*Nestor Mendes Jr. é jornalista e autor de “Bahêa, Minha Paixão — Primeiro Campeão do Brasil”
Nestor Mendes Jr , Salvador |
28/08/2023 às 19:57
Nestor Mendes Jr é autor de 3 livros sobre o Bahia
Foto: MIR
Na condição de Conselheiro, Sócio Centenário e Benemérito, vou enviar ao Conselho Deliberativo do Esporte Clube Bahia uma proposição para tornar o Sr. Ednaldo Rodrigues persona non grata pelo Esquadrão de Aço.
Na última sexta-feira, 25 de agosto, o presidente da CBF - que na crônica esportiva já foi chamada de Casa Bandida do Futebol — cometeu um tríplice atentado contra o futebol brasileiro, a Bahia e ao Esporte Clube Bahia, retirando da nossa agremiação, fundada em 1931, a primazia de ter sido o primeiro campeão brasileiro, em 1959. Campeão, sim! Primeiro campeonato organizado pela então CBD — Confederação Brasileira de Desportos — por imposição da Comebol, para que se definisse o representante brasileiro na primeira Copa Libertadores das Américas, em 1960.
Esta é a história, e o resto é uma canja de galinha muito gorda. O Sr. Ednaldo, torcedor proativo do Esporte Clube Vitória, cedeu (sic) ao argumento espúrio do clube mineiro, que advogava ter sido o primeiro campeão do Brasil em 1971. Como perdeu esse direito, foi buscar num torneio furreca de 1937 — sim, torneio — com apenas mais cinco clubes do Rio, São Paulo, Minas e Espírito Santo, sem nenhum clube do Sul, Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Inclusive com a Liga da Marinha, que foi de gaiata no navio. Que campeonato nacional é este? Onde está a Nação brasileira representada em um baba que durou exatos dois meses, entre 13 de janeiro e 14 de fevereiro de 1937? Quanto o bilionário devedor Atlético/MG depenou-se para surrupiar do Bahia a primazia de primeiro campeão do Brasil?
E atentem: um torneio de meia-pataca organizado por uma tal Federação Brasileira de Futebol (FBF), dissidência da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que é a legítima predecessora da atual CBF. Ou seja: a atual direção da casa, que já foi de Ricardo Teixeira, Marin e Del Nero — todos acusados de corrupção e banidos do futebol — desmerece a sua própria história.
E com mais um agravante: o ECB, legítimo campeão baiano de 1936, não foi convidado nem participou. É imperioso que o Ministério Público e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva reponham-na nos trilhos e puna exemplarmente homens minúsculos que atentem contra a dignidade do futebol, sejam em apostas fraudadas, sejam em beijos roubados. Aqui, o Rubiales tupiniquim nos deu o beijo vil da traição.