Caminhoneiros dizem que o acordo foi meia boca e os protestos seguem
Da Redação , Salvador |
25/05/2018 às 07:20
Caminhoneiros dizem que o acordo foi meia boca e os protestos seguem
Foto: Acorda Cidade
Mesmo com acordo com associações de caminhoneiros protestos seguem em BA, DF, MG, MS, PE, PR, RJ, RS, SC e SP. Na Bahia, os motoristas bloqueiam dois pontos da BR-324. no km 613, próximo ao bairro de Valéria, sentido Salvador. Há outra manifestação no km 541, nas imediações de Amélia Rodrigues. Neste caso, o bloqueio é para os veículos que seguem sentido interior da Bahia.
Os caminhoneiros mantém a mobilização na BA-526, no km 12. De acordo com a Concessionária Bahia Norte, apenas carros de passeios têm passagem liberada.
As propostas anunciadas pelo governo federal para tentar conter a manifestação dos caminhoneiros não foi recebida por unanimidade pela categoria. Em Brasília, antes mesmo do término da reunião com o governo, José da Fonseca Lopes, da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCam), manifestou seu desacordo, de acordo com o portal G1. A entidade representa cerca de 650 mil caminhoneiros.
Depois do comunicado feito pelos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha; da Secretaria de Governo, Carlos Marun; e da Fazenda, Eduardo Guardia, começaram a circular em redes sociais e aplicativos de mensagens em vídeo com caminhoneiros dizendo não terem sido representados no encontro em Brasília e que vão continuar a protestar nas estradas..
Liderança dos caminhoneiros no Estado de Mato Grosso, Gilson Baitaca divulgou uma mensagem de áudio também criticando a postura do governo. Disse que a categoria não deu trégua ao governo porque duas das principais reivindicações não foram atendidas. Entre elas, a isenção de PIS-Cofins sobre combustíveis.
"Não houve nenhum acordo. O governo pegou a assinatura de duas ou três entidades e soltou na imprensa que houve um acordo a fim de estabelecer uma trégua. E não houve acordo nenhum porque eu estava junto", disse Baitaca, afirmando estar presente na reunião.
De acordo com o G1, participaram da reunião e assinaram o acordo: Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Confederação Nacional do Transporte (CNT), Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens), Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Distrito Federal (Sindicam-DF), Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg), Federação Interestadual dos Transportes Rodoviários Autônomos de Cargas e Bens da Região Nordeste (Fecone), Federação dos Transportadores Autônomos de Cargas do Estado de Minas Gerais (Fetramig), Federação dos Transportadores Autônomos de Carga do Espírito Santo (Fetac-EC).
Em Santos (SP), onde a paralisação dos caminhoneiros autônomos ganhou o reforço de outras categorias, como estivadores e operadores de cais, o clima é de insatisfação com o acordo. É o que afirma Alexsandro Viviani, presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam Baixada Santista).
"Vamos para cima até resolver. O caminhoneiro da Baixada Santista não aceita. Faltou tudo. Não foi resolvido nada. Tudo o que a gente pediu não foi concretizado. Não sei porque assinaram um acordo desses. Não falaram com o caminhoneiro. Por isso a gente não aceitou", diz ele.