Economia

GREVE DOS PETROLEIROS: Nove dias de paralisação e produção declina

Veja balanço da greve na Bahia
Sobral Lima , Salvador | 09/11/2015 às 17:12
Diretor do Sindipetro com dirigentes da Fupe e da CUT
Foto: Sindipetro
Nesta segunda (0911) a greve nacional dos petroleiros completa nove dias com uma surpreendente adesão dos trabalhadores em todas as principais áreas e unidades do Sistema Petrobrás na Bahia. RLAM, PBIO, FAFEN, TRANSPETRO - pela primeira fez com as unidades de Jequié e Itabuna integradas 100% ao movimento - Termoelétricas, sondas e poços terrestres mantém-se firmes contra o desmonte da Petrobrás, a venda de ativos, como a BR Distribuidora e Gaspetro, redução dos investimentos e pela cobrança da imediata efetivação dos aprovados no último concurso da empresa. 

O coordenador do Sindipetro Bahia e representante eleito pelos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás (CA), Deyvid Bacelar, ressalta que a FUP e seus sindicatos defendem medidas alternativas para sair da crise – a Pauta pelo Brasil – e que justamente hoje (0911) a Petrobrás finalmente aceitou discutir a proposta da entidade e estão reunidas na sede da empresa, no
Rio de Janeiro.

Enquanto isso, na Bahia, a greve mantém a paralisação total da produção de petróleo. O objetivo agora é ampliar a parada da produção de gás, principalmente da Transpetro, que distribui gás para as indústrias e siderúrgicas.

Na quinta (0511), sexto dia de greve, as unidades da Transpetro de Itabuna e Jequié já operavam com apenas 30% da produção. Um fato importante é que pela primeira vez os trabalhadores dos dois terminais aderiram 100% à greve e estão realizando um excelente trabalho de forma coesa e consciente. No Temadre  continua acontecendo apenas a rendição do efetivo mínimo da segurança patrimonial e dentro da empresa só há o pessoal da contingência.

A greve atinge também todas as termelétricas na Bahia e causa impacto na geração de energia. Segundo informações chegadas ao comando de greve, há um corte total de geração de energia na UTE Arembepe, são 148 megawatts; um corte parcial de geração na UTE Bahia 01 (30 megawatts para 18 megawatts) e na UTE Murici (148 megawatts para 100 megawatts). Portanto, a geração de energia em Camaçari, nessas 3 UTEs, passou de 326 para 118 megawatts, ou seja, um corte de 208 megawatts, ou seja, 64%.

A usina de Biodiesel de Candeias, PBIO, está parada e não há produção de bioediesel, ácido graxo ou glicerina. As carretas também não estão acessando a empresa.

No Ativo Norte (Bálsamo, Araças e Imbé) houve adesão de 80% dos trabalhadores próprios (turno e adm) e de 100% dos terceirizados. Há uma queda de 25% da produção de óleo. A Estação de Conceição, as sondas de perfuração 116
e HK06 estão totalmente paradas. Nessa região, há denúncias de confinamento de trabalhadores, principalmente em Imbé, ETO de Buracica, ETO de Bálsamo e na Estação B de Araças.   

Em Miranga, também não há nenhuma produção de óleo ou gás. Na Fafen, a produção está zerada. A planta de amônia deu partida de forma precária e na de Uréia não há efetivo suficiente para o funcionamento da planta.

Na região de Candeias (OP-CAN), as Estações Socorro, Mapé e São João  estão paradas e as empresas terceirizadas não estão executando nenhum serviço, a exemplo da manutenção dos dutos. A produção de barris de óleo por dia passou de 4.500 para 2.100.

Na Rlam e demais unidades continuam sem haver troca de turno