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BAHIA CAI NA ARAPUCA URUGUAIA E PERDE INVENCIBILIDADE NA FONTE 1X3

ZédeJesusBarrêto comenta que o time uruguaio encontrou o caminho nas costas de Juba e fez 2 gols
ZedeJesusBarreto ,  Salvador | 07/05/2025 às 22:00
Bahia 1x3 Nacional
Foto: Rafael Rodrigues

  Foi a primeira derrota do Bahia na Fonte Nova numa partida pela Libertadores; um imprevisível 1 x 3, de virada, com as arquibancadas cantando e apoiando os jogadores no final, mesmo decepcionados com o resultado. O Bahia fez um primeiro tempo dominante, ao seu estilo, mas não conseguiu golear. Começou bem a segunda etapa, abriu o placar e tinha o controle das ações, impunha seu ritmo, até levar um gol de bobeira, de cabeça, na cobrança de um escanteio. Esse gol mudou tudo. O time em campo sentiu o golpe e, empurrado pela torcida, lançou-se inteiro ao ataque, abrindo-se ao contragolpe. Em dois deles, nas costas de Juba, três contra dois em alta velocidade, os uruguaios surpreenderam e mataram o jogo, bem ao jeito do futebol uruguaio, manhoso, traiçoeiro, por uma bola – lembram-se da Copa de 50, no Maracanazzo? Não se pode duvidar dos uruguaios, jamais.

  Um placar, enfim, que não diz bem o que foi o jogo, mas assim é o futebol. Fica a lição, Libertadores é outra leitura, vacilou... dançou. Um pouco de soberba, talvez, e veio a punição.

  O Bahia ainda dorme na liderança, mas o Internacional, que ainda joga na rodada, pode ultrapassar o Tricolor, caso vença o Atlético Nacional da Colômbia. Embolou o grupo. E os dois jogos que restam ao Bahia são fora de casa. Nada perdido, apenas a invencibilidade na libertadores e a quebra da sequência de 5 jogos com triunfos. Pensar em vencer longe de casa, agora.   


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Na Fonte Nova

- Depois de dias de chuva, um começo de noite limpo, com ventos e clima ameno, 27graus de temperatura. Arquibancadas com mais de 40 mil tricolores, relvado em boas condições, com alguns pontos mastigados, fofo, em decorrência das chuvas.

- Confronto valendo pela 4ª rodada do Grupo F da Libertadores. Com 7 pontos em três jogos, um triunfo encaminharia bem a classificação do Tricolor à próxima etapa da competição. No grupo, o Inter tem 5 pontos, o Atlético Nacional da Colômbia 3 e o Nacional do Uruguai apenas um, no desespero, precisando vencer a todo custo.    

- O time uruguaio, desde a derrota para o Bahia, em abril, Montevidéu, fez cinco jogos e não perdeu, está em alta. O Tricolor com 5 triunfos seguidos.

- Uniformes: O Tricolor com seu padrão um, camisetas brancas, calções azuis e meiões vermelhos; O Nacional de camisetas rubras, calções e meiões brancos.  

 

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 Com bola rolando...
- Precisando vencer, o time uruguaio começou com suas linhas avançadas, tentando complicar a saída de bola em troca de passes do adversário; sem bola, todos apertando na marcação. O Tricolor pondo a bola no chão, no toque, ao seu estilo. Mais estudado que corrido. O Bahia tomando as iniciativas, atuando mais no campo ofensivo. Limpo, poucas faltas.

- A primeira grande chance foi num lançamento de Caio para Pulga, fechando pelo meio em velocidade, mas o avante foi travado pela zaga na hora do arremate, ganhou escanteio.  Aos 22’, um arremate de canhota de Everton Ribeiro, da entrada da área, a bola subiu demais. Aos 29’, os uruguaios entraram tramando, Nico Lopez ficou de cara, Marcos Felipe saiu bem, abafou e salvou, evitou o gol. Defesaça! O Bahia na frente, atacando, mas quase leva gol no contragolpe.

 -  Aos 35’, tentativa de William José, fora. Aos 37’, metida de bola de Cauly, pela direita, Erick dividiu com o goleiro, ganhou escanteio. Aos 39’, Everton enfiou para Pulga penetrando pela esquerda, a bola escapou do domínio e o goleiro abafou nos pés de Pulga. Aos 42’, boa cabeçada de William José, o bom goleiro Mejia se esticou e espalmou, a bola tinha endereço. O árbitro deu mais dois minutos. Antes do apito, tentativa de Caio Alexandre, passou perto.

 

  O Bahia foi superior na primeira etapa, teve mais a bola, tomou as iniciativas, buscou mais o gol, porém a melhor chance foi deles, quando o atacante entrou livre e Marcos Felipe salvou. O Nacional fechadinho, jogando por uma bola, perigoso, tinhoso. O Tricolor precisava caprichar mais no último passe, na finalização. Mais ousadia, e Pulga aparecer, ganhar a disputa no mano a mano pela esquerda. Indefinido.   

 

  Segunda etapa – Logo aos 2 minutos...

- Gol! 1 x 0 Bahia! Jean Lucas, completando uma bela trama coletiva – Caio Alexandre, William José, Jean Lucas de cara, não perdoou.

 - Aos 5’, boa arrancada de Pulga pela esquerda, disparou e bateu cruzado, o goleiro rebateu no reflexo. Aos 10’, Pulga puxou um contragolpe, 4 contra dois, o passe saiu errado.

- Gol! 1 x 1 Morales, de cabeça, escorando escanteio, aos 11 min. Subiu livre na marca do pênalti. Descuido, desatenção na marcação. E Ceni foi à loucura.

 O fato é que esse gol, inesperado, mudou todo o panorama da partida. O tricolor sentiu, e partiu inteiro pra o ataque, loucamente, empurrado pela torcida, nuscando o triunfo, mas se deu mal.

- Aos 14’, com o time Tricolor todo à frente, o goleiro Mejia armou um contragolpe no chutão e quase o Nacional desempata. Na sequência, duas defesaças de Marcos Felipe, salvando. Os uruguaios aproveitam-se do descontrole do adversário e lançaram-se à frente, na correria, no contragolpe, alçando  bolas, chutando de longe, tentando de tudo. Nesse momento o Nacional estava melhor no jogo, ganhando as divididas, marcando duro, atacando, pressionando.

- Antes dos 20’, Ceni lançou Ademir (errou tudo), puxou Cauly pro meio e tirou Everton Ribeiro, cansado.  O jogo ficou dramático, aberto, nervoso.  O time tricolor inteiro no ataque e ...  

- Gol! 2 x 1 Nacional. Aos 25’, um chutão da defesa armou o contragolpe pela direita, em alta velocidade, dois contra dois, Nico Lopez limpou na linha da pequena área e definiu, virou o placar.

 Então, se já jogava atrás, os uruguaios recuaram todos, a marcar, dar bicos, safar e cair, ganhar tempo, usando e abusando da velha manha uruguaia. Ficou difícil. 30 minutos, a torcida inquieta. O Bahia em cima, assediando, mas não conseguia penetrar, não finalizava. O Nacional todo atrás, já na cera, cometendo faltas, travando o jogo.  

- Ceni pôs Lucho e Michel Araujo, dois uruguaios em campo. Aos 35’, William José dominou na área, girou e bateu, travado pela zaga, escanteio. O Tricolor foi pro abafa, aquela pressão final, em busca de um gol salvador, já na garra, na vontade. Daí...

- Gol! 3 x 1 Nacional. A cópia do gol anterior. Alta velocidade no contragolpe pela direita, o time tricolor todo avançado, bola cruzada no chão, Villalba completou, matou o jogo.

Aos 46’, um bombardeio do Bahia, três defesas seguidas, difíceis do goleiro Mejia, destaque no jogo. Inesperada derrota.

 Impressionante a reação do torcedor nas arquibancadas, vibrando, apoiando a equipe, cantando... depois do apito final. Uma boa lição.

 

Destaques

Marcos Felipe levou três, sem culpas, salvou dois. Jean Lucas, William José.

No time uruguaio, o goleiro Mejia, grandes defesas; a zaga dura, sem vacilos e a estratégia do treinador, no contragolpe, depois do empate (1 x 1) - recuou e matou o jogo na correria, aproveitando-se da afobação do adversário.

 

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Ficha técnica

- O Bahia escalado por Rogério Ceni: Marcos Felipe; Erick, David Duarte, Mingo e Juba; Caio Alexandre, Jean Lucas, Everton Ribeiro, Cauly, William José e Pulga. (Lucho, Kayky, Nestor, M. Araujo, Ademir) 

- O Nacional do Uruguai do treinador Pablo Peirano: Luis Mejía; Morales, Calione, Coates e Millán; Báez, Oliva, Boggio, Villalba; Recoba e Nico Lopez (Romero, Gonzalez, Rodriguez  

 

 - No apito, o argentino Yael Falcón Perez. Sem problemas.

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- O Tricolor volta a campo no sábado à noite, já pelo Brasileirão; encara o Flamengo, no Maracanã. Nada fácil, não tem refresco.

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 Final da Champions

 O PSG – Paris Saint Germain será o adversário da Internationale de Milão na grande final da Copa dos Campeões da Europa, a Champions League. França x Itália. Depois da empolgante vitória da Inter sobre o Barcelona, o PSG venceu o Arsenal (2 x 1), em Paris – 3 x 1 no placar agregado, e vai disputar o título numa partida única, dia 31 de maio, na Alemanha, campo neutro. O time francês em busca de seu primeiro título. Sem favoritos. Apostas abertas.