Economia brasileira reage bem após a pandemia
Tasso Franco , Salvador |
27/10/2022 às 10:16
Construção Civil embalada
Foto: BJÁ
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 8,7% nos três meses encerrados em setembro, a menor desde junho de 2015. Mas ainda há 9,5 milhões de pessoas buscando uma oportunidade de trabalho no país, segundo dados, que integram a Pnad Contínua (Pesquisa por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE na manhã desta quinta-feira.
A taxa de desemprego é a menor taxa registrada desde o trimestre encerrado em junho de 2015, que foi de 8,4%, representando uma queda de 0,6 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, terminado em junho (9,3%), e de 3,9 pontos percentuais na comparação com igual período de 2021, quando ficou em 12,6%.
A pesquisa mostra que o rendimento cresceu tanto na comparação trimestral (3,7%) quanto na anual (2,5%), chegando a R$ 2.737,00. É a primeira vez que a renda cresce ante igual período do ano anterior desde junho de 2020, quando o país vivia uma das fases mais críticas da pandemia, com fechamento do comércio.
Sob Bolsonaro: Programas de combate à fome encolhem 38%, e governo privilegia transferência de renda
Mercado de trabalho: Quase 70% ganham até dois salários mínimos
A taxa de desemprego havia recuado para 8,9% no trimestre encerrado em agosto.
O mercado de trabalho tem dado sinais de melhora nos últimos meses, com sucessivos recordes de ocupação. O contingente de pessoas ocupadas (99,3 milhões) cresceu 1,0% (mais 1,0 milhão) no trimestre e 6,8% (mais 6,3 milhões) no ano, batendo novamente o recorde na série histórica, iniciada em 2012. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada hoje (27) pelo IBGE.
Houve avanço em formalização, com aumento de 1,3% no número de brasileiros empregados com carteira de trabalho assinada na comparação com os três meses anteriores, para 36,3 milhões de pessoas. Esse contingente subiu 8,2% na comparação anual.
Em paralelo, o número de empregados no setor privado atuando sem carteira assinada foi de 13,2 milhões, o maior da série histórica, iniciada em 2012, acumulando alta de 13%, ou mais 1,5 milhão de pessoas, no ano.
Informalidade segue perto de 40%
Ao todo, 39,4% da população ocupada trabalham na informalidade, recuando dos 40% registrados no trimestre anterior, somando 39,1 milhões de trabalhadores.
As atividades que registraram crescimento foram Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, 1,8% ou 315 mil pessoas, e Outros serviços, com aumento de 6,8% ou mais 348 mil pessoas. As demais ficaram estáveis.
A expectativa é que a criação de vagas desacelere no quarto trimestre. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, já mostram esse movimento. Em setembro, foram abertos 278.085 postos de trabalho, número inferior ao de agosto.
O Caged traz dados mensais e se restringe a vagas com carteira assinada. As informações são repassadas ao ministério pelas empresas. Já a Pnad compreende os mercados formal e informal de trabalho e compila informações trimestrais, a partir de pesquisa feita por funcionários do IBGE.