Com informações do Correio da Venezuela
CV , Caracas |
30/12/2017 às 08:53
Calote até no pernil
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DN .- Uma das empresas que fornecia pernil de porco ao Governo venezuelano, a Raporal, enviou um esclarecimento ao DN, na sequência da acusação do Presidente venezuelano Nicolás Maduro sobre “a sabotagem” portuguesa no fornecimento da carne durante esta quadra natalícia. “”É a Venezuela que não tem cumprido pontualmente as suas obrigações de pagamento dos fornecimentos realizados em 2016″, refere a empresa.
No comunicado, a empresa, sediada no Montijo, esclarece que “a Agrovarius, empresa do Grupo da Iguarivarius, vendeu em 2016 para o Governo venezuelano, ao abrigo de um contrato, 14 mil toneladas de carne num valor de 63,5 milhões de euros.
Para que fosse possível cumprir o contrato, a Agrovarius terá contratualizado esse fornecimento com várias empresas, entre elas a Raporal. “Deste contrato, estabelecido em 2016, ainda permanece pendente de pagamento cerca de 40 milhões de euros, dos quais 6,9 milhões de euros dizem respeito ao cumprimento do pagamento à Raporal”, esclarece a empresa, que adianta estar a receber “de forma parcelar valores a abater na conta corrente referente a este contrato, sendo que a última ocorreu em agosto de 2017″.
No mesmo comunicado, a empresa adiantou que foi recebida esta manhã pelo Embaixador da Venezuela em Lisboa e que “este se comprometeu, em nome da Venezuela, a realizar o pagamento integral em falta referente ao fornecimento de 2016, até março de 2018″.
A Raporal negou ter fornecido, durante o ano em curso, qualquer o produto à Venezuela e criticou as acusações de Maduro.
“A Raporal não tem conhecimento de qualquer ato de sabotagem de Portugal em relação ao fornecimento de pernil de porco à Venezuela, mas antes confirma que é a Venezuela que não tem cumprido pontualmente as suas obrigações de pagamento dos fornecimentos realizados em 2016″, pode ler-se no documento.
Nicolás Maduro prometeu que o tradicional pernil não faltaria nas mesas venezuelanas este Natal. Incapaz de cumprir a promessa feita, apontou Portugal como responsável.
“Com a entrega do pernil, fomos sabotados. Um país em particular, Portugal. Porque nós comprámos todo o pernil que havia na Venezuela, mas precisávamos de comprar fora para preencher todas as necessidades e sabotaram-nos a compra do pernil”, disse Nicolás Maduro citado pelo jornal venezuelano El Nacional.
“Fiz um plano, que cumprimos, mas sabotaram-nos o pernil. Os barcos que os traziam foram sabotados “, garantiu o Presidente venezuelano, sem nunca concretizar em que consistiriam os alegados atos de sabotagem.