Economia

“Que mundo deixaremos para nossas crianças?”, questionou Luc Ferry,

Durante sua conferência no Fronteiras Braskem do Pensamento
Rafael Veloso , Salvador | 17/09/2015 às 20:58
Luc Ferry
Foto: DIV
As duas eras do Humanismo: do ideal democrático à revolução do amor. Esse foi o tema da conferência do filósofo francês Luc Ferry, no Fronteiras Braskem do Pensamento, que lotou a sala principal do Teatro Castro Alves, na noite dessa quarta-feira (dia 16/09), em Salvador. Defensor do Humanismo Secular – visão de mundo que se contrapõe à religião e coloca a razão crítica no lugar da fé – Ferry afirma que no mundo ocidental vivemos um dilema em torno do que é “o sagrado”. “O sagrado é tudo aquilo pelo que podemos nos sacrificar”, explicou. 

Morremos em guerras pela religião, pela pátria e pelas grandes revoluções. São grandes sacrifícios da
humanidade: Deus, a pátria e a revolução. Atualmente, esses ideias não são mais motivos de sacrifícios”, explica. O filosofo propôs que a plateia se perguntasse “por quem cada um estaria pronto para morrer?”. Ou seja, o que
seria considerado como sagrado para cada um dos presentes. Para ele, o sagrado está encarnado atualmente na humanidade, nas pessoas. “A grande questão política da atualidade é que mundo deixaremos para nossas crianças?”,
questionou o conferencista.

O evento foi apresentado por Fernando Marinho, músico, ator, diretor teatral e presidente do Conselho de
Administração da Aliança Francesa de Salvador. A conferência teve ainda como debatedor, Genildo Ferreira da Silva, professor de Filosofia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre o público presente estavam acadêmicos,
políticos, empresários, profissionais liberais e estudiosos do assunto. No próximo dia 1º de outubro, o psicanalista italiano, Contardo Calligaris encerra a temporada 2015 do Fronteiras Braskem do Pensamento, em Salvador.

Além da conferência, o público foi presenteado com a apresentação de alguns instrumentistas da Orquestra Plástica do NEOJIBA a qual utiliza instrumentos sinfônicos fabricados com plástico PVC, construídos pelo próprio projeto que desenvolve e difunde uma tecnologia social inovadora, que capacita jovens de Salvador e do interior da
Bahia para produzirem seus próprios instrumentos a partir dos cano de PVC.