Governo Bolsonaro entende que manifesto é contra Executivo e ameaçou retirar BB e Caixa da Febraban. Fiesp então recuou
Tasso Franco , da redação em Salvador |
30/08/2021 às 11:53
Paulo Skaf
Foto: REP
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, avisou a ministros do governo Bolsonaro que suspendeu a divulgação do manifesto "A praça é dos Três Poderes".
A divulgação estava prevista para esta terça-feira (31), e o documento faria críticas à crise institucional entre os poderes Executivo e Judiciário.
O motivo da suspensão foi a reação do próprio governo, que ameaçou retirar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal dos associados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Skaf ligou para ministros comunicando a suspensão e buscando informar que a intenção, com a elaboração do manifesto, era fazer um alerta para os chefes dos três poderes sobre a necessidade de se dialogar e focar em pautas de interesse do país.
O presidente da Fiesp disse aos assessores de Bolsonaro que o objetivo não era mandar um recado só para o Executivo, mas também para Judiciário e Legislativo.
Avaliação no governo
Dentro do governo, porém, a avaliação é outra. Segundo assessores presidenciais, uma das versões do manifesto trazia recados claros na direção do presidente Jair Bolsonaro, com a participação principalmente de membros da Febraban. Essa versão, porém, foi alterada e o documento final buscava distribuir responsabilidades entre todos os poderes.