Economia

SINDIPETRO fecha BR-101 e protesta contra a venda campos terrestres

Campos terrestres serão negociados com a iniciativa privada
SL , Salvador | 26/07/2016 às 10:04
Petroleiros fecham a R$-101 no município de Entre Rios
Foto: Sindipetro
   Os petroleiros da Bahia, Sergipe, Espirito Santo, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, representados pelos seus sindicatos e com o apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP), realizam na manhã desta terça-feira, 26, uma paralisação nacional em defesa dos campos terrestres da Petrobras. Nos quatro primeiros estados a mobilização conjunta acontece nas BRS 101 e nos outros dois, na BR 304.  
 
   A paralisação nas BRs pretende também chamar a atenção de toda a sociedade para o fato de o governo negoaicndo reservas de petróleo.

   Segundo publicação do jornal Valor Econômico, somente na primeira rodada (licitação), que acontecerá neste mês de agosto, a atual direção da Petrobras, pretende entregar para as empresas privadas, reservas de petróleo avaliadas em mais de US$ 2,5 bilhões de dólares, pela bagatela de apenas US$ 200 milhões de dólares.

   O diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Paulo César Martin, faz as contas; “serão mais de 250 milhões de barris de petróleo que serão entregues à iniciativa privada “a troco de banana”. Cada barril de petróleo custa a aproximadamente US$ 10,00. Depois de extraído e enviado para as Refinarias, ele passa a valer US$ 45,00”.
Martin ressalta ainda que “se o petróleo subir de preço no mercado internacional, os lucros serão maiores ainda e todo esse lucro e essa riqueza irão parar no bolso dos donos dessas empresas que saberão recompensar os políticos baianos e nordestinos que apoiaram essa entrega do patrimônio público”. 

  Bahia sairá prejudicada com as vendas

As reservas que serão vendidas estão nos campos terrestres da Petrobras no Nordeste e no Norte do Espírito Santo. Na Bahia, onde é feita a exploração e produção de petróleo e gás natural, esses campos estão localizados em diversos municípios (Alagoinhas, Catu, Araçás, Entre Rios, Cardeal da Silva, Esplanada, São Sebastião do Passé,  Pojuca, Candeias, São Francisco do Conde entre outros)

O diretor do Sindipetro Bahia André Araújo, lembra que todos esses municípios e sua população dependem muito das atividades da Petrobrás realizadas nesses campos terrestres.

Araújo ressalta que “as atividades da Petrobrás são responsáveis por uma importantíssima cadeia produtiva que gera milhares de empregos diretos e indiretos, movimenta a indústria, o comércio, a prestação de serviços e outros setores importantes da economia nesses e em outros municípios”.

A preocupação maior, segundo o coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar,  é que “as empresas privadas certamente não terão a capacidade técnica e financeira necessárias para manter e, muito menos, aumentar a produção de petróleo nessas áreas, desta forma, essas empresas, fatalmente, irão optar por uma exploração predatória que, rapidamente, levará a redução e a extinção da produção de petróleo em terras baianas e nordestinas”.

Isso, afirma Deyvid,  “ trará prejuízos a centenas de cidades e ao povo baiano e nordestino, devido à queda na arrecadação de impostos e no pagamento de royalties aos municípios produtores, além do desemprego, fechamento de empresas e redução das atividades econômicas nas cidades onde a estatal atua”.