A onda de frio que atinge atualmente os Estados Unidos, com temperaturas particularmente baixas, é excepcional?

Faz parte de episódios que acontecem de tempos em tempos. Esse frio polar que atinge até o sul dos Estados Unidos é favorecido pela posição das depressões ao norte. Deve-se entender que a radiação solar é menor no norte, na região polar, do que nos trópicos, e que, portanto, é mais fria no norte. Dependendo da posição dessas depressões ou anticiclones, estamos sob a influência do ar polar ou subsaariano. Este cenário é permanente e não é novo.

As massas de ar frio que afetam os Estados Unidos passaram pelo Canadá e pelas terras continentais, são particularmente intensas e, portanto, não conseguiram se aquecer. Isso explica os poucos registros observados nos últimos dias, como os -41°C registrados em 21 de dezembro em Casper, Wyoming, recorde desde 1939, primeiro ano em que foram feitas medições nesta estação. Mas, novamente, os Estados Unidos não vivem uma situação extraordinária e poucos recordes foram quebrados até agora.

Ao longo das Montanhas Rochosas, a queda de 20 graus aconteceu em apenas uma hora

O mais impressionante é a rapidez com que as temperaturas despencaram: os termômetros despencando de 20 a 25 graus em questão de horas. Ao longo das Montanhas Rochosas, no nordeste do país, a queda de 20 graus aconteceu em apenas uma hora no dia 22 de dezembro! Depois de atingir a região dos Grandes Lagos, espera-se que o centro ativo desse ar baixo e frio siga em direção a Nova York e depois volte para Quebec, no Canadá, principalmente acompanhado por fortes nevascas.

Na Europa, essas massas de ar frio vindas da zona ártica atravessam mares, como o Mar do Norte, em contato com os quais as temperaturas ficam mais amenas.