Esporte

VITÓRIA empata com Ceará e decide em Fortaleza, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

Que o episódio Tinga seja um marco. O futebol, um esporte onde o Rei foi um negro brasileiro chamado PELÉ
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 16/02/2014 às 19:27
Vitória jogou para o gasto com o Ceará na Arena Pituaçu
Foto: DIV
   Pelo campeonato baiano, um jogo de oito gols em Conquista ( Vitória da Conquista 4 x 4 Juazeirense). Em Pituaçu, cerca de 14 mil torcedores viram, meio frustrados, o Vitória empatar ( 1 x 1) com o Ceará, o ‘Vovô’ de Fortaleza, pela Copa do Nordeste. Pela mesma competição regional, o Sport do Recife, em casa, aplicou 2 x 0 no CSA. No Rio, pelo Cariocão, com um gol decisivo do menino Gabriel (ex-Bahia) o Flamengo ganhou do rival Vasco da Gama (2 x 1) e, no clássico paulista, deu empate entre Palmeiras e Corínthians (1 x 1 ), valendo pelo campeonato estadual. 
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Antes de a bola rolar no bom gramado de Pituaçu, o clima era de revanche, com torcedores e a mídia esportiva baiana lembrando dos 4 x 1 que o Ceará aplicou no rubronegro, no Barradão, faz um ano, eliminando o time baiano da Copa do Nordeste. 

Vindo de boas apresentações, o Vitória entrou em campo como favorito, parecia a hora da vingança. Mas qual ! O Ceará mostrou-se o mesmo osso duro de roer, fechadinho, marcando bem, anulando as jogadas do adversário e explorando bem os contra-ataques. O time baiano, meio afobado, não conseguiu encaixar bem seu futebol de costume. 

O jogo em campo mostrou-se difícil e equilibrado desde o início, com o rubronegro buscando o ataque de forma afoita, abrindo espaços para o plantado e manhoso Ceará contragolpear com um trabalho do meia Ricardinho e dos veteranos atacantes Bill e Magno Alves. O time baiano parecia ter mais a bola nos pés, buscava mais a área adversária, mas o ‘Vovô’ chegou com mais perigo com um bom chute de Ricardinho, para fora, outro de Souza que passou perto e uma oportuna defesa de Wilson nos pés de Magno Alves, após boa trama dos cearenses.

 Pelo Vitória, a grande chance foi de Escudero, que fez boa jogada de bateu de fora da área, por cobertura, e quase faz golaço. Foi uma primeira etapa equilibrada, o Ceará mais agudo. 

Na segunda etapa, Ney Franco fez as substituições de costume (Euler na lateral, Juan na meia) e foi para cima buscar o triunfo. Mas Ricardinho quase faz, aos 10 minuto, obrigando Wilson a trabalhar bem. Aos 20’, após um escanteio, a zaga e o goleiro do Vitória vacilaram e o veteraníssimo Magno Alves não perdoou, testando para as redes : 1 x 0. Estimulados pela torcida, os rubronegros foram todos para a frente, buscando o empate, e o jogo ficou aberto. Aos 26’ Marquinhos perdeu, de cara. Aos 30, após boa trama de Euler para Marquinhos, Dinei aproveitou o passe da direita e, livre, de frente, empatou : 1 x 1. Lá e cá, o desempate poderia ter acontecido para qualquer lado. Mas o empate foi justo.

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Destaques no Vitória para Cáceres e Escudero; pelo Ceará, o meia Ricardinho e os manjados Bill e Magno Alves, atacantes maliciosos e perigosos, a despeito do peso dos anos. 
Pelo Nordestão, tem a volta, em Fortaleza, onde o Ceará se mostra mais forte. Antes, pelo Baianão, o Vitória enfrenta o Juazeirense, quarta-feira, nas beiras do rio São Francisco e, no domingo, encara o Bahia, no grande clássico baiano. 
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Cervejada

O governador Jaques Wagner liberou geral a bebedeira dentro dos estádios baianos. Ano de eleição, haja medida populista. É um risco, todos sabemos que bebida acirra ânimos, mas ... As cervejarias têm poder. Nalguns setores, até a pinga, o conhaque, o uísque estão liberados. O que pode acontecer no BaVi com as torcidas uniformizadas cheias do pau ? Sobre para a Polícia Militar, que deve conter os mais exaltados dentro e fora do estádio. E tem ainda o depois, na saída, com todos ao volante, retornando para casa. 

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Esse Bahêa ! 

Uma semana de treinamentos para o ‘treineiro’ Marquinhos Santos ajustar a equipe que, até agora, este ano, não mostrou muita coisa, nenhum padrão de jogo definido, tampouco preparo físico pra jogar uma partida inteira num bom ritmo. 
Esta semana que começa é decisiva para a vida do treinador tricolor. Ele tem confrontos, pelo Campeonato baiano, com dois Vitórias que costumam dar trabalho: na quarta, o de Conquista, que sempre dificulta.

 E domingo é dia de Ba x Vi, o primeiro do ano, um clássico pré-carnavalesco. O bicho vai pegar. Um derrota contra o rival pode custar cabeças, sim. O torcedor, que já está no limite, vai cobrar e muito, já não há mais paciência para desculpas de que não teve tempo para treinar, fazer pré-temporada etc e tal e coisa. 

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O tricolor e sua nova diretoria vivem em crise, dentro e fora dos gramados. Tudo se resolve, como num passe de mágica, se a equipe ganha em campo, se ‘ a bola entra’ como dizem os boleiro. As perplexidades tricolores:

Afinal, Uélliton (ex-rubronegro) terá condições e jogará com a camisa tricolor contra seu ex-clube, o rival ? E cadê o centroavante, o homem de área prometido, o camisa 9 ? Vão corrigir o problema de marcação na frente da zaga com o lento Fahel se arrastando em campo? E a zaga pesadona com Lucas Fonseca e Titi será mantida? O treinador,afinal, achará o encaixe da equipe, na escalação ? Esta semana é decisiva para ele. 

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Fora de campo, mais problemas. A nova diretoria, politiqueira, continua ‘enxugando’ a máquina administrativa, demitindo funcionários, reestruturando internamente, buscando equacionar os problemas financeiros, os atrasos de salários, às turras com as ‘embrulhadas’ e sujeiras da administração MGF, que deixou débitos e débitos, alguns bem estranhos. 

O fato é que a ‘limpeza’ tem dado trabalho e ocupado muito tempo e energia dessa nova diretoria que a torcida (ou parte dela) já anda pegando no pé. Sò triunfos em campo ‘resolvem’ tudo e embalam a equipe. É a lei do futebol. Quando se vence tudo mais é esquecido. 

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Lá vem a Copa ! 

Faltam pouco mais de cem dias para o começo da Copa do Mundo 2014 em gramados brasileiros ( 12 de junho a 13 de julho). 
Vai acontecer a tal Fanfest propgramada para o Jardim de Alah? Teremos segurança para tal? 

A segurança pública nas cidades e a proteção das delegações são a maior preocupação do governo para a Copa. Segundo fontes federais, o governo vai gastar, ou está já gastando, em princípio, 1,17 bilhões de reais com a segurança do Mundial. São mais de 100 mil homens da segurança e da defesa civil mobilizados, e mais o contingente das Forças Armadas e mais as centrais de inteligência. Tudo bem treinado e armado para funcionar a 20 dias antes de a bola rolar. É um esquema de guerra. Preparemo-nos e que o Sr do Bomfim nos proteja.

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O Estádio Mané garrincha, aquele de Brasília, de bela arquitetura, o mais caro de todos os que foram construídos e/ou reformados para a Copa, (1,8 bilhão de reais já consumidos), ainda precisa de obras e reformas no entorno que custarão mais 350 milhões dos cofres do governo do DF, licitação vencida pela Andrade Gutierrez. Um belíssimo elefante branco, que já está com o gramado em péssimas condições, tem pontos cegos nas arquibancadas e , dentro dele, não se consegue telefonar bem, a conexão é péssima também para computadores e tablets. 

O Itaquerão, do Corínthians, construído a toque de caixa sob pressão do ex-presidente Lula, um corintiano de quatro costados, deve abrigar o jogo de abertura, dia 12, Brasil X Croácia. Não está pronto ainda e ninguém sabe quem vai bancas as essenciais obras das chamdas ‘estruturas provisórias’ exigidas pela FIFA: máquinas de raio X, cercados, geradores de energia, sistemas de tecnologia da informação etc... , coisa pra mais de 40 milhões de reais. O Corínthians diz que não tem dinheiro pra bancar e deve sobrar para a prefeitura/governo do estado ou governo federal, claro. Ou seja, pagamos nós, de alguma forma. 

Em Natal, Porto Alegre e Curitiba, pelos mesmos motivos, a discussão rola, ninguém assume e ... essas estruturas exigem no mínimo uns três meses para implantação. A FIFA de cabelos arrepiados, a cobrar. Mais do que legados, restarão ônus incalculáveis após a Copa do Mundo. Aqui, pela Arena Fonte Nova, vamos pagar em prestações mensais durante 30 anos, não é Dr Jaques Wagner ? Mas, 2015 já não é mais com ele, os sucessores que se explodam. 

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Tinga

O assunto mais explosivo da semana, com grande repercussão pelo mundo inteiro, não foi a volta de Neymar fazendo um golaço pelo Barcelona, não foram as jogadas geniais do baixinho Messi, cada dia melhor, nada disso. O destaque foram as manifestações racistas e estúpidas dos torcedores peruanos no jogo do Cruzeiro pela Libertadores das Américas, nessa semana. 

O brasileiro Tinga, meiocampista cruzeirense que entrou na metade do segundo tempo, um negro de cabelos rasta, foi vaiado e agredido com uivos de macaco, cada vez que tocava na bola, por uma arquibancada mais que morena, a grande maioria descendente dos Incas, povos que foram massacrados pela colonização branca europeia, espanhola e quase que dizimados. 

Lamentavel que isso ainda ocorra, mais ainda na miscigenada América Latina. Mas, essa monstruosidade só vai acabar no dia em que sairmos do puro discurso para atitudes sérias, como: punição da Federação responsável pelo jogo, no caso a Comebol; suspensão e eliminação dos clubes que têm o mando de campo e a torcida agressora nas arquibancadas; a obrigação de que o árbitro suspensa imediatamente o jogo quando perceber tais manifestações (veja que naquela partida o árbitro sequer citou o fato na súmula, um absurdo) e, claro, a identificação de alguns desses babacas com posterior prisão, responsabilizando-os criminalmente e os proibindo de freqüentar estádios. Sò assim. O resto é blábláblá, conversa pra boi dormir. 

Que o episódio Tinga seja um marco. O futebol, um esporte onde o Rei foi um negro brasileiro chamado PELé, não comporta esse tipo de infâmia e desrespeito humano. A Copa do Mundo vem aí.