Por atividade, quando comparados a janeiro de 2015, revelam que sete dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento negativo
SEI , Salvador |
11/03/2016 às 11:36
Queda no varejo
Foto: BJÁ
No mês de janeiro, as vendas do comércio varejista baiano registraram queda de 13,8% em relação a igual mês do ano passado. Observa-se que o ritmo de retração nos negócios se mantém no primeiro mês do ano. Na análise sazonal, a variação foi negativa em 0,8%, enquanto no mês de dezembro de 2015 a retração foi de 6,1% no volume de vendas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o varejo nacional registrou queda de 10,3%. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em âmbito nacional, e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.
Em janeiro, a redução de 13,8% das vendas na Bahia ocorre em um cenário de vendas já comprometidas, pois em janeiro de 2015 o setor inicia uma sequência de meses com retração nos negócios. Segundo informações do IBGE, o comprometimento da atividade se justifica pela evolução dos preços acima dos 10,7% em 12 meses do IPCA, sendo que combustíveis aumentou 23,7%, e alimentação no domicílio 14,2%, além da restrição ao crédito, redução da massa habitual real de salário e redução no número de trabalhadores com carteira assinada.
Por atividade, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados a janeiro de 2015, revelam que sete dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento negativo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Combustíveis e lubrificantes (-20,3%); Móveis e eletrodomésticos (-17,7%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-17,2%); Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-16,5%); Tecidos, vestuário e calçados (-12,6%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-12,0%); e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-4,3%). Por outro lado, registrou comportamento positivo o segmento Livros, jornais, revistas e papelaria (43,6%), mas esse não possui um peso elevado para a composição das vendas no setor. No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que o de móveis e eletrodomésticos apresentou variações negativas de 7,6% e 22,1%, respectivamente, e Hipermercados e supermercados queda de 9,8%.
Quanto aos segmentos que mais influenciaram o comportamento negativo das vendas na Bahia, têm-se: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; Combustíveis e lubrificante; Móveis e eletrodomésticos e Tecidos, vestuário e calçados. Esses quatro setores juntos respondem por mais de 90% do resultado global para o varejo.
Em janeiro, o segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo segmento de expressiva relevância para o Indicador de Volume de Vendas do Comércio Varejista foi responsável pela maior influência negativa na formação da taxa do varejo. A elevação dos preços no segmento de Alimentação no domicílio conforme ressaltado pode justificar esse comportamento.
O segmento de Combustíveis e lubrificantes exerceu, na Bahia, o segundo maior peso para a queda verificada nas vendas. Esse comportamento continua sendo atribuído a alguns fatores como a elevação dos preços dos combustíveis no acumulado dos últimos 12 meses acima da inflação média e ao menor ritmo da atividade econômica. Apesar de o segmento comercializar um produto em que o consumidor é pouco sensível a variação dos preços, esse comportamento revela que o consumidor está buscando utilizar o veículo de forma mais consciente.
O terceiro a contribuir negativamente para o comportamento das vendas na Bahia foi Móveis e eletrodomésticos. Esse comportamento reflete não somente a queda na renda disponível, a seletividade do crédito, mas também ao aumento das taxas de juros. Além da retirada dos incentivos através da redução do IPI para diversos itens do segmento, especialmente, a “linha branca” e móveis. Quando observado o comportamento do segmento nos meses anteriores, constata-se que desde dezembro de 2014, o volume de vendas para a atividade vem sendo negativo.
O quarto segmento a impulsionar a retração nas vendas foi Tecidos, vestuário e calçados. A influência da redução da massa real dos rendimentos, levando as pessoas a reduzirem o seu ímpeto de consumo é a principal justificativa. A partir de então, elas passam a ponderar mais sobre suas reais necessidades de adquirir produtos comercializados pelo setor, como roupas, tecidos e calçados.
O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, registrou, em janeiro, decréscimo nas vendas de 13,8%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 8,8%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou variação negativa de 22,7%, em relação a igual mês do ano anterior. Esse desempenho continua refletindo o crédito mais seletivo por parte das financeiras, o menor ritmo da atividade econômica, além do comprometimento da renda familiar, diante da desaceleração do crescimento real da massa de salários. Em relação ao segmento Material de Construção, também se observa queda nas vendas no mês de janeiro (12,6%), quando comparado ao mesmo mês do ano de 2015. Esse comportamento é justificado pelo menor ritmo da atividade econômica.