A necessidade de incentivar a geração renda e o desenvolvimento social por meio de atividades de cooperativismo e da economia solidária foi orientada aos prefeitos do Sertão Produtivo da Bahia, nesta sexta-feira (16/10) durante o Encontro Regional de Orientação aos Gestores, realizado pela UPB e Tribunal de Contas dos Municípios (TCM/BA), em Guanambi. Produtora de algodão, a região do Vale do Iuiú sofreu o declínio da lavoura na década de 1980.
O prefeito de Guanambi, Charles Fernandes lembrou que o investimento em políticas públicas para os trabalhadores rurais e na capacitação de profissionais urbanos foram fundamentais para que o município superasse esta fase e voltasse a crescer. “Soubemos explorar a vocação que a região tem para gerar emprego e renda”. O incentivo aos negócios do campo rendeu à gestão de Charles o Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Nacional e o reconhecimento de Guanambi como Cidade Empreendedora.
Essas e outras experiências sustentáveis desenvolvidas no interior do estado foram expostas durante o segundo dia do encontro. A coordenadora de Economia Solidária da Secretaria Estadual do Trabalho (Setre), Lívia Borges, mostrou a iniciativa dos Centros de Economia Solidária (Cesol), onde equipes estão preparadas para oferecer assistência técnica e orientar sobre arranjos produtivos e oferta de crédito para os trabalhadores produzirem de forma associada. Lívia citou as cooperativas de materiais recicláveis como exemplo de ação sustentável a ser implementada nos municípios. “Com a coleta seletiva, catadores chegam a obter uma renda de R$1.200,00 por mês. São ações que a prefeitura pode estimular com muito pouco”, ressaltou.
Já o superintendente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado da Bahia (Oceb), José Alberto Batista, destacou a necessidade de promover um ambiente favorável para o desenvolvimento das cooperativas baianas. Neste sentido, ele conclamou os prefeitos a incentivar a inclusão produtiva e contribuir com a implementação de políticas públicas que induzam a profissionalização e a inserção das cooperativas no mercado local. A Oceb, em parceria com os municípios, oferece assessoria jurídica e contábil para a formalização das cooperativas. Batista falou do assunto com otimismo e afirmou: “em 2025, o cooperativismo será reconhecido pela sociedade por sua competitividade, integridade e capacidade de promover a felicidade dos cooperados”.
Mais de 15 milhões de pessoas estão associadas às cooperativas no Brasil, nas áreas da agricultura, crédito, transporte, saúde, educação e outras. O principal desafio deste segmento, sobretudo na Bahia, é a formalização. O gerente adjunto da Unidade Regional do Sebrae de Vitória da Conquista, Lívio Muniz, explicou a colaboração dada pelo Sebrae para esse objetivo por meio do Projeto de Desenvolvimento Territorial e Econômico (DET). “A finalidade é fomentar o empreendedorismo neste território, formar comitês municipais e viabilizar ações de capacitação seja na área rural, no comércio ou indústria”, detalhou. Os municípios interessados em investir nas atividades associativas e no cooperativismo podem procurar a Oceb, Setre e Sebrae para selar parcerias de apoio e assistência aos trabalhadores.