Para auxiliar agricultores do Território do Vale do São Francisco no controle populacional da mosca-das-frutas, projeto estabelece medidas de manejo cultural, químico e biológico, garantindo acesso às novas tecnologias e assistência técnica adequada. Esse projeto foi firmado através do acordo assinado entre a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri), e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), nesta quarta-feira (17), na sede da SDR, no Centro Administrativo da Bahia - CAB, em Salvador.
O secretário da Agricultura da Bahia, Paulo Câmera, ressalta que “a praga deve ser tratada em todo território, abrangendo desde o agricultor familiar, até o grande produtor rural, já que a mosca pode migrar de uma fazenda para outra. Auxiliar o pequeno produtor, sem grandes recursos para fazer isso sozinho, é o primeiro passo para garantir o controle da mosca-das-frutas em toda cadeia produtiva”.
A região do Vale do São Francisco forma o principal polo de produção de frutas do Estado, com 45 mil hectares cultivados, além de ser responsável por 98% das exportações de uva e 92% de manga do País. Caso o índice populacional da mosca não seja reduzido, o resultado será a depreciação do produto, o aumento dos custos da produção, a perda de milhares de empregos diretos, e dos mercados interno e externo.
De acordo com o secretário da SDR, Jerônimo Rodrigues, a elaboração de um plano de trabalho que contemple ações voltadas ao meio rural é imprescindível, e vai beneficiar todos os produtores da região, mas especialmente agricultores familiares, e povos e comunidades tradicionais. “Esse é o primeiro passo de outras tantas parcerias que devem ser executadas com a Adab, já que a orientação do governador do Estado, Rui Costa, é que as ações de governo sejam transversais, maximizando os recursos para alcançar o bem comum”.
Para Oziel Oliveira, o objetivo dessa parceria é possibilitar o acesso dos agricultores familiares às políticas públicas de defesa agropecuária no estado. “Como agricultor, percebo as dificuldades dos pequenos produtores no acesso às políticas públicas para o desenvolvimento da atividade. O que queremos é que os agricultores familiares também adotem as medidas fitossanitárias, e, assim, aumentem e qualifiquem a sua produção”. Oziel ainda ressaltou sobre os prejuízos socioeconômico causados pela mosca-das-frutas, alertando que a mesma praga ou enfermidade que atinge o grande produtor, também prejudica o pequeno.
Durante o encontro também foram abordados outros programas e projetos da Agência, a exemplo do fortalecimento do registro no Serviço de Inspeção Estadual (SIE), nas implantações unidades de beneficiamento de leite e mel, e a necessidade de legalização dos pequenos fabricos de queijo interditados pela Adab. Além dos gestores dos órgãos envolvidos, também participaram da reunião o superintendente da Agricultura Familiar, Marcelo Matos, o chefe de Gabinete da SDR, Ivan Fontes, o diretor de Inspeção de Produtos de Origem Agropecuária da Adab, Willadesmon Silva, e coordenadores e representantes das diretorias técnicas da Agência.
Medidas fitossanitárias – As medidas fitossanitárias no controle populacional da praga devem ser adotadas por todos os produtores, mas, principalmente pelos agricultores familiares da região do Submédio São Francisco, onde estão localizados os Distritos de Curaçá, Mandacarú, Tourão, Maniçoba e Salitre, localizados na região norte do estado da Bahia. Entre as medidas estão a manutenção da área da propriedade limpa, sem a presença de frutos caídos no solo e catação de frutos em estágio avançado de maturação, com posterior destruição, medidas de exclusão, evitando o plantio ou manutenção de plantas hospedeiras desses insetos.