O grupo espanhol Acciona Windpower vai implantar no município de Mulungu do Morro, no centro-norte da Bahia, uma nova fábrica de torres para aerogeradores de energia eólica, com investimentos estimados de R$ 24 milhões e faturamento anual estimado de R$ 207 milhões. Com capacidade para produzir entre 60 e 120 torres/ano, a unidade industrial vai gerar cerca de 100 empregos diretos e 220 indiretos.
No protocolo assinado com o Governo da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, a Accciona aderiu ainda aos programas estaduais de Estágio e Primeiro Emprego e de Combate e Erradicação da Pobreza. A fábrica de torres eólicas em Mulungu do Morro é a terceira unidade fabril da companhia na Bahia e deverá entrar em operação no segundo semestre de 2017.
A Acciona vai fornecer 22 turbinas para o parque eólico Ventos da Bahia, de propriedade do grupo francês EDF Energies Nouvelles. O parque foi desenvolvido pela Sowitec e terá capacidade total de 66 MW. Serão instaladas dez turbinas modelo AW125/3000, com torres de 120 metros e doze torres com 100 metros.
TERCEIRA LINHA DE PRODUÇÃO
Em maio de 2015, a Acciona inaugurou a sua fábrica de nacelles – o componente principal do aerogerador eólico - no município de Simões Filho, na RMS. Foram investimentos de R$ 15 milhões e geração de mais 60 empregos. A fábrica, que produz 100 aerogeradores/ano, foi a sexta em nível mundial da Acciona.
A plataforma AW-3000, com rotores com diâmetros de 100 a 125 metros e torres de aço ou concreto de 92 a 120 metros de altura de cubo eólico, forma uma família de turbinas de 3 MW de potência, extremamente competitiva e adaptada às exigências do mercado brasileiro.
Antes, em 2013, também em Simões Filho, começou a operar a primeira planta industrial baiana, com a fabricação de cubos eólicos - peças que suportam as hélices - empregando 210 trabalhadores. Nesta linha de produção de cubos para os aerogeradores AW-3000, de 3 MW, foram investidos R$ 13 milhões. Além das três unidades brasileiras na Bahia, a Acciona possui três fábricas de montagem de aerogeradores (duas na Espanha e uma nos Estados Unidos) e uma de pás eólicas, também na Espanha.
“A instalação da terceira linha de produção da Acciona reforça a posição da Bahia como grande importante centro industrial eólico brasileiro, nos posicionando como fabricante e fornecedor de turbinas, torres e pás eólicas”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda.
INVESTIMENTOS
No começo da década, o potencial eólico da Bahia era estimado em 14,5 mil MW para uma altura de 70 metros nas torres. Hoje, esse potencial já está na casa de 40 mil MW. Somente em projetos de energia eólica, a Bahia já contabiliza R$ 18,5 bilhões em investimentos na construção de 186 usinas, com 4,5 GW de potência, distribuídas em 23 municípios do semi-árido.