Esporte

QUERO VER É BOLA REDONDA NO JOGO VITÓRIA X BAHIA, POR ZÉDEJESUSBARRÊTO

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| 26/04/2011 às 14:00
O experiente Antonio Lopes, técnico do Vitória, prega humildade ao time. Tá certo.
Foto: DIV
  É semana de Ba x Vi - ou Vi x Ba -, decisivo e histórico. Dois, aliás. Assunto do torcedor, de quem gosta de bola, em cada esquina.

  Decisivos BaVis porque são parte das semifinais eliminatórias do campeonato baiano. O jogo está 1 x 0 (resultado de domingo passado, em Pituaçu) para o rubro-negro, que tem a vantagem de jogar por dois resultados iguais.

  E um duelo histórico porque o vencedor torna-se o grande favorito para o título de Campeão Baiano de 2011. Significa, então, a conquista de um penta-campeonato inédito para o Vitória. E , caso vença o Bahia, o tricolor voltaria, dez anos depois, a ganhar um campeonato baiano e assim retomar a hegemonia regional.

   Portanto, o Vi x Ba de domingo próximo, no Barradão, a Toca do Leão, promete muito, vai sair faísca.

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Resenha

   Tem sido uma semana de muita ‘resenha' para o torcedor, em cima do jogo passado em Pituaçu. Muita gozação por parte dos rubronegros, no clima do ‘já ganhei', e chiadeira geral do lado tricolor.

   Na verdade, a partida de Pituaçu foi igual e muito fraca tecnicamente. O que fez, de fato, a diferença foi o golaço de falta cobrada por Giovani logo no comecinho do jogo. Aí, o rubro-negro se fechou, saindo nos contragolpes rápidos, e o Bahia foi pra cima, meio atarantado.

   O Vitória teve boas chances de ampliar, definir o duelo, mas não o fez por incompetência. O Bahia, mesmo atuando com um jogador a menos durante toda a segunda etapa, também criou boas chances de empatar e virar, mas... cadê talento?

   A chiadeira, como sempre, em cima da arbitragem - dessa vez , do gaúcho Vuaden, um dos melhores do país. Os tricolores reclamam de uma penalidade não marcada do lateral Nino em cima de Zezinho, ainda na primeira etapa. Discutível, uma questão de interpretação da jogada, o árbitro deixou correr frouxo. A outra reclamação maior é em cima do gol anulado de Souza, já no segundo tempo, em função de um aceno (para mim, equivocado) do bandeira, flagrando um impedimento antes da conclusão do lance.

   No mais, aconteceu a justa expulsão de Helder, que até o treinador René Simões acatou. Houve a reclamação dos rubronegros pela não expulsão de Titi, que pisou sem bola o atacante Nikão, caído. E a reclamação dos tricolores, também, pela não expulsão do meia Uéliton que rachou uma bola com Ávine deixando o pé no gogó do lateral tricolor. São amigos, saem juntos nas baladas, Uéliton e Ávine. Imagine!

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Bola de gude

  Foi sim um jogo duro, muito pegado no meio campo, sem grandes jogadas de área, com muitos passes errados, chutões, poucas e erradas finalizações, intimidações de parte a parte e muito pouco futebol bem jogado. Nenhuma inspiração, nenhuma arte... uma bolinha burocrática e murcha, lado a lado. A cara de nosso campeonato baiano, fraco em campo, sem craques, sem torcedor nas arquibancadas, com arbitragens equivocadas, campos de jogo infames pelo interior afora.

  Um futebolzinho de segunda, jogado em Pituaçu e também em Conquista, nos 2 x 1 do insinuante Bahia de Feira sobre o Serrano. O time feirense está com um pé na final, algo também inédito para o clube, graças ao excelente trabalho do treinador Lira, um ótimo arrumador de time.

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Aquilo lá

  Mas, logo encerrado o clássico em Pituaçu, o zagueirão Titi tratou de botar pimenta na ‘revanche' do Barradão, domingo próximo, decisão. Disse ele, nos microfones:
"Vamos lá vencer o jogo, naquilo que eles chamam de estádio".

  ‘Aquilo' é o Barradão, orgulho do torcedor rubronegro, onde Titi vai jogar domingo, casa cheia ... Imagina o clima ! Foi infeliz o zagueiro, sobretudo porque aquilo foi dito num momento inoportuno. Só acirra os ânimos, dá mais pilha pro adversário. Estimula o confronto. Agora, é preciso ser muito macho e ter cabeça fria para encarar a fanática torcida ‘Os Imbatíveis', na cola, depois dessa declaração.

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Estádios, onde ?

  Quanto ao Barradão... é um estádio sim, o que temos de melhorzinho depois de Pituaçu, que é do governo. Mas os torcedores de Bahia e Vitória merecem estádios melhores, mais modernos, mais confortáveis. Diante dos estádios europeus, por exemplo, os nossos mais parecem pardieiros.

  O Barradão é mal localizado, sair e chegar nele é um suplício, todos sabemos. O campo de jogo, quando não chove muito, é razoável, dá pra jogar. Quando chove de vera é um vexame. Lembra do lamaçal no Vitória X Santos, ano passado, pela decisão da Copa do Brasil? O Brasil inteiro viu pela tevê a lameira dentro e fora das quatro linhas.

  No mais, o placar eletrônico é ruim, o cimento desconfortável, os vestiários dos visitantes e dos árbitros são pobres, há um clima de pressão perene, as cabines de rádio desconfortáveis e até sem condições quando chove, muitos radialistas ficam a mercê dos torcedores e sofrem ameaças... tem isso tudo, todos sabem... portanto, o Barradão ainda não é um estádio com a grandeza do Vitória e de sua torcida. A diretoria do rubro-negro sabe disso, há muito tempo!

  Como também não o é Pituaçu - que não é do Bahia, o tricolor não tem estádio próprio, como o Flamengo, o Corínthians, o Atlético Mineiro, o Fluminense do Rio ... Pituaçu é somente o melhorzinho, não é um estádio à altura do Bahia, da torcida tricolor, do torcedor baiano que tanto ama o futebol.

  É bonitinho, ecológico, mas ordinário nalguns aspectos. Quem freqüenta, sabe de suas deficiências, seus pontos cegos, a falta de estacionamento decente, o desconforto, o apertucho dos assentos, as dependências internas acanhadas, as adaptações etc ...
Entonces, vamos parar com as presepadas, o Titi falou na hora errada, mas não disse nada demais. Precisamos é trabalhar, fazer, querer o melhor, ter vergonha na cara.
Por acaso o Barradão tem condição de abrigar um jogo Fifa, uma partida de seleção, um duelo de Copa do Mundo? Nem Pituaçu, né ? Vamos baixar a nossa bolinha, que anda do tamanho de uma bola de gude. Que venha, em tempo, a Arena Fonte Nova ! Deus queira!!!

  E teremos de nos reeducar muito para frequentá-la, usá-la com educação. Mas... será que vai chegar no bico do povão? Da Bamor, da Os Imbatíveis? $$$$ ?

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Sopradores de apito

Pra terminar, vamos parar com a chiadeira de arbitragens. Os rubronegros chiam muito (por esperteza) mas sabem muito bem que , há mais de dez anos, são sempre beneficiados pelas arbitragens, sobretudo no Barradão, onde arrancaram alguns título literalmente no apito, sob pressão. Não é, Ednaldo?

Lembro, não faz muito, do grandão Paulo Carneiro chutando portas de vestiário, aos berros, ameaçando sopradores de apito e bandeirinhas, dando bicudas e rasteiras em colegas diretores de clubes visitantes, sobrou porrada até pra deputado idoso, diante das câmaras de tevê, o ‘grandão' metendo dedo na cara de soldado, de atletas, dando bofetes em radialistas, agradando cronistas por fora, ocupando todos os espaços, na tora, dentro da FBF, do departamento de arbitragem, escalando, vetando, impondo...

Tudo, tal e qual fez Osório um dia, fez Pirinho, fez Maracajá e tantos outros pelai. Tem muito Eurico Miranda disfarçado nesse meio, todo mundo sabe. Ora, não tem ninguém besta no submundo do futebol, sobretudo fora de campo !

O torcedor é levado, cabeça feita, feito eleitor em tempo de campanha eleitoral! O campo da paixão é fértil para idolatrias e ódios. Um perigo. A massa é burra.

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Bola redonda

Quero ver é futebol, bola bem jogada em campo, redondinha, sem sujeiras!
Não vamos incitar demandas, riscar fósforo nas arquibancadas, ensandecer as massas, não queremos ver confrontos, conflitos nem dentro do estádio nem nos arredores de Canabrava. Basta de tanta violência. A Bahia não merece isso. Futebol é um jogo apenas, um esporte, diversão, não se trata de guerra.

O Ba Vi deve ser tratado como uma manifestação cultural baiana, regada a arte popular, dentro e fora de campo, apenas.

A mídia tem uma grande responsabilidade nisso!!!

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Humildade X Concentração

O delegado Lopes, macaco velho, prega a humildade, diz pro seu plantel que nada está ganho, focado no domingo próximo. Deve manter a mesma equipe, disciplinada, obediente taticamente, esperando só o erro do adversário, que vai ter de se abrir porque precisa golear.

No lado tricolor, o inteligente Renê Simões decretou concentração, isolamento absoluto do plantel até domingo. Quer evitar que seus atletas caiam na gandaia, tem muita barca por lá. Tem jogador que bebe mais do que joga. O time precisa jogar mais pra frente, atacar, fazer gols ... e ter alma! Tudo é possível no mundo da bola!
Como diria Tostão: O jogo se ganha com técnica, preparo atlético e muito coração.