Salvador começa a ensaiar a reabertura de suas atividades econômicas e, com isso, muitas empresas preparam também o retorno de seus colaboradores ao ambiente de trabalho. No entanto, após quatro meses de distanciamento social e atividades remotas, essa volta ao modelo presencial precisa ser acompanhada de uma série de cuidados.
Quem faz o alerta é o presidente da regional baiana da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Bahia) Wladimir Martins. Para ele, o momento é de cautela e adaptação, para garantir a segurança de todos os colaboradores diante da Covid-19. Além de seguir os protocolos sanitários e de saúde, o especialista acredita que as empresas deverão observar outros fatores.
Um deles é o cuidado com o bem-estar mental do trabalhador e como ele está retornando desse período em casa. Pesquisa realizada pela plataforma de cursos Udemy, por exemplo, mostra que no Brasil 92% dos profissionais temem a exposição ao novo coronavírus no local de trabalho ou em atividades relacionadas ao emprego.
Nesse cenário, Wladimir acredita que as empresas precisam fazer um movimento de reintegração, comunicação e acolhimento dos funcionários nesse retorno. “As pessoas vão sair de um home office que durou muito tempo e não sabemos como cada um vivenciou esse período em casa. É preciso analisar se desenvolveram alguma doença psicológica, por exemplo”, destaca.
O especialista pontua que as empresas e os colaboradores precisam se preparar para vivenciarem três etapas quando retornarem às atividades: sobrevivência, manutenção e retomada econômica. Para ele, a primeira deve se desenvolver pelo restante de 2020 até o inicio de 2021; a segunda durante todo o próximo ano e a terceira a partir de 2022.
O que observar no retorno ao trabalho presencial - O presidente da ABRH Bahia elenca algumas questões a serem consideradas pelas empresas para conduzir esse processo da melhor forma possível. Confira abaixo
Segurança no ambiente de trabalho
De acordo com Wladimir, é preciso mostrar ao colaborador que o ambiente de trabalho está seguro, adequando-se e cumprindo-se, por exemplo, todas as exigências sanitárias e precauções recomendadas pelas autoridades de saúde.
Acolhimento
Nesse retorno, é fundamental que os trabalhadores sejam acolhidos. De acordo com o especialista, as áreas de RH têm um papel crucial aqui, buscando olhar para cada funcionário individualmente, entender como ele vivenciou o home office, se traz algum problema desse período e, assim, poder ajudá-los.
Readaptação
Como os colaboradores estiveram muito tempo longe do local de trabalho e das rotinas presenciais, é preciso reintegrá-los ao ambiente organizacional bem como adaptá-los a novos processos e novas formas de atuar, sempre tendo em vista a segurança de todos.
Conscientização
O especialista lembra que é necessário também buscar o engajamento e a parceria dos colaboradores, informando que também são parte dos novos processos e que precisam ter cuidado com eles mesmos e com os colegas nesse retorno.
Transparência
A empresa deve deixar clara a sua situação para o público interno ao retomarem as atividades. “É muito importante que a organização seja objetiva com os funcionários e os deixe cientes, inclusive, de como podem ajudar na retomada”, avalia Wladimir.