Colocada entre os cinco maiores produtores nacionais de alho, (ao lado de Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), a Bahia poderá, em breve, produzir alho negro, também chamado de pérola negra, incrementando essa cultura e gerando renda e melhores condições de vida para os produtores. Tecnologia com esse objetivo está sendo desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Agropecuária da Bahia (Cetab/Seagri), e foi explicada ao secretário estadual da Agricultura, Paulo Câmera, que nesta terça-feira (28) visitou a instituição. Segundo explica o técnico Marilídio Jacobina, enquanto um quilo do alho comum oscila entre R$ 20,00 e R$ 25,00, o quilo do alho negro pode chegar a R$ 120,00.
De acordo com os especialistas Marilídio Jacobina e Márcia Jovina, que coordenam o Laboratório de Sementes do Cetab, onde as pesquisas estão sendo desenvolvidas, o alho negro é o alho comum in natura submetido a um processo de maturação em condições específicas de temperatura e umidade controlada, que vão conferir características de textura, cor, aroma e sabor. O alho negro apresenta propriedades fitoterápicas e sua grande utilização é na alta gastronomia, podendo ser utilizado ainda como medicamento natural e até na indústria da beleza por ser antioxidante.
Marilídio explica ainda que testes estão sendo realizados para encontrar o ponto ideal de maturação para garantir um produto final de qualidade. “Quando as pesquisas forem finalizadas, essa tecnologia será colocada à disposição dos produtores de alho da Bahia, para que através de suas associações ou cooperativas eles possam iniciar a produção de alho negro, inaugurando no Estado uma nova realidade para a cultura do alho”, afirmou.
“Nosso objetivo é fortalecer a agropecuária baiana com inovações tecnológicas e modernas técnicas de análises laboratoriais e pesquisas avançadas”, destaca o secretário Paulo Câmera, informando que o Centro Tecnológico da Agropecuária da Bahia está à disposição da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) para servir à agricultura familiar. O Cetab conta com 12 laboratórios, três dos quais ligados aos estudos e pesquisas nas áreas de sanidade animal e vegetal. “Com esse equipamento, colocamos à disposição do pequeno e médio produtor serviços especializados, com custo reduzido, permitindo que não só aumente a produtividade de suas culturas, como obtenha produtos sadios e de melhor qualidade”.
Acompanhado pelo chefe de gabinete da Seagri, José Pirajá, pelos superintendentes de Desenvolvimento da Agropecuária (SDA) e de Política do Agronegócio (SPA), Adriano Bouzas e Guilherme Bonfim, respectivamente, pelo presidente da Bahia Pesca, Dernival Oliveira, e pelo diretor administrativo da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Cláudio Alves Lima, o secretário Paulo Câmera percorreu todos os laboratórios do Centro Tecnológico da Agropecuária da Bahia, conversando com os técnicos sobre as pesquisas em desenvolvimento. “Estou feliz em ver o grau de compromisso dos nossos técnicos, que são na verdade o grande patrimônio desse centro de desenvolvimento tecnológico”, disse Câmera.