Em mais uma rodada de ações, o Salvador Capital Afro promoveu, nesta sexta-feira (16), mais uma edição do movimento, desta vez no território Rio Vermelho, com uma roda de conversa sobre fortalecimento do afroturismo na capital baiana. O diálogo, realizado na Casa Rosa, no próprio bairro, contou com lideranças do trade que abordaram oportunidades e desafios deste segmento.
Entre os participantes estavam a representante do Salvador Capital Afro, Mylene Alves, da Associação Brasileira de Agências de Viagens - Sessão Bahia (Abav-BA), Jean Paul Gonze, da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA), Luciano Lopes, do Prodetur Salvador, Simone Costa, e da AWA, Sueli Conceição.
A roda de diálogo que ocorreu hoje faz parte de mais uma das ações previstas pelo movimento Salvador Capital Afro a ser realizado nos territórios. As ações já ocorreram nos territórios de Liberdade / Curuzu, Centro Histórico, e neste final de semana tem continuidade no Rio Vermelho. As próximas regiões que receberão o movimento serão Itapuã e Ilha de Maré.
Simone Costa explicou que Salvador está avançando em se reconhecer como cidade negra. "Este movimento visa posicionar Salvador como um destino afrocentrado. A gente quer marcar a cidade como a capital afro do Brasil e das Américas, assumindo nossa identidade e, a partir daí, atrair um fluxo de turistas que, em nível mundial, movimenta mais de US$109 bi. É um público que nos interessa principalmente porque a população preta precisa estar inserida nessa economia turística", detalhou.
Sueli Conceição fez reflexões sobre de que forma é possível construir o afroturismo coletivamente e abordou como questões sociais impactam na forma como os afroempreendedores desenvolvem suas atividades. "Vender o seu produto e serviço a partir da sua ancestralidade é um lugar tão delicado porque você vai falar com pessoas que ao longo da sua vida tiveram a sua cultura negada. Talvez esse caminho tenha distanciado essa afetividade de se ver como empreendedor ou empreendedora que tem serviço de qualidade", afirmou.
Já Gonze abordou questões que podem potencializar a qualidade dos serviços ofertados no turismo, a exemplo da capacitação dos profissionais e a segurança para que as pessoas possam visitar e fazer propaganda positiva dos produtos e serviços consumidos na cidade.
Programação – Neste sábado (17), as ações do Salvador Capital Afro têm continuidade a partir das 14h, com a mesa “As ativações culturais através do audiovisual e das artes visuais”. Participam do debate Taís Amordivino (MIMB), Emerson Dindo (Diáspora Conecta), Eder Muniz (Kalango) e Anderson AC (Pinacoteca do Beiru). A mediação será do apresentador Aldri Anunciação.
“Moda e Beleza: as tendências que valorizam a cultura local” é o tema da segunda mesa, às 16h. As discussões vão girar sobre a influência deste setor na tendência cultural através do empreendedorismo negro. Malayka SN mediará o debate com participantes a serem confirmados.
Neste dia, a programação vai das 21h à meia-noite, com a cantora Melly, que carrega em suas composições a inspiração no Soul, R&B e Trap, a discotecagem de DJ Leandro Vitrola e a banda Quabales, grupo percussivo do Nordeste de Amaralina. Todas as atrações são gratuitas e os ingressos podem ser retirados no site do Sympla (www. sympla. com. br/ evento/ salvador-capital-afro-rio-vermelho/ 1716293).
Festival – O Salvador Capital Afro terá um festival que ocorrerá de 16 a 20 de novembro. O evento terá diversas ações, dentre elas uma reunião que irá envolver autoridades locais, nacionais e internacionais para discutir políticas públicas. Deste encontro deverá ser firmado um acordo internacional que traga ganhos diretos para a população negra da capital.
Também haverá um ato econômico reunindo o trade turístico local, nacional e internacional e afroempreendedores para estabelecer parcerias econômicas e promovendo rodadas de negócios. A previsão é de que participem mais de 100 empresários, que dialogarão com os afroempreendedores.
Está previsto também um ato educacional que reunirá mulheres de referência para discutir problemas que são inerentes à vivência feminina a nível nacional e internacional, a exemplo de feminicídio, racismo e violência doméstica. A ideia é que a troca de experiências possa ser inspiradora e motivadora para as participantes.