Esporte

NORDESTÃO: OS TRÊS TIMES baianos levam surra, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

Tanta conversa, tanto ajuste, tanta contratação e dá no que deu logo na primeira rodada com BAVI goleados
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 19/01/2014 às 21:15
CSA de Alagoas enfiou 4x1 no Bahia
Foto: Gazeta de Alagoas

O futebol baiano começou muito mal o ano de 2014. Os três times que nos representam na Copa do Nordeste levaram chumbo grosso logo na primeira rodada. 

Fora de casa, o Vitória da Conquista perdeu para o Santa Cruz do Recife ( 3 x 2, no sábado) e o Bahia levou uma solene goleada do CSA de Alagoas, em Maceió ( 4 x 1 no domingo à tarde). Já na boca da noite, cerca de nove mil torcedores foram ver o Vitória a se despedir, por um tempo, do Barradão e sairam frustrados. O Campeão baiano sem pernas, sem fôlego e sem inspiração perdeu pelo placar de 3 x 0 para o América de Natal. 

Nas derrotas da dupla Ba Vi para times de qualidade técnica inferior e folha salarial muito abaixo da dos times baianos, a falta de preparo físico foi fundamental, decisiva. 

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Leão apanha na Toca 

Na primeira etapa, o Vitória quase não viu a bola, a equipe mostrando em campo que os 10 dias, apenas, de treino e preparação não foram suficientes para deixar os atletas em condições competitivas de jogo. O América de Natal, que vem se preparando para a competição desde o ano passado, fechou-se bem na marcação e buscou a velocidade para agredir nos contragolpes, sobrando fisicamente. EM campo, um time atuando em alta velocidade e o outro em ritmo lento, cadenciando o jogo. 

Mas, além do pouco tempo de pré-temporada, o Vitória entrou em campo mal escalado, com jogadores improvisados, fora de posição. Na zaga, estreantes, Lucas Zen atuou ao lado de Dão, como zagueiro, mas ele joga normalmente como apoiador. Mais ainda: Ney Franco escalou como apoiadores os meias Cáceres e Escudero, e o Jean, que é lateral, atuou mais avançado, como meia. Não deu certo. Na frente, Odoni (substituiu Dinei, machucado) nada mostrou e William Henrique, afobadinho e sem tempo de bola, tomou dois amarelos e foi expulso aos 37 minutos de jogo, por duas faltas violentas cometidas. Comprometeu. 

O time potiguar abriu o placar aos 34 minutos, num contragolpe rápido: Rafinha recebeu passe longo, driblou Cáceres na entrada da área e bateu forte: 1 x 0; aos 41’, aproveitando-se de bobeira de Lucas Zen, Alfredo tentou duas vezes até marcar, no rebote de Wilson: 2 x 0, justo.

Com um jogador a menos, no intervalo o treinador Ney Franco substituiu o apagadão Odoni pelo jovem Alan Pinheiro, prata da casa, e foi pra cima, com o torcedor na arquibancada pressionando forte. O América ficou na moita, esperando a chance de encaixar o contragolpe. O rubronegro tentou, criou umas duas chances mas nada conseguiu. Então, o América ampliou com Alfredo, por volta dos 15 minutos, passeando, tabelando, a zaga rubronegra sem pernas para acompanhar: 3 x 0. Muitos torcedores, decepcionados, começaram a abandonar o estádio. O jogo arrastou-se até o final, sem grandes emoções. 

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Destaque para o meia Rafinha e o artilheiro Alfredo, do América, os melhores em campo. No Vitória, apenas Marquinhos mostrou-se em condições de competir. 

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O Vitória joga na quarta feira contra o Confiança e no domingo contra o Sergipe, ambas as partidas em Sergipe. Vai suportar, fisicamente?

Depois, o rubronegro volta a mandar todos os seus jogos do primeiro semestre no estádio de Pituaçu, pois o Barradão está fechando para reformas já nesta segunda-feira: a retirada e troca do gramado como plantio de grama semelhante à da Fonte Nova; substituição de todo o sistema de irrigação e drenagem, além de instalação de novos equipamentos nos vestiários. 
Tudo em função da Copa do Mundo, já que o Barradão foi escolhido pela FIFA como centro de treinamento de seleções estrangeiras que participam da competição. A direção rubronegra garante que a FIFA está bancando tudo. 

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Bahia caiu de quatro

Não poderia ter sido pior. O Bahia abriu a temporada 2014 levando uma acachapante goleada - 4 x 1 - do CSA de Alagoas no estádio rei Pelé, em Maceió, pela primeira rodada da Copa do Nordeste, deixando o torcedor tricolor de orelhas em pé, assustado com o que viu pela tevê. E olha que teve torcedor que foi até lá, confiando numa boa estréia e querendo dar força para os novos contratados que vestiram pela primeira vez a beca tricolor. 

Acontece que o sol quente, o calorão de Maceió parece ter arruinado a cabeça e as pernas do time baiano. Enquanto a moçada do CSA chegava junto, dava pau, ganhava todas as divididas e as sobras, impunha velocidade, dava canseira... a equipe do Bahia, toda de branco, parecia estar encarando um baba-treino de fim de semana depois daquela feijoada gorda. Resultado, já na primeira etapa, o tricolor foi atropelado, engolido fisicamente pela equipe alagoana que marcou 3 x 0 na base da garra, da vontade de vencer.

Logo no começo dava para ver a zaga do Bahia postada muito atrás, a marcação frouxa no meio campo e nenhuma sintonia entre defesa, meiúca e ataque. Um time amorfo, um desastre. Aos 16 minutos, em cima do lateral Galhardo, absolutamente fora de ritmo, o meia Jeferson Maranhense pegou de canhota da entrada da área, a bola tomou efeito e Lomba aceitou: 1 x 0. Aos 31, o lateral direito Pedro levou Raul na conversa, encarou Titi e cruzou rasante, Galhardo parou e o lateral esquerdo, em posição de impedimento, do lado oposto, escorou para fazer 2 x 0. O Bahia chutou a primeira e única bola no gol adversário aos 34’, de fora da área, através de Talisca, para a espalmada do goleiro Pantera. Mas, aos 38’, Daniel aproveitou-se de uma barreira mal feita por Lomba e bateu falta na gaveta, fazendo 3 x 0. A primeira etapa terminou com apenas um time tocando a bola em capo, o outro apreciando, sem pernas e sem tenência para encarar. 

O treinador Marquinho Santos mexeu nos vestiários: tirou o meia Talisca e pôs o volante Fahel, tentando melhorar a cobertura entre Galhardo e Lucas, envolvidos. Tirou de campo o apagadíssimo Rafael Gladiador, que apanhou da bola o tempo inteiro, e colocou o ‘raquítico’ Rafinha, mais esperto. Foi ele, o baixinho, que diminuiu, logo aos 2 minutos da segunda etapa, recebendo de Titi e encobrindo o goleiro. Foi só. Aos 20 minutos, o péssimo árbitro sergipano Cláudio Lima e Silva expulsou o atacante Éderson, por jogada violenta, mas, mesmo com m atleta a mais, o Bahia ameaçou pouco o arco adversário; aos 27’ um bom chute de Raul de fora da área para defesa do Pantera foi tudo o que de melhor conseguiu. Aos 28’, num contragolpe nas costas de Galhardo, paradão, Josimar aproveitou a linha burra de impedimento da defesa tricolor e entrou livrte, de cara com Lomba, ampliou: 4 x 1. Vergonhoso. 

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Considerações:

É um absurdo esse calendário do futebol brasileiro. Começar uma competição como essa Copa do Nordeste com equipes em condições físicas díspares é um atentado. O Bahia (como o Vitória) tem apenas 10 dias de treinamento e um grupo que mal se conhece. O CSA está se preparando, treinando desde o final de novembro. O que se viu em campo foi um time voando em campo e o outro se arrastando, sem tempo de bola. Lamentável. 

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No time do CSA destaque para o lateral Pedro, o zagueiro Roberto Dias, o lateral canhoto Mineiro, os apoiadores Lucas e Charles e o atacante Jefferson Maranhense. Alguns desses jogadores saíram com o treinador Oliveira Canindé do Campinense da Paraíba, que foi campeão do Nordestão no ano passado.
É um time fisicamente forte, pegador, que abusa de faltas, do jogo duro, ás vezes violento, e reclama, pressiona o árbitro o tempo inteiro.

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Aliás, não se entende a ausência na Copa do Nordeste, este ano, do Campinense Campeão de 2013. Deveria entrar na disputa como o campeão do ano anterior, não ? 

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Numa rápida análise do time do Bahia, Lomba falhou no segundo gol; o lateral Galhardo não deveria ter sido escalado, até se condicionar melhor. Titi melhor do que Lucas e Raul no costumeiro feijão com arroz. Rafael Miranda longe da melhor forma e Diego Felipe perdido, não atacou tampouco defendeu bem. Talisca atarantado, deu apenas um bom chute em gol, e Rafinha me pareceu o melhor em campo dos estreantes, apesar do desgaste físico. Na frente, Rhayner correu, correu e nada produziu; o Rafael Gladiador é um fiasco, não consegue dominar uma bola. Rafinha fez um golaço e só, é muito franzino, ligeirinho. Hugo entrou também na segunda etapa e nada mostrou. 
Faltou ao time condição física, entrosamento e ... um centroavante de ofício, pelo amor de Deus!

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Esse árbitro sergipano, o tal Lima e Silva é muito fraco, sobretudo no aspecto disciplinar. Foi envolvido pelos alagoanos, permitiu jogadas violentas e reclamações, catimbas... O segundo gol alagoano foi irregular. 

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Ainda pelo Nordestão, no sábado, em Recife, o Santa Cruz venceu o Vitória da Conquista por 3 x 2, pelo Grupo B, o do Bahia. Pelo Grupo A, o do Vitória, o Sergipe ganhou do Confiança pelo placar de 2 x 1. 

Outros resultados: Ceará 5 x 0 CRB; Potiguar de Mossoró 2 x 1 Treze de Campina Grande; Botafoigo (PB) 1 x 1 Sport do Recife. 
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No meio da semana, quarta, o Bahia recebe o Santa Cruz, na Fonte Nova; e o Vitória da Conquista pega o CSA, no Lomanto Jr, o curral do ‘bode’. . São os jogos de volta, a chance de recuperar pontos ou sai do certame mais cedo. 
Já o Vitória viaja a Sergipe para enfrentar o Confiança (em Carmópolis) e depois, domingo, o Sergipe (em Aracaju). 

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Pelo ‘Baianão’, a Jacuipense enfiou 4 x 1 no Botafogo; O Serrano ganhou - 2 x 1 - do Feirense; a Catuense, em casa, empatou com o Bahia de Feira – 1 x 1, quebrando a sequência de vitórias seguidas. E o Galícia venceu a primeira, fora de casa, para o Juazeiro – 1 x 0. 

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Pela tevê, a gente acaba de ver um jogo na Europa - pelo campeonato inglês, espanhol, italiano, alemão ... - e depois encara, ainda pela tevê, um jogo pelo cariocão, pelo nordestão, paulistão ... ah, que brutal diferença! Parece outro esporte. Lá, a bola rola no chão, passes certos, competitividade, gostoso de ver. Aqui, chutões, faltas seguidas, jogo trucado, um horror. E a qualidade dos gramados? As arbitragens? Até quando? Mesmo com a Copa do Mundo no Brasil não tomamos vergonha. Estamos atrasados, em tudo! Não jogamos um bom futebol em campos brasileiros. Não se pode chamar esses joguinhos de espetáculo.