Greve afeta abastecimento de perecíveis em supermercados e frigoríficos deixaram de processar carnes, assim como montadoras de automóveis
Da Redação , Salvador |
25/05/2018 às 11:18
Caos nacional
Foto: VEJA
Os caminhoneiros não acreditam nas promessas do governo Michel Temer e querem o preto no branco para voltarem ao trabalho. Em um movimento sem liderança clara, convocado a princípio por meio de grupos no WhatsApp e que ganhou apoio aos poucos, a greve dos caminhoneiros contra os sucessivos aumentos no preço do diesel alcançou mobilização maciça, raras vezes vista no país.
Iniciada na segunda-feira 21, a paralisação atingiu, em diferentes escalas, todos os estados, além do Distrito Federal. Com 400 pontos de bloqueio em vias estratégicas para a circulação de mercadorias, os grevistas praticamente não encontraram resistência policial e conseguiram impedir a circulação dos motoristas que tentavam trabalhar.
A paralisação desestabilizou o fornecimento de alimentos, deixou postos e aeroportos sem combustíveis e forçou a suspensão do trabalho em fábricas por falta de componentes. Trata-se de um baque e tanto para a economia, cuja recuperação ainda é frágil.
Segundol Veja, de quebra, os caminhoneiros deram um nó no governo, expuseram a ruína da coordenação política e atropelaram Michel Temer e seu discurso de reformas e estabilidade, bem na semana em que o presidente e o seu partido, o MDB, lançaram oficialmente o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles como candidato à sua sucessão.
QUINTO DIA DA GREVE
pelo 5º dia seguido, caminhoneiros fazem manifestações nos 26 estados e no Distrito Federal. Os atos desta sexta-feira (25) dão continuidade à mobilização contra a disparada do preço do diesel, que faz parte da política de preços da Petrobras em vigor desde julho de 2017.
Na noite de quinta-feira (24), o governo federal e representantes de caminhoneiros anunciaram proposta para suspender a greve por 15 dias. Mas, os caminhoneiros não acreditam no governo.
Há redução nas frotas de ônibus em várias cidades, inclusive em capitais; cidades decretaram calamidade pública, como São Lourenço da Serra, Grande SP; faltam combustíveis, há filas nos postos; na Grande SP, Itapevi determinou que postos só vendam combustível para ambulâncias; aeroportos estão com a reserva de combustível esgotada, como de Brasília; governo obtém 20 liminares contra obstrução de rodovias; 16 termelétricas estão racionando energia em Rondônia; aulas são canceladas em várias instituições de ensino do país.