Esporte

COPA DO NORDESTE; CEARÁ CONTINUA CARRASCO E VENCE BAHIA NO FINAL 1X0

Faltou ao Bahia mais ousadia e
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 01/05/2021 às 18:57
Bahia 0x1 Ceará
Foto: Felipe Oliveira ECB
  Num jogo muito igual, com duas expulsões, mais brigado do que bem jogado, o Vozão cearense voltou a aprontar pra cima do Bahia, e mais uma vez com gol no finalzinho, de falta, contando com a sorte de a bola ter desviado na barreira. Pior, gol de Jael, o Cruel, a torcida do Bahia lembra bem dele, com saudades.  Resultado: 1 x 0, quando o empate parecia o mais acertado e justo pelo que aconteceu em campo. 

  Não foi um bom jogo, tecnicamente. Gramado pesado, escorregadio, muita rivalidade, entradas duras, expulsão do Luis Otávio do Bahia aos 20 minutos, quando o Bahia era melhor. Antes de acabar o primeiro tempo, Charles, meio-campista do Vozão, também expulso por entrada violenta idêntica, carrinho frontal.  

  E tivemos um segundo tempo estudado, cauteloso, travado, sem chances de lado a lado até que ...  aos 47’, a sorte bafejou o Vozão, que vai jogar sábado próximo, em casa, no seu Castelão, com a vantagem no placar e uma mão já quase no caneco, a taça ‘orelhuda’, pela terceira vez. 
  Mas ...  futebol é futebol. Veremos.  
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 Em Pituaçu 

- O Vovô cearense, treinado por Guto Ferreira, bi-campeão da competição, chegou a essa final invicto e com a defesa menos vazada. Se a equipe já era boa na temporada passada, foi reforçada na defesa (com Messias), no meio campo e no ataque (com o veloz Mendoza e Jael); ficou ainda melhor qualificada e mais competitiva. 

 - O Bahia de Dado Cavalcante vem se arrumando na competição; tinha o ataque mais positivo, uma zaga nova (Conti e Luis Otávio), um meio campo em evolução e um novo jeito de jogar, com Rodriguinho e Gilberto (artilheiro da competição) avançados, trocando passes e Rossi em fase inspirada.
 - Há sete jogos, desde 2018, o Tricolor não ganha do Vozão. Agora, oito. 
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Com bola rolando... 

Tarde nublada em Salvador, ventos fortes, sábado de um primeiro de maio, dia do trabalho (do Trabalhador) diferente, em tempos de pandemia. Arquibancadas vazias. Gramado nalguns pontos bem pesado, encharcado, escorregadio. 

 - A partida começou em ritmo veloz, as duas equipes marcando alto, no campo ofensivo, clima de decisão. A arbitragem parando, apitando muito tentando controlar a tensão, o ímpeto das disputas. O Bahia trocando mais passes, chegando mais na frente, arriscando de fora da área. 

 - Aos 20 minutos, o zagueiro Luis Otávio do Bahia foi expulso, após um carrinho de frente, com o pé levantado, no meio campo, atingindo a canela de Lima.  Uma expulsão que mudou todo o panorama tático e estratégico em campo, para as duas equipes. O Vozão agradeceu.

  Dado retirou Daniel e colocou Juninho para recompor a zaga. Rodriguinho e Rossi com a missão de se desdobrar para ocupar o meio campo. O Ceará continuou na moita, segurando mais a bola, apostando num contragolpe, mesmo com um atleta a mais em campo... Ou no cansaço do Bahia, mais adiante. Aos 32’, o primeiro bom chute do Ceará no ataque, assustando, mas fora do alvo.

  Aos poucos, com o passar do tempo, um Bahia mais postado, fechadinho atrás e o Ceará subindo, cozinhando, trocando passes, fazendo o cerco diante da área baiana, já se impondo com um a mais em campo. Aos 40’, Vina bateu falta da esquerda, perigosa, fechada, forte para defesaça de Matheus Teixeira, espalmando. Salvou o gol. 

  Aos 46’, Charles entrou de carrinho, de frente, na canela de Nino Paraíba, numa jogada idêntica à da expulsão de Luis Otávio e o árbitro, criterioso, também expulsou o apoiador cearense.  O primeiro tempo terminou, então, com as duas equipes tendo apenas 10 atletas em campo. Igualou. 

   Foi uma primeira etapa com muitas faltas, cartões, duas expulsões ... poucas chances de gol. O Bahia começou melhor, até a expulsão. Dai, suportou bem os 25 minutos inferiorizado numericamente em campo. Não levou gol. 

 A segunda etapa seria outro

 jogo, novas nuances, 10 pra cada lado, mais espaços para manobras. Torcíamos por mais bola e menos botinadas. 
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  O time de Guto voltou melhor distribuído em campo, com mais posse de bola, controlando mais o meio campo. O Ceará teria encontrado um jeito melhor de jogar com 10 homens. Sem Danilo e com Rodriguinho mais recuado o time de Dado não se encontrava, errando passes e sem penetração. Thaciano e Gilberto sumidos. Restava o contragolpe, a inspiração de Nino.

  - Aos 17’, a primeira boa chance do Bahia, após cobrança de escanteio. Conti escorou de cabeça e Rossi, de frente, encheu o pé, por cima.

 Substituições: No Ceará saíram Lima e Vizeu para entrada de Saulo e Naresi; Guto mexeu primeiro. Aos 25’, saiu Rossi e entrou Ruiz; entrou Galdezani, saiu Thaciano. A briga pelo controle do meio campo.  Trinta minutos e nada de lances de área, criatividade zero. 

 Aos 34’, Alesson e Thonny Anderson no lugar de Gilberto e Rodriguinho. No Ceará, saiu Vina entrou Yony Gonzalez.  E a chuva caiu forte em Pituaçu. O jogo ficou então ainda mais travado, mais cauteloso que ousado. Aos 42, saiu Mendoza entrou Jael, o “cruel” (lembram dele?).

- Aos 45’, cruzamento fechado e com efeito de Nino, a bola escapou do goleiro Richard, bateu na trave e ficou pererecando na área cearense... ninguém achou a pelota para empurrar pra dentro.
 Na volta ...
 
 - Gol! do Ceará, aos 47’. 1 x 0, Jael bateu falta, de frente, com força, a bola resvalou nas costas de Ruiz, que virou na barreira, e enganou o goleiro Matheus Teixeira, entrando no canto. Muita infelicidade.  E... mais uma vez o Ceará, mais uma vez com gol no final.  Parece coisa feita. Cruz credo ! 
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 Destaques

 Nino, escolhido o melhor em campo. Bem o goleiro Matheus Teixeira, a zaga de Conti e Juninho, Patrick ...  Gilberto sumido, Rossi disperso, Rodriguinho prejudicado. 

 No Ceará, Luis Otávio, zagueiraço. Vina, o cérebro; Mendoza incomoda; e Jael, que entrou, bateu a falta e decidiu, só. Chorou no final, como se pedindo desculpas ... o Tricolor ainda no coração dele. 
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Escalações  

- Bahia : Matheus Teixeira, Nino Paraíba, Conti, Luis Otávio e Mateus Bahia; Patrick, Thaciano, Danilo e Rossi; Rodriguinho e Gilberto. 

- Ceará : Richard, Buiu, Messias, L. Otávio e Bruno Pacheco; Charles, W.Oliveira, Vina e Lima; Mendoza e Vizeu.

 Arbitragem piauiense, com VAR. No apito, Antonio Dib Moraes de Souza. 
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  - O confronto definitivo, de entrega da Taça e faixa do título, será no próximo sábado, em Fortaleza, no Castelão, no mesmo horário. 
    Antes, o Bahia enfrenta o Independiente da Argentina (terça à noite), em Pituaçu, pela Copa Sudamericana.
Pela mesma competição, o Ceará joga em La Paz, contra o Bolívar.
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  Neste domingo, pelo Baianão, o Vitória volta a campo cumprindo tabela (jogo atrasado da quarta rodada) contra o Jacuipense. Se o Leão vencer, vai para a última rodada já dentro do grupo de classificação. A partida acontece no Barradão, 16h. 
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