Uma vitória do governo Bolsonaro
Tasso Franco , PARIS |
30/06/2022 às 13:24
Construção civil em Salvador embalada
Foto: BJÁ
O Brasil criou 277.018 empregos formais em maio, uma forte alta na comparação com abril (196.966) e um resultado muito acima da expectativa do mercado (o consenso Refinitiv projetava 192.750 novas vagas CLT no mês).
Apesar da forte geração de vagas, o salário médio de contratação continuou diminuindo frente à inflação persistente no país.
O resultado de maio é fruto de 1.960.960 contratações e 1.683.942 demissões e ampliou o saldo positivo de 2022 para 1.047.611 novos empregos formais (devido às 9.693.109 admissões e os 8.641.606 desligamentos no ano).
Com isso, a quantidade de brasileiros com carteira assinada subiu 0,67% no mês, para 41.729.858. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados nesta terça-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
O único setor em que o salário de contratação subiu foi na construção civil (+0,98%, para R$ 1.905,51), e o pior recuo foi na agricultura, que já paga salários mais baixos (-1,74%, para R$ 1.659,94).
As outras quedas foram na indústria (-1,81%, para R$.1934,51), em serviços (-0,79%, para R$ 2.030,66) e no comércio (-0,47%, para R$ 1.645,35)
Serviços lidera criação de vagas
O setor de serviços puxou as contratações do mês passado (+120.294 postos), mas houve crescimento nos 5 grupos pesquisados: comércio (+47.557), indústria (+46.975), construção (+35.445) e agropecuária (+26.747).
As atividades que mais contribuíram para a geração de empregos em serviços (+120.294) foram as atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+49.373).
Na indústria (+46.975), as contratações se concentraram na indústria de transformação (+42.081, ou 90% do total).
Por região e por estado
Também houve mais admissões do que demissões nas 5 regiões do país em maio. O Sudeste criou mais vagas CLT em números absolutos, mas proporcionalmente os destaques foram as regiões Centro-Oeste (+0,94%) e Norte (+0,82%):
• Sudeste: +147.846 (+0,69%);
• Nordeste: +48.847 (+0,73%);
• Centro-Oeste: +33.978 (+0,94%);
• Sul: +25.585 (+0,33%);
• Norte: +16.091 (+0,82%).
Todas as 27 Unidades Federativas (UFs) também registraram saldo positivo no mês passado.
Os estados que mais criaram empregos em termos absolutos foram os três mais populosos do país: São Paulo (+85.659), Minas Gerais (+29.970) e Rio de Janeiro (+20.226). Em termos relativos, os destaques foram Espírito Santo (+1,52%), Mato Grosso do Sul (+1,14%) e Goiás (+1,08%).
Novos tipos de contrato de trabalho
Na parte em que o Ministério do Trabalho e Previdência chama de “modernização trabalhista”, houve a criação de 5.810 empregos do tipo intermitente (fruto de 24.094 admissões e 18.284 desligamentos) e 286 empregados celebraram mais de um contrato na condição de trabalho intermitente.
O saldo de empregos na modalidade de trabalho intermitente foi positiva em serviços (+4.505), indústria (+1.117), construção (+436) e agropecuária (+303) e negativa apenas no comércio (-551).
Os contratos de trabalho em regime de tempo parcial foram responsáveis pela criação de 3.279 empregos em maio (19.530 admissões e 16.251 desligamentos), e 59 empregados celebraram mais de um contrato em regime parcial, segundo o ministério.
O saldo de empregos nessa modalidade foi positiva nos 5 setores pesquisados: serviços (+2.076), comércio (+1.023), indústria (+104), agropecuária (+42) e construção (+34).
Desligamentos mediante acordo
Houve também 19.376 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado em maio, e 58 empregados realizaram mais de um pedido de demissão mediante acordo.
As atividades econômicas que mais se beneficiaram da modalidade foram, nesta ordem: serviços (9.792 desligamentos), comércio (4.114); indústria (3.075), construção (1.622) e agropecuária (773).