Seleção vai a Londres onde fica até 10 de junho
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
26/05/2018 às 10:11
Na Granja Komary, Tite se aproxima dos torcedores
Foto: CBF
Sete dias depois da apresentação na Granja Comary o grupo da Seleção Brasileira que disputará a Copa da Rússia viaja para Londres. Lá ficará até o dia 10 de junho. Treinando com bola, entrosando a equipe, armando e ensaiando jogadas, ganhando encaixe, consolidando o grupo, as relações entre os atletas.
Esses dias em Teresópolis foi de avaliação e cuidados com alguns machucados e em fase de recuperação: Neymar, que não joga desde fevereiro e fez cirurgia no pé no dia 3 de março já bate bola; Fagner está em fase de recuperação de uma lesão muscular: Fillipe Luiz ganha confiança, depois de uma fratura na fíbula; e Douglas Costa, com uma distensão leve na coxa ... Daí, muita brincadeira com a pelota, chutes, roda de bobinhos e alguns coletivos leves. Tite torce e trabalha com sua comissão técnica para tudo dar certo e todos nos trinques, na hora do ‘vamo ver’.
Dois de seus titulares absolutos só se apresentam domingo, na Inglaterra, depois da final da Copa dos Campeões da Europa, sábado à tarde, em Kiev: Cassemiro e Marcelo, do Real Madrid; e mais o avante Firmino, do Liverpool.
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Os preferidos do ‘professor’
Tite, é claro, tem seu time ideal na cabeça. Só um imprevisto o faria mudar de opinião.
Álisson é o goleiro escolhido, preferido por ele e Tafarel, o treinador de goleiros. É alto, forte, tem bons reflexos mas andou dando rebotes bobos e saindo em falso nos cruzamentos altos, nos últimos jogos em que atuou pelo Roma.
Na lateral direita, sem contar com o titular Daniel, ele escolheu Danilo, mais inteiro e mais afeito ao estilo europeu de jogar do que o corintiano Fagner. Na esquerda, Marcelo, absoluto.
Pelo miolo de zaga, a dupla titular do treinador parece ser mesmo Thiago Silva e Miranda. O primeiro reserva dos dois é Marquinhos. Eu escalaria Geromel e Miranda. Acho Thiago instável.
No setor de pegada do meio campo, dois intocáveis: Cassemiro e Paulinho. Fernandinho, na boca da espera, pode entrar reforçando a marcação, a depender do adversário e do jogo. Na armação, indo e vindo, cercando e puxando o contragolpe, estão em alta Phillipe Coutinho, William (Renato Augusto) e Neymar. Na frente, Gabriel Jesus. Essa é a base.
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Na espera
Vazaram os nomes dos 12 escolhidos como possíveis reservas, os convocáveis, caso seja necessário. São eles: o goleiro Neto, do Valência; os laterais Rafinha (Bayern) e Alex Sandro (Juventus); os zagueiros Dedé (Cruzeiro) e Rodrigo Caio (SP); os apoiadores Giuliano, Maicon e Artur ( dois do Grêmio); os meias avançados Rodriguinho (Corínthians), Luan (Grêmio), Dudu (Palmeiras) e Paquetá (Flamengo).
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A vez de Putin
A Copa da Rússia é um importante acontecimento da era Putin. Assim vem sendo tratada por lá. Os olhos do planeta estarão voltados para o gigante país do norte e o dirigente (ex-agente da temível KGB), mais uma vez reeleito, um populista dito moderno, liderança reconhecida mundialmente, vai estar na fita. Sairá ainda mais fortalecido se a Copa acontecer sem grandes problemas ou ameaças, for um sucesso.
Não é de hoje que futebol e copa do mundo servem a interesses políticos.
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A Copa do Duce
A Copa de 1934, por exemplo, a segunda a ser realizada pela FIFA, aconteceu na Itália sob os auspícios do ditador Benito Mussolini, idolatrado chefe, Il Duce do Partido Nacional Fascista. Enaltecendo a “Nova Itália”, o Duce mandou construir estádios em Turim, Nápoles e Trieste; e reformou, especialmente para a competição os estádios de Gênova, de Florença, o San Siro de Milão e o de Roma, este rebatizado, à época, de Stadio Nazionale del PNF - Partido Nacional Fascista.
A Itália venceu, claro, na bola e no apito. A final foi contra a Tchecoslováquia, 2 x1, com direito a um desempate na prorrogação. Os thecos chiaram muito com a atuação do árbitro sueco Eklind, que antes de a partida começar teria até feito a saudação a Mussolini (com quem jantara na noite anterior), Il Duce presente e fanaticamente ovacionado no estádio.
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Dezesseis equipes disputaram a Copa de 34, 12 da Europa. Egito, EUA e apenas duas da América do Sul, Brasil e Argentina. Ressentido com as ausências dos europeus na Copa de 30, o Uruguai, Campeão do Mundo, recusou-se a viajar para o chamado ‘Velho Mundo’. Presentes a Itália, dona da casa, Tchecoslováquia, Alemanha, Áustria, Espanha, Hungria, Suíça, Suécia, França, Holanda, Romênia e Bélgica. O craque da Copa foi Meazza, italiano.
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O Brasil, já com o caudilho gaúcho Getúlio Vargas no poder, desde o golpe de 1930, foi novamente à Copa com uma equipe mambembe, em função das querelas entre cartolas da CBD e dos principais clubes brasileiros, que tinham organizado uma liga independente da Confederação. Os times, paulistas à frente, rompidos com a CBD, não cederam seus craques. Assim, o escrete foi armado apenas com jogadores cariocas do Botafogo, Fluminense, Bangu e São Cristóvão.
Assim, levamos 3 x 1 da Espanha, de cara, e caímos fora da competição. Os brasileiros ficaram um mês excursionando, fazendo amistosos pela Europa. Dois jogadores se destacavam, chamavam a atenção dos europeus: o negro Leônidas da Silva, 20 anos, artilheiro nato, e o meia Waldemar de Brito, 21 anos. Esse foi o ‘descobridor’ de Pelé, na segunda metade dos anos 50, em Bauru, levando o garoto para o Santos.
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O fantasma dos ‘alemão’
O treino aberto com bola na tarde de sexta-feira, na Granja Comary, rendeu confusão. Muitos torcedores presentes, mais da conta, e alguns mais afoitos quebraram o alambrado e invadiram o gramado, exigindo trabalho dos seguranças, sob vaias. Os atletas ainda tiveram de ouvir o coro dos mais exaltados: “ sete a um, sete a um !!! ”. O fantasma da Copa 2014 está vivo.