Com Correio do Povo
Tasso Franco , da redação em Salvador |
08/05/2024 às 09:49
Rio Guaiba desceu só 15 cm
Foto: Fabiano Amaral
Uma boa parte dos moradores de Porto Alegre pode ter ao menos a expectativa de retorno da água nos próximos dias, após a destruição da cheia recorde do Guaíba deixar muitos sem serviços básicos. Nesta terça-feira, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) conseguiu reativar as estações de bombeamento de água São João, Menino Deus e Tristeza.
Junto com a Belém Novo, agora são quatro unidades de bombeamento operando na Capital, das seis disponíveis. A prefeitura alerta, contudo, que todas estão funcionando em capacidade reduzida, que será ampliada de forma gradual.
Com isso, a pressão nas torneiras deverá demorar a se normalizar. É importante, desta forma, manter práticas de economia de água e tentar aproveitar alguma quantidade que tenha sido estocada nos últimos dias.
“Com a volta do SAA Menino Deus, conseguimos amenizar o abastecimento da cidade. Agora, nossos esforços se concentram na retomada do Sistema Moinhos de Vento, responsável pelo abastecimento da maior parte dos hospitais de Porto Alegre”, explicou o diretor-geral Mauricio Loss.
Temporal no RS: alagamento em rua do bairro Menino Deus, em Porto Alegre — Foto: Reprodução/RBS TV
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, baixou 15 centímetros nas últimas 24 horas, conforme atualizações divulgadas pela prefeitura. Medição realizada às 6h15 desta quarta-feira (8) pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) apontou 5,12 metros, o menor patamar que o lago atinge desde a tarde de sábado (4) — quando a aferição indicou 5,16 metros.
Mesmo com a redução, o Guaíba ainda está mais de 2 metros acima da cota de inundação (3 metros), em consequência dos temporais que atingem o estado e que deixaram mais de 90 mortos. A água segue avançando em ruas da Capital.
No bairro Menino Deus, um dos locais que a prefeitura pediu para que moradores deixassem, foram registrados novos alagamentos, em trechos das ruas Itororó e José de Alencar. Uma das vias chegou a ser usada, em dias anteriores, como ponto de base para caminhões do Exército Brasileiro e ambulâncias que resgataram pacientes do Hospital Mãe de Deus.
"A água avança em algumas vias em função do desligamento de algumas casas de bombas que ainda estavam em operação. Assim alguns locais que estavam protegidos por elas acabam sendo inundados também", explica o professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS.