Programa ser + realizador profissionalizou trabalho de catadores que viram seus rendimentos dobrarem e hoje recebem mais do que a média nacional
Paula Pitta , Salvador |
02/09/2019 às 18:43
A Braskem investiu cerca de R$ 150 mil no programa ser + realizador, que busca desenvolver a cadeia produtiva da reciclagem na Bahia, com a inclusão social dos trabalhadores que nela atuam. O recurso foi empregado na compra de máquinas, equipamentos, móveis, utensílios, equipamentos de proteção individual (EPIs) e uniformes. A expectativa é dobrar este investimento ainda este ano.
Atualmente, o projeto beneficia 166 catadores de seis cooperativas baianas: Coopmarc (Camaçari), Camapet, Cooperguary e Cooperbrava (Salvador), Caelf (Lauro de Freitas) e Verdecoop (Distrito de Porto de Sauípe, em Mata de São João). A iniciativa é realizada com apoio da cooperativa Mãos Verdes, que também atua em outros três estados brasileiros.
O gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia e Alagoas Milton Pradines ressalta que a promoção da cidadania e da educação socioambiental nas comunidades do entorno ocupam um lugar de destaque no investimento social privado da Braskem. "A cooperação técnica e financeira promove a inserção social e econômica de catadores de materiais recicláveis como empreendedores. Nosso objetivo é proporcionar mais dignidade a esses trabalhadores que contribuem para a preservação do meio ambiente, através da reciclagem”, pondera.
O ser + realizador prevê investimento em infraestrutura para otimizar os processos operacionais das cooperativas, mas também fornece capacitação, assessoria técnica e reestruturação de unidades de triagem. A profissionalização trouxe resultados, dobrando o rendimento dos catadores, que atualmente recebem cerca de R$ 1.666,54 na Bahia, mais do que a média brasileira que é de R$ 1.593,74.
Além do crescimento financeiro, o presidente da Cooperguary Edmundo Góes disse que o programa qualificou o trabalho da cooperativa. "Fizemos cursos de liderança e gestão. Com isso, otimizamos nossos processos, aproveitando melhor nossa estrutura e mão de obra. O dia a dia ficou mais organizado, o que acaba impactando positivamente na produtividade", esclarece.
Ele explica ainda que o investimento em maquinário ampliou o leque de serviços oferecidos pela cooperativa, que hoje é a única a reciclar vidro em Salvador após receber uma prensa por meio do ser + realizador. Nos últimos quatro anos, o programa possibilitou a comercialização de cerca de 12 mil toneladas de resíduos na Bahia.