O comércio varejista baiano registrou no mês de setembro taxa negativa nas vendas de 1,3%, quando comparado a igual mês do ano de 2017. No varejo nacional o volume de vendas se manteve estável com a taxa de 0,1%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano foi negativa em 0,7%. Os dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio e foram analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
A incerteza quanto à condução da atividade econômica no país ainda estar presente para a maioria dos brasileiros. Os dados da Fundação Getulio Vargas referente ao Índice de Confiança do Consumidor revelam que houve um recuo nesse índice ao registrar queda de 1,7 ponto percentual em setembro, ao passar de 83,8 pontos para 82,1 pontos. Além do que se chama a atenção para o fato de que esse mês teve 19 dias úteis, ao passo que em igual mês do ano passado foram 20 dias, um dia útil a menos.
Por atividade, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a setembro de 2017, revelam que três dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento positivo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,2%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,5%), e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,8%). Quanto aos demais apresentaram comportamento negativo, são eles: Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-14,9%), Combustíveis e lubrificantes (-13,2%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-11,9%); Tecidos, vestuário e calçados (-11,0%); e Móveis e eletrodomésticos (-5,0%). No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variações negativas os subgrupos de Eletrodomésticos, e Móveis, com taxas de 6,6%, e 1,2%, respectivamente. Enquanto no subgrupo de Hipermercados e supermercado a variação foi positiva em 2,8%.
Quanto aos segmentos que mais influenciaram, em setembro, o comportamento negativo das vendas na Bahia tem-se: Combustíveis e lubrificantes; Tecidos, vestuário e calçados e Móveis e eletrodomésticos. Em contrapartida ao comportamento positivo de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
O segmento de Combustíveis e lubrificantes exerceu a maior contribuição negativa para o setor no varejo baiano em função da sua representatividade. Essa atividade foi influenciada pela elevação dos preços dos combustíveis acima da variação média de preços, comprometendo negativamente o desempenho da atividade.
Outro segmento a comprometer as vendas no estado foi Tecidos, vestuário e calçados. Esse comportamento pode ser associado à situação financeira das famílias e a lenta recuperação do mercado de trabalho. Esse cenário resulta numa queda de confiança dos consumidores quanto ao comportamento da atividade econômica nos próximos meses, razão para reduzirem os gastos com artigos considerados de menor necessidade.
O terceiro a contribuir negativamente para o segmento das vendas no setor foi Móveis e eletrodomésticos. Esse comportamento é atribuído a forte base de comparação, pois em igual mês do ano passado o segmento registrou crescimento de 47,1% ditando fortemente o crescimento na ocasião. Esses produtos possuem valores razoáveis e na maioria das vezes são financiados, diante disso a incerteza quanto ao desempenho da atividade econômica deixou os consumidores mais céticos ao realizarem os seus gastos com esses produtos.
A influência positiva para o setor veio do comportamento das vendas no segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas do Comércio Varejista. Essa atividade volta a registrar crescimento nas vendas em razão da supersafra de hortifrutigranjeiros que reduziu significativamente os preços dos principais produtos do segmento.
COMPORTAMENTO DO COMÉRCIO VAREJISTA AMPLIADO - O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, apresentou queda nas vendas de 3,1%, em relação à igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, o setor registra variação positiva de 2,4%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou decréscimo nas vendas de 7,6% em relação a igual mês do ano anterior, apesar da facilidade de crédito para incentivar as vendas nesse ramo. Nos últimos 12 meses, o crescimento no volume de negócios foi de 7,7%.
Em relação ao segmento Material de Construção, as vendas no mês de setembro foram negativas em 2,9%, comparado ao mesmo mês do ano de 2017. Nos últimos 12 meses as vendas cresceram 4,0%. O “tímido” comportamento das vendas desse ramo de atividade pode ser atribuído a instabilidade vivenciada nesse período.