Fustigadas pela queda recorde dos preços das commodities no mercado internacional, as exportações baianas atingiram em novembro US$ 572,8 milhões, seu pior resultado para o mês desde 2006. A entressafra da soja também contribuiu decisivamente para o resultado, já que mesmo enfrentando uma queda média de 25% em seus preços médios comparados a igual período de 2014, o segmento lidera a pauta de exportações do estado no ano com aumento de 33,3% nos embarques, resultado da expansão da produção estimada em 40% para a safra deste ano. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).
Setores importantes da pauta do estado registraram recuos significativos em novembro como o químico/petroquímico com queda nas vendas em 38,7%, o de papel e celulose com (37,5%), o de derivados de petróleo (21,6%) e o automotivo com redução de 56,8%.
A queda na demanda de importações por China, Brasil e outras economias emergentes intensificaram a desaceleração do comércio global neste ano, provocando queda de preços, elevação de estoques, aumento da concorrência e redução dos fluxos de comércio que têm caído perigosamente a níveis normalmente associados à recessão global.
A intensidade com que a China pisa no freio em sua economia continua sendo o motor das expectativas do mercado para o comércio global, que só deverá crescer 2% este ano, um nível que foi visto apenas cinco vezes nas últimas cinco décadas. Com esse cenário ruim, é provável que as exportações baianas fechem o ano com queda entre 13 e 15% ou o equivalente a US$ 8 bilhões, valor já superado pelo estado desde 2010.
As importações, sob o efeito da alta do dólar e da retração da atividade doméstica, voltaram a registrar queda pelo sexto mês consecutivo (21,9%), atingindo US$ 660,7 milhões. Com exceção dos combustíveis, todas as categorias de importados diretamente relacionadas ao desempenho da economia despencaram. A queda em relação a novembro de 2014, abrange bens de consumo (36%), bens de capital (52%) e matérias primas e intermediários usados pela indústria (22%).
Depois de três meses registrando superávit, a balança comercial do estado voltou a fechar o mês de novembro com déficit de US$ 87,9 milhões, o que resultou no reforço do saldo negativo no acumulado ano, agora em US$ 493 milhões. As exportações até novembro alcançaram US$ 7,26 bilhões e são 15,6% inferiores a igual período de 2014, enquanto que as importações foram de US$ 7,75 bilhões, estando também 7,3% menores se comparadas a jan/novembro do ano passado.