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LEITOR COMENTA SOBRE RE-ABERTURA DE PITUAÇU, A CONDER E O BAHIA

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| 27/01/2009 às 07:21
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Depois da festa uma dose de realidade. Sou torcedor do Esporte Clube Bahia, time que inaugurou em 1979 o Estádio Metropolitano Roberto Santos, que por razões políticas ou não ficou mais conhecido como Estádio de Pituaçu, porém, não é possível ver os absurdos cometidos com o dinheiro público para agradar a torcida tricolor.

Depois da tragédia da Fonte Nova que ocorreu no domingo, dia 25 de novembro de 2007, quando sete pessoas morreram, sendo que uma era membro da nossa categoria, dos trabalhadores em limpeza, Djalma Lima Santos, ficou patente que o problema maior do E.C.Bahia é a falta de competência administrativa, no mínimo. da direção do clube. 

 O E.C.Bahia é um clube, um negócio particular e dinheiro público é para ser gasto com a população em geral e não para beneficiar um negócio privado. Se o E.C.Bahia é deficitário por que não se larga o osso e deixam novas pessoas e novas direções assumi-lo? Já se vendeu dezenas de jogadores a preço de ouro. Daniel Alves é um exemplo mais recente.

Onde e como se investiu os recursos dessas transações? Vejo com tristeza na página da Conder na internet notícias sobre o Estádio de Pituaçu referindo-se apenas ao Bahia.
 
A Conder está a serviço do clube ou do Estado? Falo como cidadão e não como torcedor. Moro perto do Estádio de Pituaçu e poderia ir andando até lá. Quero ver o Bahia jogar em Salvador nos braços de sua torcida, mas não a qualquer preço.

A reforma do Estádio de Pituaçu foi orçada em janeiro de 2008 a um custo em torno de R$ 22 milhões no total. Não sei se pela responsabilidade, ou falta dela, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) ou da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) chegamos a algo em torno de R$ 55 milhões de acordo com números oficiais.
 
O torcedor tricolor e os desportistas em geral, para ser mais exato, a população baiana toda, sem nenhuma distinção, precisam de casas populares, saneamento básico, saúde e educação públicas e de qualidade e tantos outros investimentos sociais do governo do Estado da Bahia. Será que neste momento e com tantas outras prioridades foi correto gastar R$ 55 milhões ou mais em um estádio de futebol?

Claro que depois de se gastar tanto dinheiro público não vou propor a implosão do estádio que lá está desde 1979, porém, que as concessões para que o E.C.Bahia e demais clubes ou atividades particulares façam uso do espaço público sejam transparentes e mostrem que não mais em nossa terra as coisas serão feitas por baixo do pano ou com acordos políticos obscuros.

Como torcedor quero que o E.C.Bahia seja campeão. Como cidadão defendo, repito, que dinheiro público seja usado em benefício da maioria da população. Viva o Bahia! Viva a Bahia!
 
*Luiz Carlos Suíca - Coordenador do Departamento Jurídico do Sindilimp-BA (Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia) e-mail suica_97@hotmail.com)