôlego, mais pernas. Saíram M. Araujo  e Everton Ribeiro (já extenuado). Aos 24’, boa arrancada de Nestor, pela esquerda, chutou na rede, por fora. Logo depois, entrou Iago Borduchi, saiu Sanábria (que jogou muito)

- Gol! 3 x 1 Vasco, aos 30min. Um erro de saída de bola pelo meio campo, bola na área baiana, o chute do atacante desviou em Juba e matou o goleiro Ronaldo, paradão no lance. Azar puro.

Um Bahia vencido, arriado. Aos 38’, Ronaldo evitou o quarto, espalmando. O assédio vascaíno intenso. Aos 40’, outra defesa arrojada de Ronaldo, salvando. Aos 45’, Vegetti perdeu, de cara, a bola passou rente.     O Tricolor lutando, arriscando. Aos 47’, Tiago ganhou da zaga carioca e bateu forte, Leo Jardim fez boa defesa.      

 

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Ficha Técnica

- O Vasco do técnico Fernando Diniz: Leo Jardim, PH-Paulo Henrique, Cuesta, Lucas Freitas e Puma; Hugo Moura, Barros e Coutinho; Andrés, Vegetti e Nuno /David

- O Bahia escalado por Rogério Ceni: Ronaldo, Gilberto, Gabriel Xavier, Ramos Mingo e Juba; Rezende, Jean Lucas, Everton Ribeiro e Michel Araújo; Sanábria e William José.

- No apito, João Vitor Gobi/SP. Inseguro, sob pressão dos cariocas, empenou com a decisão de expulsar Jean Lucas num lance e disputa normal no meio de campo. Tudo em favor do Vasco, o time da casa, com ajuda do VARsco.  

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 Pela próxima (25ª) rodada, o Bahia recebe o Palmeiras, na Fonte Nova, domingo à tarde. Parada muito difícil, o Verdão disputando liderança, o Tricolor mais que desfalcado, meio que desmantelado. Ceni vai ter dor de cabeça pra escalar um time competitivo.

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 Outro confronto da noite, jogo atrasado do Brasileirão: Grêmio 1 x 1 Botafogo.

 

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Dança de técnicos

- O Vitória já enfrenta o Grêmio, domingo às 11h, em Porto Alegre, sob comando do treinador Jair Ventura (o filho de Jairzinho, o ‘Furacão da Copa’/1970), que substitui Rodrigo Chagas, após três jogos apenas à frente da equipe, um triunfo e duas derrotas.

Rodrigo deve continuar na comissão técnica do Rubro-negro, como auxiliar de Jair, o quarto treinador da equipe nesta temporada. O time está na zona de baixo da tabela de classificação e o novo técnico vai ter trabalho pra encaixar uma equipe, achar um padrão de jogo competitivo. Muitas caras novas, desconhecidas, chegadas de pontos diferentes, Jair só conhece de perto os zagueiros Ze Marcos e Halter, o apoiador Baralhas, com quem já trabalhou. O Vitória já usou 39 jogadores neste Brasileirão. Buscar entrosamento é a chave, o desafio.

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  Irritado com os xingamentos das arquibancadas, a cobrança da mídia e a intolerância dos corneteiros, o treinador Renato Gaúcho pediu demissão, depois da desclassificação para o Lanus (1 x 1 no jogo de terça e 1 x 2 no placar agregado) pela Sul-Americana, e está fora do comando do Fluminense. O Tricolor das Laranjeiras fica, mais uma vez e por enquanto, nas mãos do interino e eterno quebra-galho Marcão. E a direção do clube está à procura de um novo ‘mister’ ou ‘professor’, como hoje chamam os treinadores, talvez por ironia.

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 O Internacional de Porto Alegre, que demitiu o técnico Roger Machado depois de derrota (3 x 2) no Beira Rio para o rival Grêmio, no ’derby’ gaúcho, deve anunciar a contratação do argentino Ramon Diaz.

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É a roda vida do futebol brasileiro. A profissão de técnico talvez seja a mais insegura e instável do mercado. Ainda mais nesses tempos de ‘redes’ e cancelamentos. Quando o time perde, o treinador é detonado, seja quem for, tenha a história que tiver.