Um dos artistas a se apresentar foi Salutari, que fez parte do programa Boca de Brasa de Aceleração de Iniciativas Culturais e Criativas, uma iniciativa da FGM que fortalece e estimula a cultura e as artes em bairros
Tasso Franco , Salvador |
07/11/2024 às 09:23
Integração
Foto: Otávio Santos
Investidores, curadores e players nacionais e internacionais se reuniram nesta quarta-feira (6) na sede da Fundação Gregório de Mattos (FGM), na Barroquinha, para conhecer artistas negros que, por meio de um pitch coletivo, apresentaram os próprios trabalhos fonográficos. A ideia era permitir que músicos — alguns em início de carreira — ou grupos musicais se conectassem com empresas do setor.
O evento integrou a programação do Festival Salvador Capital Afro (FSCA), que, este ano, celebra a terceira edição. Até a próxima sexta-feira (8), o FSCA oferece uma programação rica à cidade, com atividades voltadas ao fortalecimento das artes visuais, música e audiovisual.
Durante as apresentações, os artistas e grupos tiveram até cinco minutos cada para mostrar os trabalhos, compartilhar influências e descrever os processos criativos. Alguns dos músicos participantes do pitch são oriundos das Escolas Boca de Brasa e do Salvador Sonora, projetos da FGM que fortalecem o setor cultural de Salvador, promovendo inclusão e valorização de talentos locais, com impacto positivo na economia criativa da cidade.
"Para chegarmos até aqui, conectamos artistas beneficiários de programas já executados ou em execução pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), da FGM e parceiros. Eles passaram por processos de formação técnica, gestão e negócios, sendo integrados na programação do festival para se conectarem com investidores nesse espaço", explicou a diretora de Cultura de Salvador e coordenadora do Festival, Maylla Pita.
Conexão – Um dos artistas a se apresentar foi Salutari, que fez parte do programa Boca de Brasa de Aceleração de Iniciativas Culturais e Criativas, uma iniciativa da FGM que fortalece e estimula a cultura e as artes em bairros periféricos de Salvador. “Minha proposta é usar ritmos que representem e contem a história do povo negro. Esse é o espaço espiritual onde eu expresso minha personalidade. Confesso que, no início, me senti um pouco perdido em minha carreira, mas hoje faço parte da ativa musical e estou em paz com o meu processo”, contou.
Outra artista a compartilhar o trabalho foi Alissa Sanders. Nascida nos Estados Unidos, ela veio para a Bahia para se reconectar com suas raízes e uma tradição que havia perdido, como destacou na apresentação. “Para mim, o mundo todo deve olhar para essa capital da herança afro e da diáspora. Cheguei aqui sem falar português, mas consegui me conectar com as pessoas por meio da música, que se tornou a base da minha inspiração. Exploro como posso me sentir tão em casa em um lugar que é, ao mesmo tempo, tão diferente de onde nasci. A música é uma linguagem que une os povos da diáspora e isso inspira muito o meu trabalho”, completou a artista.