E os norte-americanos comemoraram o empate como uma vitória.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
12/06/2024 às 23:15
Rodrygo fez o gol do Brasil
Foto: Rafael Ribeiro CBF
Muitos esperavam uma goleada sobre os EUA que, faz dias, levou 4 da Colômbia, mas não foi o que aconteceu. Os americanos jogaram atrás, defenderam-se com denodo e poderiam até ter vencido, criaram boas chances em contragolpes rápidos, objetivos. No mais, o Brasil teve mais posse de bola, jogou mais tempo no campo inimigo, perdeu chances e mostrou defeitos: Alisson não passa confiança, a dupla de zaga não se impôs, o meio campo marcou mal e criou pouco, e desperdiçamos seguidas chances de gol na frente. Um alerta.
O placar, 1 x 0, enfim, satisfez muito mais os norte-americanos, empenhados em não perder. Não foi uma atuação decepcionante da seleção, mas nos deixa preocupados a dias de uma Copa América, competição dura, difícil, com adversários bem mais qualificados que os EUA – como Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador ...
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Em Orlando, Flórida
- O Camping World Stadium, com capacidade para 65 mil pessoas, quase cheio (mais de 60 presentes, recorde local), gramado com dimensões reduzidas (no modelo americano, 5m a menos de comprimento e 4 a menos de largura), linheiro, calor, sem chuvas.
- O Brasil de canarinho e os EUA de azul, detalhes em vermelho e branco.
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Com bola rolando
- Os donos da casa, marcando em bloco, apertando e ousando no começo. Os brasileiros tentando por a bola no chão, marcando mais frouxo, dando espaços pra chegada do adversário.
- Aos 4’, Musah disparou de longe e a bola balançou o travessão de Alisson, tocou ainda no goleiro, no chão e não entrou. Aos 5’, Pulisic pôs Alisson a trabalhar. O Brasil respondeu aos 6’, na troca de passes pelo meio, e a batida de Rodrygo para encaixe do goleiro Turner, no chão. Começo aberto, animado. Aos 15’, Bruno Guimaraes roubou uma bola na intermediária e achou Vini Jr livre, na meia-lua, ele ajeito e chutou mal, fraco, nas mãos do goleiro; aos 16, Rodrygo enfiou nas costas da zaga para Vini Jr, ele entrou de cara e perdeu, de novo, tocando no corpo do goleiro.
- Gol! 1 x 0 Brasil, Rodrygo, aos 17’. O goleiro americano repôs mal, Raphynha ganhou na intermediária e achou Rodrygo livre, na entrada da área, caindo pela esquerda; ele não desperdiçou, batendo firme na saída de Turner, abrindo o placar.
- Aos 20’, Raphynha limpou da entrada da área e buscou o ângulo, errou por pouco o alvo. Aos 23’, Pulisic entrou costurando e foi derrubado na meia-lua, quase na linha da grande área, por João Gomes...
- Gol! 1 x 1, Pulisic, aos 25’. Cobrando a falta por baixo, acertando o canto. Mais um na conta do goleiro Alisson, pela barreira mal posta e o gol em cima dele, bola defensável.
Depois do empate o ritmo e a qualidade do jogo caíram, muito totó, marcação, passes errados, poucos lances de área.
Uma primeira etapa que começou intensa, boa de ver e terminou chocha. Defensivamente o time de Dorival Jr mostrou-se vulnerável. O goleiro falhou feio no gol, o miolo de zaga não se impôs, os laterais sumidos. No meio de campo, Paquetá muito mal, perdido. Na frente, Rodrygo foi o melhor; Vini Jr individualista, perdeu dois gols de frente. Os EUA jogam em bloco; perigoso quando ataca, mas deixa espaços no campo defensivo com a linha de zagueiros avançada.
Segundo tempo – Dorival Jr trocou João Gomes, já com cartão amarelo, por Douglas Luiz, no intervalo. Os canarinhos voltaram mais acesos, buscando o gol. Aos 4’, Wendell tabelou com Vini Jr e arrematou na rede, por fora. Aos 6’, Rodrygo foi derrubado quase na linha da meia lua, o árbitro foi no vídeo e anulou, desmarcou a falta! Quando todos pediam a expulsão do zagueiro faltoso. Estranha decisão.
- Aos 9’, Rodrygo tentou, de puxeta, cobriu o travessão. O Brasil melhor, assediava, inteiro no campo adversário, marcando avançado, buscando o gol. Aos 13’, uma blitze com goleiro rebatendo e o chute de Wendell por cima, no rebote.
Por volta dos 20’, substituições. Em campo Savinho, Endrick e Andreas (Paquetá, Raphynha e B. Guimarães saíram). Nos EUA, Balogum e Johnny nos lugares de Reyna e Pepi, os americanos voltaram a contra-atacar.
- Aos 22’, Pulisic limpou da esquerda para o meio e perdeu de cara, Alisson dessa vez fechou, boa defesa. Aos 28’, Rodrygo recebeu de Savinho, limpou e tentou deslocar o goleiro, que esticou o braço e salvou. Duas tentativas de Endrick, Turner trabalhando bem. Tempo rolando, os canarinhos em cima, mas o gol não saia, os americanos fechadinhos atrás, resistindo.
- Aos 38’, Vini Jr recebeu de Martinelli, ficou de cara e perdeu outra para o goleiro, mas estava impedido. Aos 39’, outra tentativa de Endrick, Turner catou bem no chão. Aos 40’, em boa trama, Pulisic chutou rente ao pé do poste brasileiro. Na resposta, Vini Jr recebeu de Martinelli, finalizou, não deu em nada. A arbitragem deu mais cinco minutos de jogo. Aos 46’, depois de um escanteio, a bola sobrou pra Vini Jr que... só ‘atrasou’ para o goleiro americano. Aos 50’, Martinelli cobrou falta da esquerda, fechada, o goleiro espalmou a escanteio. Na cobrança, cabeçada na pequena área e Vini Jr, impedido, jogou fora. Foi o último lance.
E os norte-americanos comemoraram o empate como uma vitória.
Destaques
- No Brasil, Rodrygo foi o melhor. Boa atuação de Wendell, Vini Jr ainda devendo. Dos que entraram, Martinelli e Savinho. Nos EUA, o goleiro, a aplicação defensiva e o talentoso e perigoso Pulisic.
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Ficha técnica
- A equipe brasileira escalada por Dorival Jr: Alisson, Danilo, Marquinhos, Beraldo e Wendell, João Gomes (Douglas Luiz), Bruno Guimarães (Andreas), Paquetá (Savinho); Raphynha (Endrick), Rodrygo (Martinelli) e Vini Jr.
- A seleção dos EUA do treinador Gregg Berhalter: Turner, Scally, Richards, Rean e Antonee Robinson; McKennie, Musah e Reyna; Weah, Pepi e Pulisie. (Adams, Aaronsson, Balogun e Johnny, Moore)
- Arbitragem de Hunduras, com Said Martinez no apito.
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Jogo da seleção brasileira, agora, só no dia de São João, 24, contra a Costa Rica, na estreia pela Copa América, em Inglewood, Califórnia.
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Na noite desta quinta (dia de Santo Antônio), dia 13, às 21h30, pela 8ª rodada da Série A, o clássico dos tricolores nordestinos - Bahia x Fortaleza, na Fonte Nova. O Bahia invicto em casa e lutando para se manter no grupo dos quatro primeiros; o Fortaleza, o Lions do técnico vitorioso argentino Vojvoda, acaba de ganhar o terceiro título de Campeão da Copa do Nordeste, em alta. Jogão!
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