Economia

PAULO GUEDES CONTESTA TRANSIÇÃO E DIZ QUE PAÍS NÃO ESTÁ QUEBRADO

Com Correio Braziliense informações
Tasso Franco , Salvador | 11/12/2022 às 18:18
Ministro da Economia, Paulo Guedes
Foto: Ministério da Economia
     O Ministério da Economia contestou neste domingo (11/12) o que chamou de "declarações infundadas" do governo de transição. A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aponta falta de recursos para a manutenção de programas essenciais em praticamente todos os setores do país.

"As declarações de que o Estado Brasileiro está 'quebrado' não são compatíveis com a realidade. A Dívida Bruta do Governo Geral deverá terminar o ano representando 74% do Produto Interno Bruto (PIB) e superávit primário de R$ 23,4 bilhões, o primeiro desde 2013", diz o Ministério, chefiado por Paulo Guedes, em nota (veja abaixo na íntegra). A pasta citou ainda que governos anteriores aumentaram a dívida em relação ao PIB em quase 20 pontos, "sem enfrentar pandemias ou guerras como a vista no Leste europeu".

Os grupos de trabalho (GT) da transição apontam falta de recursos no orçamento, não somente para 2023, mas para este ano. O fato foi ressaltado, por exemplo, pela suspensão da emissão de passaportes pela Polícia Federal e pela falta de pagamento a bolsistas da Capes. A transição também aponta que não há espaço orçamentário para políticas de Segurança Pública, Defesa Civil, Saúde, entre outras.

"Cabe destacar, também, o resultado das empresas estatais que caminha para fechar 2022 na casa dos R$ 250 bilhões, depois de resultado de R$ 188 bilhões em 2021, contra prejuízos de mais de R$ 30 bilhões em 2015", diz ainda o texto divulgado pelo Ministério. A pasta ressalta que houve uma redução de 20% das dívidas do país a organismos e instituições financeiras internacionais, em comparação com 2016.

O Ministério da Economia apontou ainda os investimentos feitos em digitalização, que conta com um valor de R$ 142 milhões no Orçamento de 2023, um aumento de 53% em relação a 2022 e 105% em relação a 2021. O governo federal alcançou, até novembro deste ano, a marca de 140 milhões de brasileiros cadastrados no gov.br, plataforma digital que reúne uma série de serviços públicos.

"O Brasil foi reconhecido pelo Banco Mundial como o segundo país do mundo com a mais alta maturidade em governo digital. A avaliação é resultado do GovTech Maturity Index 2022, divulgado em novembro, que considera o atual estágio da transformação digital no serviço público em 198 economias globais. O Brasil ocupa o segundo lugar nesse ranking, sendo líder em governo digital no Ocidente", diz o Ministério da Economia.

Confira a nota do Ministério da Economia na íntegra:

Diante da recente série de declarações infundadas sobre o atual cenário econômico, o Ministério da Economia faz os seguintes esclarecimentos:

• As declarações de que o Estado Brasileiro está “quebrado” não são compatíveis com a realidade. A Dívida Bruta do Governo Geral deverá terminar o ano representando 74% do Produto Interno Bruto (PIB) e superávit primário de R$ 23,4 bilhões, o primeiro desde 2013 (Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias – 5º Bimestre de 2022). 

Será o primeiro governo que encerra o mandato com endividamento em queda: em 2018, a relação dívida/PIB chegou a 75,3%. Demais países emergentes e desenvolvidos têm projeções de crescimento de dívida entre 10,6 pontos e 8,5 pontos percentuais, respectivamente, em comparação com as taxas observadas antes da pandemia. 

Governos anteriores ampliaram a relação dívida/PIB em quase 20 pontos do PIB sem enfrentar pandemias ou guerras como a vista no Leste europeu, sem que esses recursos se traduzissem em efetiva melhora na qualidade de vida da população.