Esporte

Bahia x Vitória, o da Conquista, a grande final, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

O arcaico e o novo brigam pela camisa rubro-negra, o comando do clube. O recém-eleito Viana jura que vai fazer reformas no estatuto e eleições diretas em 2016. Quem acredita?
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 05/04/2015 às 20:07
Maxi marcou um dos gols do Bahia
Foto: Felipe Oliveira
O tricolor e o Bode largaram na frente na rodada da semifinal do Baianão, na tarde de domingo; No Norte, o Bahia superou o sol forte, o gramado desnivelado e a tinhosa equipe do Juazeirense, ganhando por 2  x 1, num jogo pobre tecnicamente mas bem movimentado, disputado, corrido.

No Sudoeste, o Vitória da Conquista não tomou conhecimento do Colo-Colo e bateu a equipe de Ilhéus por 3 x 0, com folga e superioridade.

Agora, basta que o tricolor confirme sua melhor qualidade técnica no jogo de volta, na Fonte Nova, diante de seu torcedor; e o Vitória da Conquista faça valer a sua vantagem em campo no estádio de Ilhéus.  Então teremos um Ba x Vi diferente, inusitado, pela disputa do título baiano.



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Deu Bahia em Juazeiro

Norte do Estado, beira do São Francisco, sol forte, calor, campo duro mas verdinho, arquibancadas do Adauto de Moraes cheias, festa das carrancas no domingo de Páscoa. 

O jogo já começou pegado, com empurrões, marcação dura, o pessoal se encarando. Lá e cá. Aos 10 minutos, num belo e longo lançamento de Souza, Maxi acreditou, ganhou da zaga, tirou do goleiro Tigre com um toque leve de cabeça e, mesmo sem ângulo, tocou pra o gol, fazendo  1 x 0. Aos  12’, Kieza  levou o zagueiro, ficou de frente e bateu forte, alto, perdendo a chance.  E o time foi pra cima, buscando o empate.  Nada de bola no chão, de troca de passe, os dois times na base do chutão e lançamentos longos.  Em função do calor, aos 24’ o árbitro deu parada técnica para hidratação dos atletas.

Aos 29’, Leo Gamalho finalizou fraco um cruzamento da direita, nas maõs de Tigre. Aos 32’ Jailson não marcou um  pênalti claro, mão na bola do zagueiro, na grande área, cortando a trajetória da bola que chegaria a Leo Gamalho, em condição de finalizar. O Bahia melhor. Mas... aos 37’, numa cobrança traiçoeira de falta pela lateral, Douglas Pires foi surpreendido adiantado,  salvou, a bola bateu na trave e na volta Fabiano completou, empatando: 1 x 1. A zaga tricolor cobrou do bandeira José Raimundo da Hora (sempre ele) um impedimento.   Aos 43’, Maxi , livre, cabeceia pra fora um bom cruzamento de Tony. A Juazeirense equilibrou, chega mais. Aos 44’, Sassá, de longe, acertou o rodapé da trave esquerda de Douglas e, aos 47, Junior, de cabeça, carimbou a trave.  Jogo movimentado e quente no final  da primeira etapa.

Na segunda etapa, a Juá foi pra cima, apertando. Em mais uma cobrança de  falta de longe, Douglas Pires adiantado, mal colocado,  complicou mas conseguiu salvar em cima da linha, aos 4 minutos.  O tricolor já não tinha  a mesma velocidade. Aos 18, Maxi bateu da direita , a bola passou por Kieza e Souza pegou mal,  canelando pra fora, perdendo boa chance. Aos 22’, Talles arrancou, disputou o lance no meio campo, a bola sobrou pro Kieza que ganhou da zaga, entrou de cara e escolheu o canto : 2 x 1, quando o time da casa corria mais, parecia melhor em campo. 

Daí em diante o jogo ficou feio, mal jogado, com chutões. Nos 40, Souza recebeu passe de Kieza, ficou de cara, mas o goleirão Tigre salvou.  Nos 45’, Leo Gamalho tentou de cabeça, a pelota raspou o poste. Aos 47, outra bola alçada, Douglas Pires saiu outra vez em falso mas salvou no reflexo o gol de empate. Placar justo.

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No time vencedor os destaques para as atuações de Talles, Souza, Kieza e Maxi Bianccuchi, o melhor em campo.  Na Juazeirense, o goleiro Tigre, o zagueiro Fabiano, e os experientes Sassá, Juninho e Júnior que deram trabalho.

O árbitro Jaílson Freitas e o bandeira José Raimundo da Hora erram muito, e sempre contra o Bahia. Não é de agora. 

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Haja decisão !



- O jogo de volta,  Bahia x Juazeirense, será no dia 19, domingo , na Fonte Nova. Sai um finalista do baianão, que enfrenta o vencedor de Vitória, o da Conquista x Colo-Colo de Ilhéus.

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-  Antes, nesse meio de semana, quarta-feira à noite, o tricolor enfrenta o Sport do Recife, o Leão pernambucano, lá na Ilha do Retiro, pelas semifinais da Copa do Nordeste.  No fim de semana seguinte teremos o jogo de volta, dia 12, domingo, na Fonte Nova cheia, pois se trata de um dos grandes clássicos da região, rivalidade antiga, o Sport atual campeão do Nordestão e time de primeira divisão, série A. Quem vencer vai para final, disputar o título da competição.

 Esse sim, talvez o duelo mais duro que a equipe de Sérgio Soares terá pela frente nesta temporada.  Daí,  vai dar para a gente avaliar direito do que é/será capaz o Bahia em 2015.  

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No dia 16, mais uma decisão (sai ou continua na disputa pela Copa do Brasil ?) contra o Nacional de Manaus, na Fonte Nova. No primeiro jogo, no Amazonas, deu empate de zero e o tricolor foi a campo com uma equipe ‘alternativa’,  ou, na linguagem mais popular, usou o time reserva. Joga por um triunfo simples. 

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 A volta dos que não foram 

Assim poderíamos traduzir o ’blefe’ aplicado pelo presidente do Bahia, Marcelo Sant’Ana no consórcio que gerencia a tal Arena Fonte Nova. Insatisfeito com o rumo das negociações para um novo contrato entre o clube e a Arena, onde manda seus jogos, o dirigente tricolor abriu o bocão na mídia afirmando que não mais jogaria no estádio, não negociaria mais e iria mandar seus jogos em Pituaçu. Foi apoiado pelo torcedor insatisfeito com o tratamento que recebe na Arena. 

Ecoou forte e logo entraram em cena os ‘arregladores’, inclusive a mando do governador Rui Costa, exigindo entendimento. Horas de novas reuniões e, mesmo sem sair, pois não fez nenhum jogo em Pituaçu, como prometido, o Bahia acatou os novos termos de contrato - com algumas vantagens e privilegiando a torcida -  e voltou atrás. A Fonte Nova será mesmo a casa do Bahia nessa temporada 2015. O que se espera é também um novo e  digno tratamento ao torcedor: mais guichês, menos grades, corredores, isolamentos, além de preços justos de acordo com a qualidade do espetáculo, mais espaço,  arquibancadas mais limpas, liberdade de circulação pelas dependências e um serviço de bares e merenda mais farto e de melhor qualidade, sem tanta espera.  O óbvio e merecedor.



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Deu Vitória, o de Conquista

No outro jogo da semifinal, o Vitória da Conquista, em casa, venceu bem e estabeleceu ótima vantagem sobre o Colo-Colo: 3 x 0.  Na primeira etapa já fazia 2 x 0, com um gol logo aos 4 minutos, de Tatu, desviando um chute mascado de Carlinhos na frente da pequena área. O mesmo Carlinhos ampliou aos 13’, após boa jogada de André Beleza na esquerda, cruzando quase da linha de fundo.

A segunda etapa foi truncada, feia.  O Conquista marcou de pênalti, perto do final – 3 x 0, Cacá. O lance gerou a expulsão do goleiro do Colo-Colo e exaltou os ânimos. O árbitro, depois de algumas cotovelas , revides, empurrões, expulsou mais dois, um de cada lado. O segundo jogo é em Ilhéus, mas a vantagem da equipe do sudoeste é grande, tem mais time.  



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Os rubro-negros



- Fora do Baianão, eliminado que foi pelo Colo-Colo dentro de casa, o Vitória mirou o foco na disputa do Nordestão  e da Copa do Brasil.  

Pela Copa do Nordeste vai  encara o algoz Ceará, na quarta-feira à noite, em Fortaleza, jogo duríssimo, pra ver de vera  se a equipe realmente está evoluindo, encaixando-se em campo ou vem ganhando seus últimos jogos por acaso. O time cearense tem um histórico de surpresas pra cima do Vitória. O jogo de volta, mais que decisivo, será no sábado à tarde, no Barradão. Passando pelo Ceará, o Vitória será um dos finalistas, disputando o título.

Quem sabe um Ba Vi ? 

- No dia 16, em casa, o rubro-negro baiano enfrenta o Anapolina, bem mais tranquilo depois de ter vencido o primeiro jogo em Goiás, de virada (2 x 1), valendo  pela continuação na Copa do Brasil.

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O clube E C Vitória está de presidente novo. Novo ?  

O eleito, até o final de 2016, escolhido indiretamente em um pleito fechado, como fechados são os arcaicos estatutos do chamado ‘decano’ do futebol baiano, foi o advogado Raimundo Viana, 74 anos, conselheiro das antigas e ligado ao ex-presidente Alexi Portela, que, dizem, é o manda-chuva  do clube, há anos.  Viana, no começo dos anos 1970 foi presidente do clube e, depois, também presidente da FBF- Federação Baiana de Futebol.

Para boa parte da torcida, os mais jovens e arejados, as eleições foram um retrocesso, significou a  manutenção de uma elite no poder, elite que  vê o rubro-negro baiano ainda como e velho ‘Leão da Barra’, que nasceu como clube de críquete e regatas.  Para os mais jovens, o   rubro-negro é o ‘ Nêgo’ das aquibancadas, com quem se identifica a periferia, o povão, a torcida Imbatíveis.  

O arcaico e o novo brigam pela camisa rubro-negra, o comando do clube.  O recém-eleito Viana jura que vai fazer reformas no estatuto e eleições diretas em 2016. Quem acredita?