Modelos vestidos com batas, vestidos, saias e torços, todos com detalhes em bordado de richelieu, desfilaram na manhã desta terça-feira 20, durante o encerramento do Projeto Revitalizando a Costura de Forma Decente, na Praça Tereza Batista, no Pelourinho.

As peças foram confeccionadas pelas 30 mulheres beneficiadas pelo programa, financiado pelo Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad). O projeto foi executado pela Associação Civil Filhos de Bárbara (ACFBA). 

Celeste do Carmo, 54 anos, foi umas das participantes. Durante três meses, ela cumpriu a rotina de sair às 6h30 da manhã, do bairro de Mirante do Periperi, no subúrbio ferroviário de Salvador, até o terreiro Ilê Axé Ya Onira, em Brotas, onde as aulas eram proferidas.    

 

“Valeu a pena atravessar a cidade para participar do curso. Além de aprender um ofício, ter uma fonte de renda, a convivência com as colegas ajudou a reverter um quadro de depressão que eu estava passando, por conta de uma doença”, relatou Celeste.

Coordenador do Projeto, babalorixá Roberto de Iansã destacou que a técnica estava quase em extinção na Bahia. “Atualmente, ainda temos que comprar roupas feitas em Sergipe e Ceará. Por isso, será uma importante fonte de renda para essas mulheres”, acredita.

Presente no desfile, o secretário do Trabalho e Esporte, Álvaro Gomes, elogiou a beleza das peças e destacou o papel do Funtrad, financiador do projeto. “Além da arte que cada peça de roupa traz, o projeto tem um papel fundamental no resgate de uma tradição que estava se perdendo”, fala, sobre o richelieu.

Richelieu - A técnica consiste em, manualmente, cortar espaços vazios do tecido e, entre eles, construir bordados, vazando áreas estratégicas e garantindo a formação das estampas.

Funtrad - Criado para assegurar a captação, repasse e aplicação dos recursos para custear as ações destinadas a gerar mais e melhores empregos no Estado, o Funtrad é um fundo de natureza contábil-financeira.

O fundo apoia o Programa Bahia do Trabalho Decente direcionando as multas decorrentes de Termo de Ajustamento de Condutas (TACs) aplicadas pelos fiscais do Trabalho (promotores); e das condenações decorrentes de ações judiciais por violação de Direitos Trabalhistas (juízes).