“Guardadas as proporções, podemos dizer que as energias renováveis representam a terceira grande onda de crescimento econômico da Bahia: a primeira na década de 1970, com a petroquímica; a segunda, nos anos 1980, com a indústria automobilística. E agora a terceira onda, com o agravante de promover a desconcentração industrial e a inclusão social, levando riqueza para o interior e para populações pobres”, discursou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Hereda, no VII Fórum Nacional Eólico/Carta dos Ventos, aberto ontem (24.11) no SENAI/CIMATEC, em Salvador.
Terceiro maior produtor de energia eólica do Brasil, a Bahia já contabiliza R$ 22,7 bilhões em investimentos. Em eólica são R$ 18,5 bilhões em 186 usinas, com 4,5 GW de potência, distribuídas em 22 municípios do semi-árido. Quanto à solar, são mais R$ 4,2 bilhões para 32 empreendimentos em cinco municípios e 893 MW de potência.
Em consonância com o que disse Saulo Cisneros, diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Hereda também defendeu uma maior participação do Banco do Nordeste, do Banco do Brasil e dos bancos privados no financiamento das energias renováveis.
Além de Hereda e Cisneros, participaram da solenidade de abertura do Fórum os secretários de Mineração, Petróleo e Energias Renováveis do Piauí, Luiz Coelho, e de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Otomar Cardoso Junior; a presidenta da Abeólica, Elbia Gannoum; e Jean Paulo Prates, diretor geral do Cerne - Centro de Estratégias em Recurso Naturais, Jean Paul Prates.
A edição 2015 do Fórum Nacional Eólico tem como foco a expansão dos parques eólicos e o novo mapa da geração eólica no Brasil. Ele reúne anualmente governos e empreendedores que analisam e atualizam a Carta dos Ventos, um documento de intenções e pleitos ao redor do qual gravitam as principais questões estratégicas para o pleno desenvolvimento do setor eólico.
“A Energia Eólica no Brasil prosperou além das mais otimistas projeções e se consolidou com uma fonte de grande relevância na matriz energética nacional. Em maio de 2015 o país passou a marca de 6.000 MW em usinas eólicas instaladas e conectadas à rede nacional. Bahia, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Ceará são estados com mais de 1.000 MW instalados e um extraordinário crescimento se projeta para o Piauí e o Maranhão”, disse Prates.
O evento - que se encera hoje com a divulgação da Carta dos Ventos - ainda vai discutir “Desenvolvimento Científico e Tecnológico”; “Financiamento, captação de recursos e project finance”; “Estruturação de projetos em energia eólica”; e “A evolução do mapa da geração eólica no Brasil. Investimentos, perspectivas e players”.