Economia

Em junho, varejo baiano cresce 1,5% após 29 meses consecutivos queda

Informações da SEI
Da Redação , Salvador | 16/08/2017 às 09:20
Vendas voltam a crescer
Foto: BJÁ
Após 29 meses consecutivos registrando queda nas vendas, o volume de negócios do comércio varejista baiano no mês de junho cresceu. Nesse mês, a taxa foi de 1,5% na comparação com igual mês do ano de 2016. No varejo nacional as vendas cresceram em 3,0%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano registrou variação positiva de 2,3%. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI)

Apesar da conjuntura adversa da atividade econômica ainda continuar influenciando o comportamento do setor, o comércio varejista interrompe uma trajetória de queda. Na Bahia, o segmento de Móveis e eletrodomésticos ditou fortemente o ritmo de crescimento. Segundo análise do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, responsável pela pesquisa, esse comportamento se deve a uma combinação de fatores como base de comparação baixa, e redução da taxa de juros, além de redução  de 12,9% no custo médio nas operações de crédito às  famílias, crescimento na massa de rendimentos reais habitualmente recebidos: de -4,9% 2° trimestre de 2016 para 2,3% no 2º trimestre de 2017 e em junho IPCA registrar a variação de 3,0% em 12 meses, menor variação da série histórica.

Outro aspecto a ser ressaltado é a liberação no mês de junho do primeiro lote da restituição do Imposto de Renda, que na Bahia foi expressiva, associado à lei que permitiu o saque dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Análise de desempenho do varejo por ramo de atividade - Por atividade, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a junho de 2016, revelam que seis dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento positivo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Livros, jornais, revistas e papelaria (44,9%), Móveis e eletrodomésticos (30,4%); Tecidos, vestuário e calçados (9,2%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,1%);  Combustíveis e lubrificantes (4,8%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (2,5%). Os segmentos de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos registraram variações negativas de 12,3% e 4,5%, respectivamente. No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variação positiva o subgrupo de móveis e eletrodomésticos com taxas de 13,4% e 36,4%, respectivamente, enquanto  Hipermercados e supermercados continua apresentou queda de 12,3%.

Quanto aos segmentos que mais influenciaram o comportamento positivo das vendas na Bahia, por ordem decrescente têm-se: Móveis e eletrodomésticos, Tecidos, vestuário e calçados; Combustíveis e lubrificantes e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (8,1%).

Em junho, o comportamento de Móveis e eletrodomésticos foi determinante para a queda nas vendas do setor decorrentes da redução no custo médio do crédito às famílias, influência da base fraca de comparação e menor variação de preços. Já o segmento de Tecidos, vestuário e calçados foi o segundo a exercer maior influência para o setor, em razão das comemorações das datas festivas de junho, verificadas principalmente no Nordeste.

O segmento de Combustíveis e lubrificantes exerceu, na Bahia, o terceiro maior peso para o crescimento verificado nas vendas. Esse comportamento é atribuído à redução de preços de combustíveis abaixo do índice geral de inflação, influenciando a intensificação das viagens para o interior dado às comemorações das festas juninas. Segundo o IBGE, em jun/17 a variação dos preços em 12 meses do segmento Combustíveis foi de -3,1%, abaixo da média geral de preços (3,0%), medido pelo IPCA.

Outro segmento a contribuir para o crescimento nas vendas no mês de junho foi Outros artigos de uso pessoal e doméstico. Esse desempenho foi estimulado, de acordo com o IBGE, em grande parte pela expansão das vendas online, e também reflete o aumento da renda real, além do que as lojas de departamentos costumarem a intensificar as vendas de produtos típicos das comemorações juninas.

Contrapondo o comportamento registrado por esses segmentos, tem-se o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que exerceu maior contribuição negativa nesse mês. Segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas, essa atividade vem registrando quedas consecutivas nas vendas desde maio de 2015. Muito provavelmente, esse comportamento ainda se deve ao elevado desemprego.

Comportamento do comércio varejista ampliado - O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou, em junho, crescimento nas vendas de 2,5%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 6,2%.

O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou acréscimo nas vendas (4,0%) em relação a igual mês do ano anterior. Apresentando um recuo de 3,9% nas vendas do segmento nos últimos meses. Em relação ao segmento Material de Construção, as vendas no mês de junho foram positivas em 4,7%, comparado ao mesmo mês do ano de 2016. O resultado desse mês para ambos segmentos reflete a melhora das expectativas do consumidor com relação à situação financeira das famílias, dado a inflação mais baixa e juros em queda.