50 anos do Mustang
G1 , SP |
18/07/2014 às 11:11
Presidene do Clube do Mustang de São Paulo
Foto: G1/André Paixão
O Mustang sempre foi apaixonante": a frase é repetida à exaustão por diversos proprietários do "muscle car" da Ford que completa 50 anos em 2014. Em São Paulo, a comemoração aconteceu na última terça-feira (15), na Auto Show Collection, evento semanal realizado no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Foram expostas cerca de 50 unidades do Mustang de diversas gerações. Em comum, o amor e cuidado de seus donos, além do orgulho de exaltar o carro que virou sinônimo de esportividade nos anos 60.
Assim como os carros, as histórias são variadas. Há quem sempre teve veículos antigos, mas só experimentou a paixão pelo Mustang recentemente, além da estudante que ganhou o carro assim que entrou na faculdade e o colecionador que não resistiu ao primeiro esportivo e hoje possui vários.
De office boy a presidente do clube
José Fernando Christofanelli, presidente do Clube do Mustang de São Paulo, lembra que, nos anos 70, a oferta de veículos no Brasil era muito menor, restrita a algumas dezenas de modelos. Entre os mais populares estavam Fusca, Opala, Corcel e Brasília. Quando esportivos ou importados desfilavam pelas ruas, era um acontecimento. “Ficava impressionado com o Mustang. Tanto que falei para mim mesmo que, um dia, teria um. Na época, era garoto, e trabalhava como office boy”, conta.
Ainda que na metade dos anos 2000, Fernando comprou seu primeiro Mustang, um exemplar de 1995. Sete anos depois, trocou por um Shelby conversível zero-quilômetro, que acabou sendo vendido um tempo depois. “Infelizmente, bati o carro. Até mandei arrumar, mas não queria mais tê-lo”, diz. Mesmo assim, não abriu mão de ter um Mustang na garagem. O modelo atual é um Hard Top 1966. “Comprei o carro impecável, já com placas pretas. Meu único trabalho foi trocar as calotas, que caíam com facilidade, pelas rodas, também clássicas.
As próximas alterações a serem feitas são para melhorar o conforto. “Quero colocar ar-condicionado e direção hidráulica. Na época, o Mustang era um carro popular nos Estados Unidos, então esses itens eram opcionais, e nem todo mundo comprava”, explica.
Única mulher do encontro
Desde criança, a designer Lilian Capriolli queria ter um Mustang, preferencialmente dos anos 90. O sonho se tornou realidade em 2009, quando entrou na universidade e foi presenteada pelo pai com uma unidade 1995, da quarta edição do esportivo.
“As vezes me perguntam se o carro é do meu pai ou do namorado, mas não ligo. O que importa é a paixão que tenho por ele"
Lilian Capriolli
Única mulher proprietária de Mustang presente no encontro, Lilian conta que já rodou mais de 10 mil quilômetros com o carro quase seis anos.
“Só levo ele para encontros e rodo aos finais de semana”, afirma. “As vezes me perguntam se o carro é do meu pai ou do namorado, mas não ligo. O que importa é a paixão que tenho por ele”, completa.
Nem só de originais é feito o encontro. O fisioterapeuta Ricardo Tucci é dono de um Mustang Hard Top 1966 há 7 anos. “Quando comprei, tinha muita coisa para restaurar. Fui fazendo aos poucos, só a pintura levou quase um ano”. Também foram refeitos funilaria, estofamento e a parte mecânica. “Meu objetivo era deixar o carro com a minha cara”. Para isso, Tucci escolheu rodas esportivas e luzes de presença de LEDs cor laranja.
O motor, um V8 302 (5.0) teve componentes forjados, para aguentar melhor a potência elevada. Atualmente, são 350 cavalos, mas o objetivo do fisioterapeuta é ultrapassar os 500 cv. “Já estou com um turbo em casa, pronto para instalar”, brinca. Para completar o pacote de performance, a suspensão é voltada para o desempenho.
O administrador Fábio, que não quis dar o nome completo, conta que sempre foi fascinado por carros. “Já tive modelos V8, com o Maverick, e sou apaixonado pelo Fusca. Até o dia que comprei meu primeiro Mustang”, diz. Esse dia foi em 2010, quando Fábio adquiriu um GT zero-quilômetro. De lá pra cá, a paixão aumentou, e a coleção também. No intervalo de um ano e meio, foram adquiridos outros três Mustangs, um 1995, um Boss 302 2013 e um Grande Coupe 1973, além do carro do filho Stefano, uma unidade 1995.
O mais antigo da “frota” é também o favorito de Fábio, que conserva todo o material histórico do carro, como manual do proprietário e recortes antigos referentes ao carro. “Quando comprei, ele precisava de alguns retoques do martelinho de ouro, então fui fazendo aos poucos”, orgulha-se.