Esporte

SANTOS SEGURA PEÑAROL EM 0X0 E DECIDE TÍTIULO NO PACAEMBU, SÃO PAULO

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| 16/06/2011 às 00:08
Neymar, bem marcado, não chegou a balançar as redes
Foto: FSP

O Santos segurou a pressão do Peñarol nesta quarta-feira, em Montevidéu, e conquistou um importante empate por 0 a 0, na primeira partida válida pela final da Copa Libertadores. Apesar de atuar em um cenário completamente adverso, especialmente pela pressão da torcida rival, o clube comandado por Muricy Ramalho atuou de forma madura e sustentou a igualdade. Com o empate no Centenário, Santos e Peñarol seguem empatados na disputa para saber qual será o campeão da Copa Libertadores 2011. A finalíssima é na próxima quarta-feira, no Pacaembu, e não pode ser definida por gols fora de casa, critério de desempate válido apenas até as semifinais.


Caso se repita o resultado de Montevidéu, será jogada uma prorrogação de 30 minutos. Caso ainda persista igualdade é tudo será decidido nos pênaltis.


Nada de surpresas nas decisões de Diego Aguirre e Muricy Ramalho para escalar suas equipes para a primeira final da Copa Libertadores 2011. Aguirre, aliás, nem tinha o que pensar: sem desfalques em seu time titular, repetiu a base que deixou pelo caminho Internacional (atual campeão da Libertadores), Universidad do Chile (atual campeã chilena) e Velez Sarsfield (atual campeão argentino).

A linha defensiva à frente do goleiro Sosa se repetiu com Alejandro González e Dario Rodríguez nas laterais, enquanto Valdez e Guillermo Rodríguez preencheram o miolo de zaga. Dois volantes, Freitas e Aguiar, formaram a segunda linha com Corujo, meia direita, e Matías Mier, com mais vocação de ponta pelo lado de esquerdo. Martinuccio, meia atacante centralizado, é quem ficava mais próximo de Olivera, centroavante de ofício.


O Santos, ao contrário do Peñarol, teve problemas para conhecer seu onze inicial em Montevidéu. Ao todo, foram quatro desfalques para Muricy Ramalho, sendo três da linha defensiva: Jonathan e Léo, os laterais, lesionados, além de Edu Dracena, suspenso. Sem mistério, o treinador confirmou os substitutos.


Junto de Rafael e Durval, titulares habituais, jogaram os laterais Pará e Alex Sandro, experimentados desde as conquistas de 2010. Bruno Rodrigo, que tem Muricy como um admirador, surpreendeu e foi selecionado em detrimento de Bruno Aguiar. Adriano, marcador de Martinuccio, ficou recuado no meio, enquanto Arouca apareceu também centralizado, mas mais à frente. Elano e Danilo, respectivamente abertos pela direita e pela esquerda, davam a sustentação para Zé Eduardo e Neymar, este partindo sempre da esquerda para o meio.


Primeiro tempo:
equilíbrio total e o Santos refém de Neymar

É verdade que o gramado do Estádio Centenário pouco facilita a troca de passes, mas a equipe santista, nos 45 primeiros minutos da decisão da Libertadores, mostrou tremenda dificuldade em controlar o jogo impondo sua qualidade. Só mesmo quando Neymar pegou na bola e fez duas jogadas para conclusões de Alex Sandro é que as coisas realmente fluíram para o Santos. Além de um lance na bola aérea com Bruno Rodrigo que também assustou.

Como o Peñarol é um time de pouco jogo trabalhado, a primeira etapa decepcionou tecnicamente, apesar da festa da torcida do Peñarol. Já com 6min, o time da casa assustou quando Oliveira apareceu livre diante de Rafael após troca de passes rápidos na grande área. Atento, o goleiro santista apareceu rapidamente nos pés do atacante, evitando o pior para o Santos.


Neymar, hostilizado pelos torcedores, resolveu jogar quando foi advertido por cartão amarelo por uma suposta simulação, que não ocorreu. Assim que se levantou, pediu a bola e fez jogada de cinema. Levou vários defensores do Peñarol e serviu Alex Sandro, que chutou firme e fez Sosa saltar rente à trave para evitar o lance mais incisivo da primeira etapa. No escanteio, Bruno Rodrigo subiu bem e desviou levantamento com a cabeça até o travessão. Por um instante, o Centenário se silenciou.

A primeira etapa também reservou espaço para um lance polêmico, mas em que Carlos Amarilla mandou seguir. Corujo recebeu em diagonal pela direita e, ao se aproximar da área, foi derrubado por Alex Sandro, pouco atrás da linha. O árbitro paraguaio, que marcava poucas infrações, deixou seguir mais essa. E, de novo pela direita, o Peñarol ameaçou logo depois, aos 23min. O lateral Alejandro González chutou firme na entrada da área, mas a bola saiu por cima do gol.

Com Danilo prejudicado pelo esquema de jogo, Elano tecnicamente mal e Arouca instável, o Santos só poderia mesmo criar algum lance de perigo a partir de Neymar. E ele reapareceu aos 25min, servindo Alex Sandro para nova finalização. Desta vez, a bola saiu fraca e nem assustou. O Peñarol só daria sua resposta nos lances derradeiros do primeiro tempo: já com 44min, Freitas rebateu do meio-campo e Guillermo Rodríguez apareceu na frente de Rafael. Sem cacoete de atacante, ele desperdiçou ao tocar por cima com a perna esquerda.


Segundo tempo:
Santos resiste à pressão e decide em casa

Mais à vontade depois do intervalo, o Santos se mostrou outra equipe para o segundo tempo. Longe de muito brilho, até pela dificuldade do confronto, mas muito mais capaz de criar algum lance com bola trabalhada. Já com 3min, depois de uma bola respingada, Zé Eduardo pintou na frente de Sosa e arrematou sobre o goleiro, que saiu rápido e bem de sua meta.

Pouco depois foi a vez de Neymar, que disparou e deixou defensores para trás, mas acabou travado por Corujo quando iria concluir o lance. Ciente da dificuldade que sua equipe tinha em criar, Diego Aguirre promoveu duas trocas, o que surtiu resultado. Saíram os dois homens da beirada do campo: Corujo e Mier deixaram o gramado para Toni Pacheco e Estoyanoff, ambos muito queridos pela torcida do Peñarol.

O Santos, que ainda teve outra chance claríssima na cabeça de Zé Eduardo aos 26min, viu o Peñarol se mandar de vez e criar três ocasiões consecutivas. Aos 27min, Martinuccio recuperou bola espirrada por Durval e bateu nas mãos de Rafael. O camisa 1 santista reapareceu segundos depois para rebater uma pancada de Estoyanoff. Alex Sandro, exatamente na sequência, travou Olivera na marca do pênalti.

Pelo fato de atuar em casa no primeiro confronto, o Peñarol buscou um abafa nos últimos minutos de jogo, e deixou o Santos acuado até o final do jogo. O clube uruguaio chegou até a balançar as redes do goleiro brasileiro Rafael. Aos 40min, após cruzamento rasteiro pelo lado esquerdo, Diego Alonso completou para as redes; contudo, o árbitro anulou o gol por conta da posição irregular do veterano centroavante de 36 anos.

O gol anulado foi contestado pela equipe e técnico uruguaios. As reclamações diminuíram a pressão do Peñarol até o final do jogo. Maduro defensivamente, o Santos conseguiu segurar a equipe uruguaia e levar o confronto para o segundo jogo, que será disputado no Estádio do Pacaembu, na próxima quarta-feira. (Terra)