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BRASIL JOGA MAL, EMPATA COM PORTUGAL E VAI ÀS OITAVAS SEM BRILHO

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| 25/06/2010 às 13:18
Nem o entusiasmo da torcida do Olodum fez com que Brasil vencesse Portugal
Foto: Olodum
  A Seleção Brasileira foi medíocre. Não jogou nada. Daniel Alves parecia uma barata tonta em campo. Júlio Baptista só aconteceu no momento da substituição. Josué, muito bom para dar toques na bola de lado. Um fiasco. Lúcio não ganhou uma de Cristianp Ronaldo. 

   O empate por 0 a 0 desta sexta-feira com Portugal, no estádio Moses Mabhida em Durban, pela última rodada da primeira fase da Copa do Mundo da África do Sul, garantiu o primeiro lugar do Grupo G. O adversário das oitavas de final será conhecido ainda nesta tarde - poderá ser Chile, Suíça ou Espanha.


Nem o técnico Dunga conseguiu esconder a irritação com o time brasileiro. Muito agitado no segundo tempo, gesticulou e gritou protestando principalmente contra os erros de passe.


Já classificado antecipadamente após as vitórias sobre Coreia do Norte (2 a 1) e Costa do Marfim (3 a 1), o Brasil alcançou a marca de sete pontos na liderança isolada do grupo G e, avançando em primeiro lugar, conseguiu caminho - teoricamente - mais fácil até a final.


Dos principais candidatos ao título, apenas a Holanda, que pega a Eslováquia, deve ficar no lado brasileiro - possível encontro nas quartas. Uruguai, Coreia do Sul, Estados Unidos e Gana são as outras seleções que compõem o mesmo lado da tabela e são candidatos a um duelo na semifinal. Já o outro lado da chave tem gigantes do quilate de Argentina, Alemanha e Inglaterra - os quais o Brasil só encontrará em uma eventual decisão final.


NILMAR ISOLADO

Antes de a bola rolar, uma surpresa. Dunga colocou Nilmar no lugar de Robinho, alteração ainda sem explicação. E, como já era esperado, escalou Júlio Baptista e Daniel Alves nas posições de Kaká - suspenso - e Elano - em recuperação de uma lesão no tornozelo.

Já o técnico Carlos Queiroz, que já tinha dado a dica na véspera que não considerava o empate um resultado ruim, radicalizou na escalação. Depois de jogar as rodadas iniciais no 4-3-3, colocou Cristiano Ronaldo isolado no ataque. Quando o Brasil tinha a posse de bola, Portugal se fechava todo, com marcação milimétrica. E explodia em contra-ataques sempre que conseguia.


Mesmo sem companheiros por perto na maioria das jogadas, Cristiano Ronaldo fez valer a fama de quem já foi eleito o melhor jogador do mundo e deu muito trabalho aos defensores brasileiros. Num momento de desespero, por exemplo, Juan percebeu que o craque ficaria na cara do gol e apelou dando um tapa na bola. Ganhou cartão amarelo.


Por outro lado, o principal atacante brasileiro, Luís Fabiano, teve poucas chances de balançar a rede - errou uma cabeçada de frente e sem marcação. E Nilmar correu bastante. Na melhor chance brasileira, chutou de pé esquerdo por trás da zaga após cruzamento, o goleiro Eduardo desviou de leve e a trave impediu a o gol.

Já Júlio Baptista não conseguiu fazer muito bem a função de principal armador das jogadas de ofensivas. Tocou mais a bola de lado e não conseguiu boas arrancadas. Nem chutes de longa distância, sua principal arma.


Também foi um jogo de lances ríspidos. Destaque especial para o duelo entre Felipe Melo e o brasileiro naturalizado português Pepe. Primeiro o volante da Seleção levantou o pé a centímetros da cabeça do rival, quer teve no caminho o braço atingido. Depois o grandalhão de Portugal revidou e pisou por trás no tornozelo do adversário.


Felipe Melo, muito nervoso, tentou em outro lance acertar Pepe por baixo. Ganhou cartão amarelo. Dunga percebeu que a história não ia acabar bem e sabiamente jogou a toalha. Substituiu ainda no primeiro tempo o volante titular por Josué.


Com a primeira colocação do Grupo G, o Brasil enfrentará o segundo no Grupo H, cuja definição acontecerá ainda na tarde desta sexta-feira. O confronto está marcado para Johannesburgo, no Ellis Park Stadium.


Por ora, o Grupo H tem a liderança do Chile, com seis pontos, seguido pela Espanha, com três - os suíços também têm três pontos. Em caso de vitória nas oitavas, o adversário brasileiro sairia do duelo entre Holanda e Eslováquia.


Primeiro tempo:
pouco futebol


O primeiro tempo em Durban foi marcado pela tensão entre os jogadores, em especial Pepe e Felipe Melo, e por poucas oportunidades de gol para as duas equipes. Portugal, cuja classificação estaria ameaçada em caso de derrota, adotou uma conduta bastante defensiva, já que garantia sua passagem às oitavas com um empate.

As poucas melhores chances foram do Brasil nos primeiros 45 minutos. Daniel Alves, em dois chutes de fora da área, foi o primeiro a testar o goleiro Eduardo. Os portugueses, em toda a etapa inicial, só ameaçaram com Tiago - após boa jogada de Coentrão, o meia arriscou com perigo da entrada da área.

Depois de Daniel Alves, foi a vez de outra novidade da Seleção levar perigo. Aos 29min, Nilmar recebeu cruzamento na pequena área e, de pé esquerdo, acertou a trave. Sete minutos depois, em jogada individual, deixou um português para trás com um belo drible, mas chutou muito longe do gol.

A principal oportunidade brasileira surgiu dos pés de Maicon, um dos mais elogiados até aqui na Copa. O lateral cruzou bem da linha de fundo e Luís Fabiano entrou livre, de cabeça, assustando os portugueses.


Segundo tempo:
menos futebol ainda

Com o empate sendo suficiente para as duas equipes, brasileiros e portugueses adoram uma postura ainda mais conservadora no segundo tempo. Até as entradas ríspidas foram mais contidas.

Com Júlio Baptista muito recuado e a marcação portuguesa muito forte em todos os brasileiros, as poucas chances no segundo tempo foram contra a meta de Júlio César.

Aos 12min, após uma saída de bola errada pela esquerda, Simão recolheu e bateu de fora, exigindo defesa do goleiro brasileiro. Pouco depois, em contra-ataque, Cristiano Ronaldo arrancou, driblou Daniel Alves e Lúcio, que voltou com tudo desviou a bola de forma atrapalhada - de surpresa, Raul Meireles apareceu na pequena área e foi freado por uma defesa providencial de Júlio.

O lance assustou bastante os brasileiros, já que um pisão de Raul Meireles atingiu as costas de Júlio César. Antes do Mundial, o goleiro teve uma lesão lombar em amistoso contra o Zimbábue e até foi poupado diante da Tanzânia. Enquanto o médico José Luís Runco prestava atendimento ao brasileiro, foi possível notar uma proteção especial colocada sobre suas costas.

Com Ramires e Grafite na reta final, o Brasil ainda criou uma boa oportunidade. O ex-jogador do Cruzeiro puxou contra-ataque e bateu de fora da área. A bola por pouco não encobriu o goleiro Eduardo, que se esticou todo, colocando para escanteio.

FICHA TÉCNICA