Acarajé à moda Fifa tem pimenta à vontade e nova roupagem por restrições
Terra , Salvador |
23/06/2013 às 15:14
Baianas com torços estilizados e que não são utilizados pelas baianas normais
Foto: Terra
Há quem veja o lado positivo; e há quem ressalte o negativo, mas o fato é que padronizar é um dos verbos preferidos da Fifa. E seu padrão atingiu até as baianas da Arena Fonte Nova. Na tarde de sábado, enquanto a Seleção Brasileira fez 4 a 2 sobre a Itália, muitos torcedores também puderam provar o sabor especial do acarajé. Um acarajé à moda Fifa, com baianas usando torços estilizados tb conhecidos como "árvore de Natal" porque não são comuns às baianas reais.
Motivo de polêmica da sociedade de Salvador com a entidade, a liberação para as baianas trabalharem surgiu aos 45 minutos e foi seguida de “Eliminatórias”. Inicialmente, a Fifa havia vetado a comercialização de comidas típicas por um suposto conflito comercial com seus patrocinadores. E aí comprou uma briga feia.
Até mesmo a presidente Dilma Rousseff, durante a reinauguração da Arena Fonte Nova, recebeu uma carta entregue pelas baianas em virtude das restrições. Elas são consideradas patrimônio nacional desde 2007. Liberadas apenas no fim do mês passado, puderam trabalhar na Copa das Confederações. Mas sob o padrão Fifa.
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A primeira restrição limita o raio de ação das vendedoras, instaladas em quiosques já dentro do estádio, mas nos arredores, distantes do gramado. Essa medida trouxe um impacto por consequência: tradicionalmente, os acarajés são feitos em casa e levados até a Fonte Nova – ou mesmo Barradão e Pituaçu, também da capital, por exemplo. A Fifa, porém, definiu que os alimentos deveriam ser preparados na hora.
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“Ficou mais fresquinho, o cliente pode ver a gente preparando”, conta Tania Barbara Nery, uma das seis baianas selecionadas. Além do tradicional acarajé, ela comercializa abará, bolinho de estudante, cocada e passarinha. Originalmente, o cardápio das baianas também é mais farto, mas a Fifa restringiu a cinco opções durante a Copa das Confederações.
Os verbos restringir e padronizar se repetem exaustivamente na odisseia das baianas. Apesar do preparo imediato dos acarajés, por razões de segurança, também foi vetado o uso de gás de cozinha, substituído por tachos alimentados por fogões elétricos. Todos os estandes ficam no mesmo espaço do estádio, lado a lado, e são rigorosamente iguais.