Economia

FIEBA: CEO FÓRUM BAHIA DISCUTE A FELICIDADE COMO ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO

Evento contou com a participação de nomes de referência no assunto no Brasil_
TEXTO &CIA , Salvador | 20/06/2024 às 17:46
O head da Amcham Bahia, Pedro Dornas conduziu o evento
Foto: Adam Vidal
   
  Diferente do que se possa pensar, a felicidade não é um conceito subjetivo – sobretudo quando inserida num contexto empresarial e corporativo. Ela perpassa por estratégias bem definidas de governança, envolvendo diferentes setores e colaboradores, até as mais altas lideranças, com o objetivo de proporcionar um ambiente de trabalho inclusivo, diverso, motivador e, consequentemente, mais produtivo e lucrativo.

Essa foi uma das muitas reflexões provocadas durante o CEO Fórum, maior encontro da Câmara Americana de Comércio ocorrida na noite desta quarta-feira (19), na sede da FIEB - Federação das Indústrias do Estado da Bahia, que reuniu executivos C-levels de diferentes empresas do Brasil para discutir a felicidade como estratégia nos negócios.

O head da Amcham Bahia, Pedro Dornas conduziu o evento e apresentou os dados da última Pesquisa Panorama Liderança, uma parceria entre a Amcham e a Humanizadas. A nova edição ouviu 780 executivos de todo o Brasil e revelou que 94% das lideranças enxergam que as estratégias de bem-estar e felicidade influenciam positivamente no aumento da produtividade e engajamento dos colaboradores nas empresas, o que consequentemente impacta no aumento dos lucros.

Para Dornas, os dados comprovam uma tendência de mercado. “Os transtornos mentais estão entre as principais causas de afastamento do trabalho no Brasil, tendo respondido por mais de 280 mil casos somente em 2023. Ou seja: propósito, produtividade, inovação, absenteísmo, segurança do trabalho, capacidade de atrair e reter colaboradores são aspectos que possuem forte relação com o que chamamos de felicidade no mundo empresarial”, pontuou.

Criar um ambiente de trabalho acolhedor, com diversidade e representatividade de diferentes grupos foi um dos fatores-chave discutidos no principal painel da noite, mediado por Vinicius Kitahara, fundador da Vinning - Consultoria de Felicidade Corporativa e que contou com a participação da diretora de Felicidade da Heineken Brasil, Livia Azevedo, do CEO da Acelen, Luiz de Mendonça, do CEO da Paramour, Átila Cabral, e da CEO da Roche, Lorice Scalise.

Diretora de Felicidade na Heineken Brasil desde janeiro de 2023, Livia Azevedo pontuou que a principal estratégia empregada pela empresa foi investir na ciência da felicidade, encorajando seu estudo através de programas de voluntariado entre os colaboradores e de formação da liderança para a segurança psicológica. “Nós escolhemos o caminho do conhecimento. Dessa forma, conseguimos proporcionar um ambiente encorajador, positivo e seguro, em que colaboradores consigam trazer suas ideias sem medo de julgamento, colocando todo o seu potencial na realização do trabalho”, compartilhou.

O CEO da Paramour, Átila Cabral, destacou que, no seu nicho de varejo, a percepção de valor de um produto está ligado à percepção de bem-estar das suas vendedoras. “Felicidade é a matéria prima que molda o comportamento de quem representa a sua marca, agregando ainda mais valor para o produto”, explica. Da mesma forma, o CEO da Acelen, Luiz de Mendonça, ressaltou a importância do papel dos mais altos cargos como exemplos motivadores e transformadores dentro do ambiente corporativo. “Somos uma empresa nova, criada há três anos já com a missão de ser moderna e isso inclui investir na formação das nossas lideranças. Elas precisam dar o exemplo, transmitir confiança, alegria e respeito, criando um ambiente positivo para que as pessoas cultivem um senso de pertencimento”, explicou.

Além deles, também estiveram presentes nomes influentes do empresariado brasileiro, como a superintendente da Amcham Brasil, Alessandra Cavalcanti, e também o cofundador da Vale do Dendê, o baiano Paulo Rogério Nunes, que compartilhou insights valiosos do ponto de vista do empreendedorismo, sob um recorte social e de raça.

“Quando as pessoas olham para a periferia, normalmente o fazem com a lente do coitadismo. Mas se mergulharem nessas comunidades, vão encontrar muita inovação, porque ali tem resiliência criando soluções incríveis com recursos limitados. Então tem que ter diversidade não só no setor de RH, mas também no de marketing, para ocupar espaços e se comunicar com públicos diferentes; no setor de P&D, para se abrir a novas possibilidades e criar novos produtos e serviços, e por fim, na cadeia de suprimentos que é essa ideia de que ela precisa ser diversa pra incluir novos empreendedores”, explica.

Ainda durante o evento, todos os convidados também tiveram a oportunidade de participar do Mindfulness: Ritual de Atenção Plena, ministrado pelo instrutor para meditação guiada, Thiago Arruda.