Economia

FENIVE E INMETRO ASSINAM TERMO DE COOPERAÇÃO SOBRE GNV

Iniciativa pioneira vai possibilitar a criação de uma rede de informação para conectar dados dos usuários de GNV, reduzindo as instalações clandestinas e ampliando a segurança dos cidadãos
Danielle Blaskievicz , Salvador | 06/03/2024 às 19:19
O presidente do INMETRO, Márcio André Oliveira Brito, e o presidente da FENIVE, Everton Pedroso
Foto: Divulgação

A Federação Nacional da Inspeção Veicular (FENIVE) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) assinaram nesta terça-feira (05) o termo de cooperação para ampliar a segurança das instalações de gás natural veicular (GNV) no Brasil. O evento, realizado em Brasília (DF), reuniu autoridades e representantes do segmento de inspeção veicular.


O presidente da FENIVE, Everton Pedroso, destacou que esse é um momento histórico para o segmento de inspeção veicular e uma conquista para toda a sociedade, uma vez que essa iniciativa irá impactar diretamente numa maior fiscalização dos veículos que são abastecidos por GNV, reduzindo o número de acidentes. “Em quase todos os acidentes envolvendo GNV, a origem do problema está na irregularidade da instalação. Ou são instalações clandestinas ou são automóveis que não estão cumprindo o calendário de inspeção veicular obrigatória, que é uma exigência para garantir a segurança em veículos que passaram por modificações em suas características originais”, argumentou.


Para o presidente do INMETRO, Márcio André Oliveira Brito, essa é uma oportunidade de unir o conhecimento técnico do órgão à experiência da FENIVE para garantir um grande salto de qualidade para o setor e toda rede envolvida com gás natural veicular no país.


PROTOCOLOS


As tratativas para o termo de cooperação entre a FENIVE e o INMETRO começaram há cerca de três anos. O documento estabelece diretrizes e protocolos para inspeções veiculares padronizadas em todas as regiões do Brasil, seguindo as normativas da ABNT e ampliando a fiscalização dos veículos que utilizam esse tipo de combustível. “Essa é uma ação pioneira e que vai possibilitar a criação de uma rede de informação para conectar dados dos usuários de GNV, dando mais segurança para os cidadãos e para toda a cadeia produtiva”, enfatizou Pedroso.


O diretor executivo da FENIVE, o engenheiro mecânico Daniel Bassoli, explicou que os dados obtidos a partir de agora servirão de base para entender o atual panorama da inspeção veicular e ainda serão utilizados para desenvolver um software que irá permitir a rastreabilidade dos cilindros e demais componentes utilizados nos kits GNV. “São equipamentos que têm um prazo de vida útil e isso precisa ser respeitado para garantir a segurança dos usuários. Além disso, é uma forma de evitar o uso de peças oriundas de sinistros ou roubos”, comentou.  

 

MERCADO


O GNV ganhou popularidade graças à praticidade e economia. Em comparação com os combustíveis líquidos, o GNV pode representar uma economia de até 40%, dependendo da configuração do motor e dos preços dos demais combustíveis. No Brasil, de acordo com dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), existem cerca de 2,6 milhões de veículos utilizando o gás natural veicular como combustível.


O uso do GNV tem vantagens, mas implica em alterações na estrutura original do veículo. Por isso, a conversão do veículo e a instalação do kit GNV só pode ser feita em oficinas credenciadas pelo INMETRO. Por essa razão, também é necessária a inspeção veicular anual para garantir que o carro está em condições adequadas de trafegar.


Em pesquisas feitas em postos de combustíveis de todo o Brasil, utilizando a base de dados dos organismos de inspeção veicular, constatou-se que cerca de 40% dos veículos que abasteceram com GNV estavam irregulares. “Alguns estados já possuem leis específicas para proibir que aqueles que não estão em ordem sejam abastecidos, mas infelizmente a fiscalização ainda é precária e o que predomina é o interesse financeiro”, afirmou Bassoli. Ele destacou, no entanto, que o termo de cooperação dará mais ferramentas para coibir as irregularidades em todo o país.